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Nova montagem de Macbeth leva ópera sombria ao Municipal com ingressos a partir de R$ 10

Baseada na peça homônima de William Shakespeare, ópera desapareceu dos palcos por quase um século

Mari Ribeiro

17/10/2025 às 18:30

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Montagem tem a participação do Coro Lírico Municipal e da Orquestra Sinfônica Municipal

Montagem tem a participação do Coro Lírico Municipal e da Orquestra Sinfônica Municipal | Rafael Salvador/Divulgação

O Theatro Municipal de São Paulo, na região central da capital paulista, se prepara para apresentar uma nova montagem da ópera “Macbeth”, de Giuseppe Verdi, com direção cênica e cenografia de Elisa Ohtake e direção musical do maestro Roberto Minczuk.

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Baseada na peça homônima de William Shakespeare, a ópera tem libreto de Francesco Maria Piave. As apresentações serão na Sala de Espetáculos do Theatro nos dias 31 de outubro, 1, 8 e 9 de novembro, às 17h e 4, 5 e 7, às 20h. Os valores ingressos variam entre R$ 10 e R$ 210.

A montagem tem a participação do Coro Lírico Municipal e da Orquestra Sinfônica Municipal, e no elenco, Marigona Qerkezi e Olga Maslova se revezam no papel de Lady Macbeth; Craig Colclough e Douglas Hahn interpretam Macbeth; Savio Sperandio e Andrey Mira dão voz a Banquo; e Giovanni Tristacci e Enrique Bravo se alternam como Macduff.

O figurino é assinado por Gustavo Silvestre e Sônia Gomes, Roberto Alencar e Elisa Ohtake fazem a preparação corporal e o desenho de luz é de Aline Santini.

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Detalhes da montagem 

Estreada em 1847 em Florença, na Itália, a ópera “Macbeth” foi concebida durante um ano árduo na carreira de Verdi, uma fase em que batalhava para se afirmar no cenário lírico italiano.

Com libreto de Francesco Maria Piave e acréscimos de Andrea Maffei, a ópera foi bem recebida em sua première, mas desapareceu dos palcos por quase um século, em parte por conta das exigências do papel de Lady Macbeth, considerado um desafio extremo para as sopranos.

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Inspirada na famosa tragédia de William Shakespeare, a ópera de Verdi narra a ascensão e queda de um dos casais mais sombrios da literatura. Ambientada na Escócia medieval, a história segue Macbeth, um valente e leal guerreiro, que, ao ouvir as profecias das bruxas, se vê seduzido pela ideia de conquistar o trono.

Impulsionado pela ambição desmedida e pela manipulação de sua esposa, Lady Macbeth, ele assassina o rei Duncan e assume o poder. Contudo, a culpa e o medo do que virá em seguida corroem a mente de ambos, desencadeando um ciclo de violência, paranoia e tragédia.

À medida que Macbeth se aprofunda no caminho da tirania, Lady Macbeth sucumbe à loucura, atormentada pela visão do sangue que não pode limpar de suas mãos. A luta pelo poder se torna uma batalha contra os próprios demônios internos, enquanto Macbeth se vê cercado por forças sobrenaturais e por inimigos cada vez mais próximos.

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A ópera explora os limites da ambição humana, o preço do poder e a fragilidade da moralidade, tudo embalado pela música de Verdi, cujas passagens de grande intensidade dramática acompanham a descida dos protagonistas ao abismo.

Com suas potentes árias e coros, Macbeth é uma obra que mergulha nas profundezas da natureza humana, revelando a tragédia de uma alma corrompida pela ambição e a culpa.

Nesta versão, a diretora Elisa Ohtake propõe uma montagem atemporal com uma linguagem contemporânea da obra, em que a ganância, a culpa e o poder assumem contornos visuais e simbólicos marcados pelo excesso e pelo colapso.

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"Quis trazer um pouco da minha liberdade de direção em teatro contemporâneo para a ópera. Crio o cenário e a direção cênica juntos, difícil para mim pensar os dois separados, portanto, em ambos optei por fazer desdobramentos da qualidade desmedida, da hybris, presente no texto de Shakespeare e em Verdi", afirma a diretora.

“Com a rapidez das telas, vivemos uma sobreposição de guerras como nunca na história e seguimos anestesiados. Em um contexto de ópera, porém, com códigos muito mais definidos que o teatro contemporâneo, qualquer pequena extravagância tende a ser mais notada e estranhamentos potentes podem ser um pouco maiores, inclusive aqueles acerca da ultraviolência e de nosso torpor atual”, ressalta.

Assim como a ganância violenta dos protagonistas, alguns objetos de cena também operam na desmedida, como explica a diretora.

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“Por exemplo, Lady Macbeth não só não consegue tirar o sangue das mãos, como o espalha pelas paredes e móveis; o bosque das bruxas é uma área desmatada e as estruturas do castelo, paredes e teto, incluído o céu acima, oprimem os personagens, a ponto deste último cair, evocando David Kopenawa. Em uma espécie de investigação do sublime sombrio em Macbeth, o 'círculo dourado', símbolo da coroa presente no texto de Shakespeare, é primeiramente explorado em suas sombras infinitas e ecos visuais, e somente ao final da ópera ele aparece de fato.”

Com sólida trajetória nas artes cênicas, Elisa Ohtake é diretora de teatro e dança, cenógrafa, professora e pesquisadora. Sua obra investiga o esgarçamento dos limites da cena, o diálogo com a performance, a dança e as artes visuais, além de temas como morte, dor, risco e festa.

Premiada pela APCA por Tira Meu Fôlego, é mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, com formação em dança, performance e teatro, e vasta experiência como docente na Escola Superior de Artes Célia Helena.

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Recentemente, o Theatro Municipal reinventou clássico “Porgy and Bess”, com direção cênica de Grace Passô, com elenco majoritariamente negro.

Serviço

Ópera “Macbeth”, de Verdi
Onde?
Theatro Municipal, Sala de Espetáculos - Praça Ramos de Azevedo, s/n - República, São Paulo
Quando? 31/10, às 20h; 1/10, às 17h; 4, 5 e 7/10, às 20h; 8 e 9/10, às 17h
Duração: Aproximadamente 180 minutos
Classificação indicativa: 10 anos
Ingressos: De R$ 10 a R$ 210 (inteira)
Acessibilidade: Tradução em Libras, acesso para cadeirantes, banheiro acessível

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