Entre em nosso grupo
2
Continua depois da publicidade
Ingressos para 'Elã' custam a partir de R$ 21 | Roberto Setton/Divulgação
Uma teia permeada por oito histórias criadas por atores-escritores. Histórias que se passam em diferentes tempos e espaços e flertam com linguagens cênicas plurais.
Continua depois da publicidade
Esse é o espetáculo “Elã”, novo trabalho da Cia. Mungunzá de Teatro, dirigido por Isabel Teixeira, com temporada de estreia no Sesc Pompeia, na zona oeste de São Paulo.
A dramaturgia da peça, que fará temporada entre os dias 26 de setembro e 12 de outubro, foi criada pelos sete integrantes da companhia: Léo Akio, Lucas Beda, Marcos Felipe, Pedro das Oliveiras, Sandra Modesto, Verônica Gentilin e Virginia Iglesias, e por Dilma Correa, convidada para este trabalho.
O método de criação utilizado para a montagem, com ingressos a partir de R$ 21, para quem tem credencial plena do Sesc, foi “A Escrita na Cena”, desenvolvido e registrado por Isabel Teixeira.
Continua depois da publicidade
A trama costura oito histórias criadas coletivamente, a partir da pulsão individual de cada artista. As histórias de cada personagem se passam em diferentes linhas espaço-temporais, que vibram simultaneamente; são elas:
Segundo a diretora Isabel Teixeira, não há hierarquia entre as histórias.
“Não há história protagonista. Mais do que destacar um ponto de vista individual, o processo teatral, aqui, protagoniza o espaço, uma ambiência, que rege o movimento, organiza os corpos e define os ritmos da narrativa. As histórias são um exercício de fabulação; fabular é algo inerente a qualquer ser humano. A sua fabulação é tão potente e poderosa quanto a minha e quanto a de uma criança, que para na praça pra ver um teatro de rua, por exemplo”, revela.
Continua depois da publicidade
Para deixar essa experiência cênica ainda mais interessante, as narrativas transitam entre diferentes gêneros, conforme as pulsões propostas por cada criador. Em alguns momentos, a peça tem encenação mais naturalista e dramática; em outros, flerta com os universos dos musicais e da performance. “Mas, a palavra é sempre o foco do trabalho”, ressalta a diretora.
Outro aspecto importante da montagem é a dimensão musical. Ao longo da encenação, uma paisagem sonora vai sendo tecida gradualmente, por meio do acúmulo de elementos: sons cotidianos, ruídos, texturas e fragmentos melódicos compõem um ambiente que atravessa as cenas.
Em determinados momentos, essa paisagem se adensa, e transborda em canções - explosões poéticas que condensam tensões e revelam camadas emocionais das personagens.
Continua depois da publicidade
Criado e pesquisado por Isabel Teixeira desde 2008, esse método de trabalho parte da premissa de que toda atriz e todo ator são escritores que escrevem com o corpo, a voz e o espaço em cena.
Nesse processo, cada artista escolhe um local e um enquadramento, liga uma câmera e improvisa livremente por um tempo determinado. As filmagens são, então, transcritas, preservando as ideias, ações e as sensações que emergem de forma bruta e espontânea durante a ação.
A cada fluxo narrativo gravado, Isabel propõe uma devolutiva, que também é gravada e transcrita, contendo provocações, estímulos e referências. Esse ciclo se repete por diversas rodadas, criando uma espiral de escuta, resposta e invenção. A partir desse vasto material bruto, os textos são trabalhados, esculpidos e costurados até que surja uma forma.
Continua depois da publicidade
Assim, a dramaturgia criada dessa maneira transforma uma pulsão individual de cada ator em uma criação coletiva, uma teia feita de muitos fios, narrativas individuais que se entrelaçam, revelando memórias, afetos, fragmentos poéticos e políticos de existência.
Este trabalho da Cia Mungunzá tem como desdobramento “O Livro de Linhas”, publicado pelo Grupo em parceria com a Editora Fora de Esquadro. A primeira edição teve uma tiragem de 125 exemplares, confeccionados pelo elenco no Ateliê do Velho Livreiro, com direção de encadernação de Pablo Peinado.
A dramaturgia da peça foi composta a partir do livro, num movimento que assume as fronteiras entre as artes, potencializa a particularidade de cada manifestação, e cria uma intersecção constante: a peça ressoa o livro, e vice-versa.
Continua depois da publicidade
Como continuidade de sua pesquisa artística, a Cia. Mungunzá partiu, neste projeto, da investigação do argumento “Linhas e Fronteiras”, num desejo de explorar e entender alguns limites pessoais, coletivos e artísticos.
No campo íntimo, a pesquisa mergulha nas fronteiras subjetivas que moldam nossas relações. Já na linguagem artística, a proposta é compreender como um mesmo processo criativo pode se desdobrar, e transitar em expressões distintas.
Para quem gosta de teatro, Dan Stulbach ressignifica “O Mercador de Veneza” e desafia preconceitos.
Continua depois da publicidade
Serviço
“Elã”, uma produção da Cia. Mungunzá de Teatro a partir do “Livro de Linhas”
Quando? De 25 de setembro a 12 de outubro; sessões duplas às sextas, às 16h e às 20h; segunda e terceira semana - de quarta a sábado, às 20h; domingo, às 18h
Onde? Sesc Pompeia - rua Clélia, 93 - Água Branca, São Paulo/SP
Ingressos: R$ 70 (inteira), R$ 35 (meia-entrada) e R$ 21(credencial plena); vendas online no site oficial do Sesc
Classificação: 18 anos
Duração: 105 minutos
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade