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Peça conecta oito vidas e muda para sempre a forma do teatro

Espectáculo 'Elã' estreia em São Paulo na sexta-feira (26/9) e ficará em cartaz até 12 de outubro

Mari Ribeiro

07/09/2025 às 17:00

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Ingressos para 'Elã' custam a partir de R$ 21

Ingressos para 'Elã' custam a partir de R$ 21 | Roberto Setton/Divulgação

Uma teia permeada por oito histórias criadas por atores-escritores. Histórias que se passam em diferentes tempos e espaços e flertam com linguagens cênicas plurais.

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Esse é o espetáculo “Elã”, novo trabalho da Cia. Mungunzá de Teatro, dirigido por Isabel Teixeira, com temporada de estreia no Sesc Pompeia, na zona oeste de São Paulo.

Uma teia permeada por oito histórias criadas por atores-escritores; histórias que se passam em diferentes tempos e espaços e flertam com linguagens cênicas plurais.
Uma teia permeada por oito histórias criadas por atores-escritores; histórias que se passam em diferentes tempos e espaços e flertam com linguagens cênicas plurais.
Esse é o espetáculo 'Elã', novo trabalho da Cia. Mungunzá de Teatro, dirigido por Isabel Teixeira, com temporada de estreia no Sesc Pompeia, em São Paulo.
Esse é o espetáculo 'Elã', novo trabalho da Cia. Mungunzá de Teatro, dirigido por Isabel Teixeira, com temporada de estreia no Sesc Pompeia, em São Paulo.
Dramaturgia da peça foi criada por Léo Akio, Lucas Beda, Marcos Felipe, Pedro das Oliveiras, Sandra Modesto, Verônica Gentilin, Virginia Iglesias e Dilma Correa.
Dramaturgia da peça foi criada por Léo Akio, Lucas Beda, Marcos Felipe, Pedro das Oliveiras, Sandra Modesto, Verônica Gentilin, Virginia Iglesias e Dilma Correa.
Método de criação utilizado para a montagem, com ingressos a partir de R$ 21, foi 'A Escrita na Cena', desenvolvido e registrado por Isabel Teixeira. 
Método de criação utilizado para a montagem, com ingressos a partir de R$ 21, foi 'A Escrita na Cena', desenvolvido e registrado por Isabel Teixeira. 
Trama costura oito histórias criadas de forma coletiva; histórias se passam em diferentes linhas espaço-temporais, que vibram simultaneamente.
Trama costura oito histórias criadas de forma coletiva; histórias se passam em diferentes linhas espaço-temporais, que vibram simultaneamente.
Trabalho da Cia Mungunzá tem como desdobramento O Livro de Linhas, publicado pelo Grupo em parceria com a Editora Fora de Esquadro. Fotos: Roberto Setton
Trabalho da Cia Mungunzá tem como desdobramento O Livro de Linhas, publicado pelo Grupo em parceria com a Editora Fora de Esquadro. Fotos: Roberto Setton

A dramaturgia da peça, que fará temporada entre os dias 26 de setembro e 12 de outubro, foi criada pelos sete integrantes da companhia: Léo Akio, Lucas Beda, Marcos Felipe, Pedro das Oliveiras, Sandra Modesto, Verônica Gentilin e Virginia Iglesias, e por Dilma Correa, convidada para este trabalho.

O método de criação utilizado para a montagem, com ingressos a partir de R$ 21, para quem tem credencial plena do Sesc, foi “A Escrita na Cena”, desenvolvido e registrado por Isabel Teixeira. 

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A trama costura oito histórias criadas coletivamente, a partir da pulsão individual de cada artista. As histórias de cada personagem se passam em diferentes linhas espaço-temporais, que vibram simultaneamente; são elas: 

  • Um andarilho, em um jogo de videogame, por diferentes tempos da linha da sua vida, tenta se livrar de uma herança ancestral deixada pelo seu pai;
  • Um ator - vendedor de morangos - tenta convencer uma renomada diretora a dirigir seu próximo espetáculo, incluindo sua mãe no elenco;
  • A mãe entra no espetáculo dirigido pelo filho e, cena após cena, vai se libertando do papel que lhe foi imposto;
  • Uma mulher, após construir uma família de alta performance, decide matar a família, para realizar seu sonho de ser cantora de boate, honrando sua avó, vítima da Guerra Civil Espanhola;
  • Uma mãe, enquanto enfrenta o luto e cria os filhos, reacende a sexualidade reprimida em suas ancestrais, por meio de uma retomada do poder feminino;
  • Um homem descobre na morte o maior empreendimento capitalista de todos os tempos: a empresa “Animador de Velórios”;
  • Uma mulher, convencida de ser uma aranha tecendo o destino do mundo, tenta impedir uma explosão, voltando no tempo e manipulando cada passo dos envolvidos;
  • Um homem-bomba, ao se explodir, deixa pistas para sua filha, guiando-a por outro olhar sobre o mundo.

Segundo a diretora Isabel Teixeira, não há hierarquia entre as histórias.

“Não há história protagonista. Mais do que destacar um ponto de vista individual, o processo teatral, aqui, protagoniza o espaço, uma ambiência, que rege o movimento, organiza os corpos e define os ritmos da narrativa. As histórias são um exercício de fabulação; fabular é algo inerente a qualquer ser humano. A sua fabulação é tão potente e poderosa quanto a minha e quanto a de uma criança, que para na praça pra ver um teatro de rua, por exemplo”, revela.

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Para deixar essa experiência cênica ainda mais interessante, as narrativas transitam entre diferentes gêneros, conforme as pulsões propostas por cada criador. Em alguns momentos, a peça tem encenação mais naturalista e dramática; em outros, flerta com os universos dos musicais e da performance. “Mas, a palavra é sempre o foco do trabalho”, ressalta a diretora.

Outro aspecto importante da montagem é a dimensão musical. Ao longo da encenação, uma paisagem sonora vai sendo tecida gradualmente, por meio do acúmulo de elementos: sons cotidianos, ruídos, texturas e fragmentos melódicos compõem um ambiente que atravessa as cenas.

Em determinados momentos, essa paisagem se adensa, e transborda em canções - explosões poéticas que condensam tensões e revelam camadas emocionais das personagens.

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Método “A Escrita na Cena”

Criado e pesquisado por Isabel Teixeira desde 2008, esse método de trabalho parte da premissa de que toda atriz e todo ator são escritores que escrevem com o corpo, a voz e o espaço em cena.

Nesse processo, cada artista escolhe um local e um enquadramento, liga uma câmera e improvisa livremente por um tempo determinado. As filmagens são, então, transcritas, preservando as ideias, ações e as sensações que emergem de forma bruta e espontânea durante a ação.

A cada fluxo narrativo gravado, Isabel propõe uma devolutiva, que também é gravada e transcrita, contendo provocações, estímulos e referências. Esse ciclo se repete por diversas rodadas, criando uma espiral de escuta, resposta e invenção. A partir desse vasto material bruto, os textos são trabalhados, esculpidos e costurados até que surja uma forma. 

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Assim, a dramaturgia criada dessa maneira transforma uma pulsão individual de cada ator em uma criação coletiva, uma teia feita de muitos fios, narrativas individuais que se entrelaçam, revelando memórias, afetos, fragmentos poéticos e políticos de existência.

Inspiração para a peça 

Este trabalho da Cia Mungunzá tem como desdobramento “O Livro de Linhas”, publicado pelo Grupo em parceria com a Editora Fora de Esquadro. A primeira edição teve uma tiragem de 125 exemplares, confeccionados pelo elenco no Ateliê do Velho Livreiro, com direção de encadernação de Pablo Peinado. 

A dramaturgia da peça foi composta a partir do livro, num movimento que assume as fronteiras entre as artes, potencializa a particularidade de cada manifestação, e cria uma intersecção constante: a peça ressoa o livro, e vice-versa. 

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Como continuidade de sua pesquisa artística, a Cia. Mungunzá partiu, neste projeto, da investigação do argumento “Linhas e Fronteiras”, num desejo de explorar e entender alguns limites pessoais, coletivos e artísticos.

No campo íntimo, a pesquisa mergulha nas fronteiras subjetivas que moldam nossas relações. Já na linguagem artística, a proposta é compreender como um mesmo processo criativo pode se desdobrar, e transitar em expressões distintas. 

Para quem gosta de teatro, Dan Stulbach ressignifica “O Mercador de Veneza” e desafia preconceitos.

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Serviço

“Elã”, uma produção da Cia. Mungunzá de Teatro a partir do “Livro de Linhas”
Quando?
De 25 de setembro a 12 de outubro; sessões duplas às sextas, às 16h e às 20h; segunda e terceira semana - de quarta a sábado, às 20h; domingo, às 18h
Onde? Sesc Pompeia - rua Clélia, 93 - Água Branca, São Paulo/SP
Ingressos: R$ 70 (inteira), R$ 35 (meia-entrada) e R$ 21(credencial plena); vendas online no site oficial do Sesc 
Classificação: 18 anos
Duração: 105 minutos

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