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Ingressos para a peça custam a partir de R$ 40 | Creative Commons
Carlos Marighella foi um político, escritor, guerrilheiro e um dos principais organizadores da luta armada contra a ditadura militar brasileira, chegando a ser considerado o inimigo “número um” do regime. Agora, a trajetória do ativista político e defensor da justiça racial acaba de se tornar um espetáculo.
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A peça “Marighella – O Homem que Não Tinha Medo”, com direção-geral, produção e idealização de Allan Oliver, direção de Graça Cunha e protagonizada por Pietro Cadete e Fábio Neppo, estreia em São Paulo nesta sexta-feira (9/5) no Teatro Paiol Cultural, região central da cidade; sessões são sempre às sextas e sábados, às 20h30, e aos domingos, às 19h.
Detalhes da montagem
“O espetáculo nasceu de uma urgência pessoal e política. Como homem preto, artista e filho adotivo, eu fui vítima de uma falsa acusação que me expôs e quase destruiu minha trajetória. Mesmo após provar minha inocência na justiça, senti na pele o quanto corpos pretos seguem sendo criminalizados, silenciados e descartáveis”, conta Allan Oliver, produtor da peça.
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Ao olhar para a história de Carlos Marighella, o artista explica que não viu só um símbolo da resistência, mas um espelho da própria dor.
“Esse espetáculo é minha resposta. É um grito contra as mentiras que criam sobre nós, é também um pedido de justiça e memória por mim”, diz.
A montagem escancara a criminalização dos corpos pretos, o silenciamento das vozes dissidentes e o racismo estrutural que ainda define quem é inocente ou culpado, questionando as mentiras contadas pela história oficial e convidando o público a enxergar o mundo por outras lentes.
Para o produtor, o espetáculo é sua forma de “respirar depois de quase me afogarem, e me manter de pé depois de ser injustamente atacado”, e deseja que o público veja, se emocione, reconheça a luta e se una.
O espetáculo é narrado por Jorge Amado, um poeta da ternura, interpretado por João Victor Gonçalves, e Fidel Castro, um general da revolução, interpretado por Eduardo Saad.
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Enquanto Jorge representa o afeto, Fidel traz o peso político, e os dois disputam a forma na qual a história será contada, estando ali não apenas para explicar, mas também tensionar a narrativa, convidando o público a decidir.
No meio dos dois, está Carlos Marighella, interpretado em sua versão jovem por Pietro Cadete e por Fábio Neppo, quando adulto.
A proposta é mostrar o contraste de gerações: Carlos jovem sendo ousado, apaixonado e impetuoso, e adulto sendo estratégico e carregando feridas, demonstrando uma costura poética e política entre gerações.
“Interpretar Marighella é uma grande responsabilidade por contar uma face de um homem político, um herói mulato que merece ser reconhecido e ser fonte de inspiração e firmamento na sociedade. Estou muito honrado com essa oportunidade de participar dessa celebração de mais uma figura ilustre que lutou contra a ditadura, pelo povo, pelos seus. A dobradinha com Pietro é fantástica, pois já percebi a aura talentosa só de olhar para ele. Muito feliz em trocar com esse prodígio”, diz o ator Fábio Neppo.
Para Pietro Cadete, que vive seu primeiro protagonista nos palcos, a expectativa é de que o público esteja disposto a embarcar na narrativa junto dos atores.
“Marighella está sendo meu primeiro protagonista, e as únicas coisas que posso dizer sobre é que eu nunca sorri e aprendi tanto em meio a um projeto. A responsabilidade é grande, mas o aprendizado também é. Acredito que muitas pessoas querem ouvir mais sobre essa história, talvez com outros pontos de vista. Sinto a responsabilidade de repassar a história do homem considerado inimigo número um do estado adiante”, reflete o ator.
Além de Marighella, Fidel Castro e Jorge Amado, a produção conta com mais personagens fortes e simbólicos.
“Temos figuras que atravessaram a vida dele, ou que representam forças da história, como Clara Charf, sua companheira de luta e amor; Sérgio Fleury, símbolo da repressão; Maria Rita e Augusto Marighella, seus pais; Gianfrancesco Guarnieri, Oscar Niemeyer, entre outros”, explica a diretora Graça Cunha.
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A profissional conta que estes personagens compõem um mosaico da memória e da luta negra e popular no Brasil e na América Latina. “Todos têm algo a dizer — sobre o passado, o presente e o futuro que queremos construir”, completa.
“Marighella – O Homem que Não Tinha Medo” ficará em cartaz na capital paulista até 22 de junho, com ingressos a partir de R$ 40.
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Sinopse
“Marighella – O Homem que Não Tinha Medo” narra a juventude e a maturidade de Marighella, seus conflitos internos, suas paixões, seus sonhos e sua luta incansável por um Brasil justo.
Através de um jogo cênico dinâmico, com comentários de Jorge Amado e Fidel Castro, o espetáculo convida o público a repensar a história oficial e refletir sobre o presente. Uma obra que mistura emoção, crítica e poesia, celebrando a coragem de quem nunca teve medo.
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Ficha técnica
Texto: Allan Oliver
Direção Geral: Allan Oliver
Elenco: Fábio Neppo, Isabela Couto, Mima Jeckel, Pietro Cadete, Felipe Damazzo, Dudu Saad, Gi Bomfim, Enrico Bordim, Heline Albano, Gabriel de Jesus, Nicholas Malheiro, Nathan Cunha, Rafaela Viana, Leo Sobrinho, João Victor Gonçalves
Desenho de Luz: Allan Oliver
Cenografia: Allan Oliver
Figurino: Allan Oliver
Direção: Graça Cunha
Direção de Produção: Allan Oliver
Realização: Dagnus Produções
Produção Executiva: Miguel de Moraes
Assessoria de Imprensa: MercadoCom (Ribamar Filho e João Agner)
Identidade Visual: Allan Oliver
Redes Sociais: Marighella Espetáculo
“Marighella – O Homem que Não Tinha Medo”
Temporada: De 9 de maio a 22 de junho
Onde? Teatro Paiol Cultural - R. Amaral Gurgel, 164 - Vila Buarque, São Paulo - SP
Dias e horários: Sextas e sábados, às 20h30, domingos, às 19h00
Lotação: 200 lugares
Duração: 1h40
Gênero: Biográfico
Classificação indicativa: 12 anos
Ingressos: R$ 80 (Inteira); R$ 40 (Meia Entrada) e R$ 60 (Ingresso Solidário -1Kg de Alimento); vendas na plataforma Sympla
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