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DJ Caique durante entrevista à Gazeta | Thiago Neme/Gazeta de S.Paulo
Um dos maiores produtores e beatmakers do Brasil, DJ Caíque já trabalhou com centenas de MCs do País e do exterior e teve papel fundamental em busca de sonoridades surpreendentes que permeiam o rap nacional.
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Ao mesmo tempo, se mantém fiel às origens do movimento, e defende que a arte deve, primeiro, servir a própria arte, para depois buscar caminhos comerciais. Nunca o contrário.
Em entrevista à Gazeta, o produtor explicou que não busca os artistas com mais números nas redes sociais para trabalhar junto, mas os que mais sente afinidade ou emoção. Disse, com orgulho, que já ajudou a dar visibilidade a MCs que hoje são famosos quando ainda eram desconhecidos. Mas, claro, também atuou com lendas já estabelecidas.
Entre os nomes com quem dividiu estúdio estão MV Bill, Projota, Don L, Rodrigo Ogi, Camila CDD, Stefanie, Fabio Brazza, Azagaia, Rashid, Don Cesão, Nocivo Shomon, L7nnon, Cris SNJ, Coruja BC1, Salvador da Rima, Costa Gold, Djonga, Facção Central, Rapadura, Mano Fler e tantos outros.
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Uma maneira que costuma trabalhar é sugerir feats entre famosos e iniciantes. "Eu gosto de fazer música. Se o MC é bom e tem 1.000 seguidores, o outro MC tem 100 mil seguidores e é bom também, por que não juntar? Tenho sempre essa ideia”, destacou.
Com mais de 1.000 obras lançadas (“se bobear posso entrar no Guinness”), disse que não ficou rico com o trabalho apesar de bater números impressionantes nas plataformas digitais. Essa não é a prioridade, porém.
“Me considero uma pessoa rica de poder ajudar os outros, levantar os outros. Gosto de fazer som com pessoas conhecidas, mas nada paga você levantar alguém”, afirmou. Revelou, porém, um certo desconforto por parte dos artistas não mostrar reconhecimento depois de alcançar o estrelato.
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Entre os trabalhos mais importantes estão as seis edições de Coligações Expressivas – que já está indo para a sétima edição. Só esse projeto já teve a participação de mais de 400 MCs.
Para ele, o melhor é fazer álbuns completos, que contenham uma história, do que soltar músicas avulsas. Disse também não ter jeito algum para “se vender” pelas redes sociais. “Não sou modelo, sou produtor. Hoje parece que se você ficar falando na internet, você é mais ouvido do que você lançar uma música”.
Na conversa, confessou que, entre todos os nomes com quem atuou, o seu preferido é MV Bill, a lenda carioca do hip hop nacional. “É o cara que tenho mais trabalhado”.
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Ele explicou, também, por que escolheu usar o pseudônimo Dr. Caligari em seus trabalhos como MC e destacou como ajudar a unir o rap nacional com artistas lusófonos, principalmente de países africanos.
Para se inspirar no seu trabalho gosta de ouvir jazz, funk e trilha sonora das décadas de 1960, 1970 e 1980. A sua forma de criação, disse, é mais instintiva do que programada. “É a mesma coisa que você dirigir um carro: uma coisa é fazer autoescola, outra fita é dirigir na rua”.
O produtor falou ainda da infância como uma estrela de TV, seja como Faustinho, seja como Macaco do Cruj, e revela projetos para o futuro. E projetos não faltam
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Assista à entrevista na íntegra pelo canal da Gazeta no YouTube.
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