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Iniciativa reconheceu seis projetos vencedores, cada um representando um dos biomas brasileiros | Van Campos /AgNews
O legado de Chico Mendes, ativista símbolo da preservação da Amazônia, foi homenageado nesta quinta-feira (23/10) no Teatro Cultura Artística, durante a primeira edição do “Prêmio Chico Vive”.
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A premiação, organizada pelo Estúdio Escarlate e pela Plataforma Chico Vive, reconheceu projetos socioambientais de jovens líderes de todo o País, inspirados pelo chamado que Mendes fez à juventude em 1988 na carta “Jovens do Futuro”, escrita poucos meses antes de seu assassinato.
A cerimônia reuniu familiares do ambientalista, como a viúva Ilzamar Mendes e os filhos Elenira, Sandino e Ângela Mendes, presidente do Comitê Chico Mendes, além de ativistas, artistas e líderes comunitários.
O evento, descrito pelos organizadores como uma experiência sensorial e ritualística, transformou o palco do Teatro Cultura Artística, recentemente reaberto após anos de fechamento, em uma floresta viva, com cenografia, performances e dramaturgia que retrataram a textura de cada bioma e a luta de Chico Mendes.
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A noite foi embalada por performances artísticas de Adanilo Reis e Gleici Damasceno e pela trilha sonora de Jonathan Ferr. Os mestres de cerimônia foram a jornalista Aline Midlej e o ator Bruno Gagliasso, que conduziram a premiação. Gagliasso e a mulher Giovanna Ewbank são padrinhos da iniciativa.
A iniciativa reconheceu seis projetos vencedores, cada um representando um dos biomas brasileiros: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal e Pampa. Cada vencedor recebeu R$ 50 mil, consultoria da Plataforma Chico Vive e integração à rede de ativistas formada a partir da premiação.
Os projetos foram selecionados entre mais de 500 inscritos e avaliados com base em seis critérios: continuidade histórica, coletividade, resiliência, mobilização, compromisso com a natureza e inovação.
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| Bioma | Nome do Vencedor | Estado |
| Amazônia | Darlon Neves | Pará |
| Caatinga | Anne Caroline Mendes | Bahia |
| Cerrado | Jonata Barbosa | Minas Gerais |
| Mata Atlântica | Pamela Mercia | Rio de Janeiro |
| Pampa | Renata Silva Padilha | Rio Grande do Sul |
| Pantanal | Juvelino Albuquerque | Mato Grosso do Sul |
| Prêmio Destaque Popular | Joaquim Soares Neto | - |
O prêmio de Destaque Popular, no qual a população pôde votar na sua liderança preferida por meio do site da premiação, foi concedido a Joaquim Soares Neto.
Entre os finalistas, várias iniciativas se destacaram, como o “Filhos da Resistência”, de Raiara Azevedo Barros, na Amazônia, que promove intercâmbio de saberes entre jovens de reservas no Acre, e o “Meninos do Katendê”, de Joanara Vieira Barbosa, no Cerrado, que estimula autonomia alimentar e educação ambiental por meio do plantio de frutas nativas. Confira:
| Nome do Projeto | Coordenador(a) | Bioma/Localização | Estado | Objetivo/Descrição |
| Filhos da Resistência | Raiara Azevedo Barros | Amazônia (reservas) | Acre | Promove intercâmbio de saberes entre jovens de reservas. |
| Meninos do Katendê | Joanara Vieira Barbosa | Cerrado | Minas Gerais | Estimula autonomia alimentar e educação ambiental por meio do plantio de frutas nativas. |
| Meu Quintal Maior que o Mundo | Josué Cristaldo | Pantanal | Mato Grosso / Mato Grosso do Sul | Une produção orgânica, educação ambiental e restauração ecológica. |
| Agro Favela Refazenda | Jaqueline Amorim | Urbano (Paraisópolis) | São Paulo | Fortalece hortas urbanas, capacita mulheres e promove agroecologia, segurança alimentar, turismo comunitário e cultura periférica, gerando autonomia e impacto social. |
Para Amorim, nutricionista e liderança do projeto “Agro Favela Refazenda”, estar entre os finalistas já é um grande passo para o projeto que, de acordo com ela, leva esperança aos moradores de Paraisópolis:
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“É incrível estar aqui hoje para poder falar um pouco sobre tudo que estamos cultivando. O meu território é um território de fome, um lugar onde falam que não é possível e a gente quer mostrar que é possível sim. Nós fazemos mudas nascerem no meio da favela, nós fazemos nascer a esperança. E isso é só o começo.”
O Prêmio não é apenas uma celebração, mas também uma convocação para a juventude assumir protagonismo nas questões socioambientais, como defende Ângela Mendes, filha do ambientalista e presidente do Comitê Chico Mendes, organização criada na noite do assassinato de Chico para cuidar de seu legado e reverberar sua trajetória de luta e de seus companheiros.
“Estar aqui hoje é uma emoção muito forte, ver um sonho se materializando, ver quanto a juventude tem força, tem potência e tem transformado o mundo em um lugar melhor. A emoção transborda”, afirmou Ângela Mendes.
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Bruno Gagliasso, padrinho da iniciativa, destacou a importância de participar do Prêmio Chico Vive: "Mais importante do que estar lá no palco apresentando é de fato estar presente. Todo mundo que esteve aqui tem uma importância fundamental, porque ninguém faz nada sozinho. Tudo isso representa o legado dele para o nosso mundo, para os nossos filhos."
O ator revelou ainda, em primeira mão à Gazeta, que será lançado em breve nos cinemas um filme sobre a vida de Chico Mendes, no qual ele [Bruno] dará vida ao assassino do ambientalista. A produção será a primeira do mundo a adotar critérios de sustentabilidade em todo o processo.
A premiação também ressaltou diversidade e representatividade: a maioria dos projetos inscritos é liderada por pessoas negras e indígenas, refletindo as múltiplas faces da luta ambiental no Brasil.
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Celebrando a trajetória de jovens inspirados por Chico Mendes, a primeira edição do Prêmio Chico Vive serviu não apenas para homenagear, mas também para convocar à ação, reforçando que a juventude é a força motora da transformação e que o futuro se constrói no presente.
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