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Rael lança 'Onda' com Mano Brown e Ivete após 6 anos de espera

Cantor e compositor fala à Gazeta sobre lançamento, exalta Cassiano e analisa novas gerações do hip hop

Bruno Hoffmann

25/06/2025 às 18:30  atualizado em 25/06/2025 às 18:53

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O cantor e compositor Rael durante entrevista ao podcast Direto da Gazeta

O cantor e compositor Rael durante entrevista ao podcast Direto da Gazeta | Thiago Neme/Gazeta de S. Paulo

Depois de uma espera de seis anos, o cantor e compositor Rael acaba de lançar "Onda", seu quarto álbum da carreira solo.

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Rael acaba de lançar "Onda", o quarto álbum da carreira solo/Thiago Neme/Gazeta de S. Paulo
Rael acaba de lançar "Onda", o quarto álbum da carreira solo/Thiago Neme/Gazeta de S. Paulo
O artista iniciou a carreira no grupo Pentágono, em 2011, e depois se marcou por ser o pioneiro no rap acústico/Thiago Neme/Gazeta de S. Paulo
O artista iniciou a carreira no grupo Pentágono, em 2011, e depois se marcou por ser o pioneiro no rap acústico/Thiago Neme/Gazeta de S. Paulo
Artista lembrou de apresentação histórica com o Coldplay/Thiago Neme/Gazeta de S. Paulo
Artista lembrou de apresentação histórica com o Coldplay/Thiago Neme/Gazeta de S. Paulo
Entrevista à Gazeta foi feita no início desta semana/Thiago Neme/Gazeta de S. Paulo
Entrevista à Gazeta foi feita no início desta semana/Thiago Neme/Gazeta de S. Paulo

A novidade aprofunda a relação do rapper com outros caminhos e gêneros musicais.

Em processo de migração para um novo selo, após a saída da LabFantasma, o artista convidou artistas para a novidade: Mano Brown, Ivete Sangalo, Ludmilla, Marina Sena, Mestrinho, FBC e Luedji Luna, entre outros. Confira entrevista na íntegra:

O título do trabalho é uma homenagem a Cassiano, artista histórico do soul brasileiro, que se tornou popular na década de 1970.

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Em entrevista ao podcast Direto dao Gazeta, nesta semana, Rael se desmanchou ao falar sobre Cassiano, a quem classificou como um artista à frente do seu tempo “que não teve o devido reconhecimento”.

Ele também explicou que o termo “onda” ainda se refere às movimentações das pessoas durante a existência.

“Embora a gente encontre barreiras no meio do caminho, não cessa o movimento. O título vem dessa coisa do nosso movimento corporal e mental”, analisou.

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Ele também afirmou que buscou fazer um disco alegre, para cima. “De história triste o mundo está cheio, e eu não queria contar essas histórias agora. A gente também tem o direito de ser feliz”.

Segundo o paulistano, o seu último álbum, Capim Cidreira, de 2019, era mais introspectivo, e que esse de agora é mais solar. Ele também celebrou por ter sido bem recebido pelos artistas que buscou para estarem no álbum: “Ninguém me falou não”.

Rap acústico

O artista iniciou a carreira no grupo Pentágono, em 2011, e depois se marcou por ser o pioneiro no rap acústico. Sempre buscou aproximar outros públicos e vertentes musicais de seu trabalho.

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Entre as parcerias que promoveu durante a carreira estão Maneva, Emicida, Vitão, Matuê, MC Hariel, Melim, Cynthia Luz, Rincon Sapiência, J. Quest, Thiaguinho e Mariana Aydar.

Nem sempre, porém, foi entendido e celebrado como agora. “Já recebi minhas pancadas por cantor melódico, por ter uma voz aguda e fazer um rap mais leve”, relembrou.

Por isso, disse, evita criticar publicamente nomes da nova geração, apesar de ver que uma parte está no hip hop apenas por dinheiro, sem preocupação com as raízes do movimento.

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Para ele, enquanto sua geração e as anteriores entraram para o rap por "amar muito" e não para "ficar rico", parte da cena atual parece apenas querer ser famoso, sem preocupações de fato com rap.

“A primeira geração abriu o caminho. A próxima, colocou a brita. A minha asfaltou. Agora, parte da nova geração quer apenas passar com a Ferrari por cima”, comparou.

Disse esperar que os novos artistas "não pisem em cima de ninguém" e entendam o propósito do hip hop é o de "transformar vidas" e de "entregar algo para a sociedade".

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Ele também afirmou que, desde o Pentágono, ajudou a atrair um novo público para o rap, inclusive o feminino.

“Antes, [as festas de rap] tinham só homem. E as minas que iam para curtir se vestiam igual homem, para se sentirem inseridas”, destacou.

Homenagem a Cassiano

O conceito do álbum traz a homenagem Cassiano, cantor paraibano reconhecido, ao lado de Tim Maia, Hyldon e outros, como um dos precursores da black music no Brasil.

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Um dos grandes sucessos de Cassiano é justamente “Onda”, que depois seria sampleada pelo grupo Racionais MC’s na música “Da Ponte pra Cá”.

O nome do artista também é citado em “Vida Loka parte 2”, ainda dos Racionais, o que ajudou a popularizar Cassiano para as novas gerações.

“Cassiano era um cara à frente do seu tempo musicalmente falando, e não teve o reconhecido devido. A história mais esquece do que lembra, e por isso quis enaltecer o nome dele. Estamos vivendo um momento do que as pessoas estão um pouco sem memória”, analisou.

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Coldplay

Na entrevista, Rael também destacou a sua participação no show da banda Coldplay, em 2023, no estádio do Morumbi, para mais de 80 mil espectadores.

O convite do vocalista Chris Martin rolou durante um jantar para o qual Rael foi convidado, ao lado de outras personalidades. O cantor se sentou ao lado do brasileiro, conversou por um tempo e pediu o telefone dele, para fazer o convite oficial.

O inglês só questionou qual música ele preferia cantar, e não soube responder na hora. Depois, Rael se mostrou preocupado por supostamente ter mostrado vacilação, achando que o convite não rolaria mais.

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A tranquilidade veio após uma frase de Seu Jorge: “Fica tranquilo, vai acontecer”. E aconteceu.

Rael cantou Envolvidão (“ela tem cores, curvas, sabores/ coisas que seduz...”), e quase não ouvia a própria voz. Só depois, ao assistir ao vídeo, percebeu que o estádio cantou junto com ele.

“Foi um dos momentos mais marcantes da minha carreira”, contou, empolgado.

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Perda da mãe

Parte da inspiração musical, contou, veio do pai, pernambucano, que era multi-instrumentista, com foco na sanfona. Quando criança, aprendeu a tocar zabumba. Logo o rap chamou a atenção do jovem da zona sul paulistana.

O caçula da família se aproximou do hip hop pela dança, pelo break, ainda no início da adolescência, e começou a fazer a transição para as composições e para o canto aos poucos.

Na entrevista, o artista também lamentou a perda da mãe, dona Efigênia, que morreu aos 85 anos no último sábado (21/6), após um processo de adoecimento que seguia desde 2014. Por causa dela, o rapaz pegou gosto pela música popular brasileira.

"Era a hora da passagem. Ela foi descansar", contou, visivelmente tocado.

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