A+

A-

Alternar Contraste

Quarta, 23 Julho 2025

Buscar no Site

x

Entre em nosso grupo

2

WhatsApp
Home Seta

Entretenimento

Theatro Municipal faz história com ópera inédita de Puccini e Strauss

Com direção cênica de André Heller-Lopes e direção musical de Priscila Bomfim, ópera Friedenstag, de Strauss, é apresentada pela primeira vez na América Latina

Mari Ribeiro

22/07/2025 às 15:00

Continua depois da publicidade

Compartilhe:

Facebook Twitter WhatsApp Telegram
Ingressos para a 'double bill' de 'Friedenstag' e 'Le Villi' custam a partir de R$ 33

Ingressos para a 'double bill' de 'Friedenstag' e 'Le Villi' custam a partir de R$ 33 | Larissa Paz/Divulgação

O Theatro Municipal de São Paulo, no Centro Histórico da cidade, exibe uma 'double bill' de ópera, formato que reúne duas obras curtas ou de um ato numa única noite, com uma criação do italiano Giacomo Puccini e outra do alemão Richard Strauss.

Com apresentações até domingo (27/7), as óperas escolhidas são: “Friedenstag” (Dia de Paz), de Strauss, pela primeira vez na América Latina, e “Le Villi” (As Fadas), primeira ópera de Puccini, ambas com direção cênica de André Heller-Lopes e direção musical de Priscila Bomfim. 

Continua depois da publicidade

Com apresentações até domingo (27/7), as óperas escolhidas são: Friedenstag (Dia de Paz), de Strauss, pela primeira vez na América Latina, e Le Villi (As Fadas), primeira ópera de Puccini.
Com apresentações até domingo (27/7), as óperas escolhidas são: Friedenstag (Dia de Paz), de Strauss, pela primeira vez na América Latina, e Le Villi (As Fadas), primeira ópera de Puccini.
Em uma combinação inédita de duas obras importantes, o Theatro Municipal cria um programa operístico surpreendente, sob a assinatura de um dos principais diretores de ópera do Brasil.
Em uma combinação inédita de duas obras importantes, o Theatro Municipal cria um programa operístico surpreendente, sob a assinatura de um dos principais diretores de ópera do Brasil.
Récitas tem classificação livre para todos os públicos e duração aproximada de 170 minutos, incluindo intervalo; os ingressos, disponíveis no site oficial do Teatro, variam de R$ 33 a R$ 210. Fotos: Larissa Paz/Divulgação
Récitas tem classificação livre para todos os públicos e duração aproximada de 170 minutos, incluindo intervalo; os ingressos, disponíveis no site oficial do Teatro, variam de R$ 33 a R$ 210. Fotos: Larissa Paz/Divulgação

As récitas têm classificação livre para todos os públicos e duração aproximada de 170 minutos, incluindo intervalo. Os ingressos, disponíveis no site oficial do Teatro, variam de R$ 33 a R$ 210. 

Detalhes do “double bill” inédito 

A montagem reúne dois grandes nomes da música: Giacomo Puccini e Richard Strauss. Provavelmente os compositores de ópera mais influentes do final do século XIX e início do XX e, apesar de terem obras tão distintas, são representantes do auge das artes em seus países, a Itália e a Alemanha.

Continua depois da publicidade

“Le Villi” (As Fadas), de Puccini, é uma ópera-ballet, com libreto de Ferdinando Fontana, baseada no conto “Les Willis”, de Jean-Baptiste Alphonse Karr, também utilizado no ballet “Giselle”. Já “Friedenstag” (Dia de Paz), de Strauss, é uma ópera em um ato, com libreto de Joseph Gregor, inédita na América Latina.

Além das direções musical e cênica de Priscila Bomfim e André Heller-Lopes, respectivamente, as récitas têm cenografia de Bia Junqueira, design de luz de Fábio Retti, figurinos de Laura Françozo e assistência de direção cênica de Ana Vanessa. O Coro Lírico Municipal tem regência de Hernán Sánchez Arteaga.

Em uma combinação inédita de duas obras importantes, o Theatro Municipal cria um programa operístico surpreendente, sob a assinatura de um dos principais diretores de ópera do Brasil.

Continua depois da publicidade

“Quando fui convidado, pensei: como unir esse primeiro Puccini, que fala de uma lenda fantástica, com uma narrativa de guerra de Strauss? Decidi que poderia trabalhar como se um fosse o prelúdio da guerra e outro a guerra. Nessa montagem, Le Villi se passa no início dos anos trinta e o Friedenstag no auge dos anos da guerra. E isso tudo será conectado por inúmeros recursos cênicos e através de um personagem, Roberto, que é um soldado”, pontua André Heller-Lopes.

Ainda sobre os aspectos da montagem, Heller-Lopes explica que a sua criação se ancora nos recursos originais do texto: “Eu trabalho com o que outros diretores de ópera fazem: a capacidade de fazer um clássico com um ponto de virada, ou um molho diferente, como forma de criar uma sub-leitura no texto. Mas o texto original é sagrado”, pontua. 

Sobre a união musical de dois gênios da ópera, a diretora musical e maestrina regente assistente da Orquestra Sinfônica Municipal, Priscila Bomfim, explica o que o público pode esperar deste programa:

Continua depois da publicidade

“A diferença entre a forma de expressão dos dois compositores é muito clara: Puccini, que ressalta a narrativa de uma fábula encantada com suas melodias marcantes presentes no canto e reforçadas pelos naipes da orquestra; e Strauss, com sua orquestração densa e complexa, que reforça o drama militar e bélico da guerra por meio da pluralidade rítmica e de uma orquestração romântica e com influência wagneriana.”

Ela conta também que a união entre balé e ópera em “Le Villi” apresenta uma música ao mesmo tempo, dançante e operística, ressaltando ainda o desafio de unir dois compositores que são esteios da ópera italiana e alemã na mesma produção.

Sobre “Le Villi” (As Fadas)

Continua depois da publicidade

“Le Villi” é uma ópera inspirada em lendas eslavas sobre espíritos vingativos de jovens traídos pelo amor. Estreada em 1884, carrega influências do estilo composicional de Amilcare Ponchielli, mestre de Puccini, trazendo uma atmosfera quase mística, distinta das obras seguintes do compositor.

A trama é a mesma do famoso balé “Giselle”, de Adolphe Adam: uma jovem de coração partido transforma-se em uma criatura sobrenatural que se vinga de seu amante infiel, forçando-o a dançar até a morte.

Embora não tenha sido bem-recebida no concurso para o qual foi composta, o concurso de Sonzogno, a ópera foi aclamada por críticos que viram em Puccini uma promessa para a ópera italiana. 

Continua depois da publicidade

“O que são essas Villi? São figuras como bacantes, no sentido de serem forças femininas sobrenaturais e vingativas. Essa é a visão da ópera: uma ideia contemporânea, inclusive no estilo do balé, mas na dramaturgia de ópera. A partir disso, uma grande inspiração que me veio foi a imagem da personagem de Metrópolis, de Fritz Lang, que é meio mulher e meio metal”, explica o diretor André Heller-Lopes.

Sobre Friedenstag (Dia de Paz)

“Friedenstag” foi composta por Strauss em 1938, com libreto de Joseph Gregor. Ambientada em uma fortaleza no sul da Alemanha, ao final da “Guerra dos Trinta Anos”, a ópera explora temas de esperança e reconciliação.

Continua depois da publicidade

Na trama, o comandante da fortaleza, em um momento de desesperança, redescobre o valor da paz quando as tropas inimigas cercam seu território. A obra é um reflexo dos tempos conturbados da ascensão do nacionalismo e do militarismo na Europa, oferecendo uma poderosa mensagem pacifista.

“Friedenstag tem uma fama que não corresponde à realidade porque é uma obra sobre a paz, no entanto, como estreou em 1938, na Alemanha, foi utilizada pela agenda do governo. Basta dizer que ela é uma criação de Stefan Zweig, um autor importantíssimo que precisou fugir do regime. O que estamos fazendo é um resgate”, finaliza o diretor.

O que é uma “double bill” de ópera?

Continua depois da publicidade

Um “double bill” de ópera, também chamado somente de “double bill”, é um programa que apresenta duas óperas curtas ou de um ato em uma única noite.

As óperas escolhidas têm frequentemente temas ou estilos contrastantes e são apresentadas consecutivamente, com um intervalo entre elas.

Também no Theatro Municipal de São Paulo, Gregório Duvivier faz apresentações imperdíveis da peça “O Céu da Língua”, que mistura poesia e humor.

Continua depois da publicidade

Serviço
Óperas Double Bill | Le Villi As Fadas, de Giacomo Puccini e Friedenstag Dia de Paz, de Richard Strauss

Le Villi (As Fadas) (70)
Ópera-balé em dois atos de Giacomo Puccini com libreto de Ferdinando Fontana 
Intervalo (20')
Friedenstag (Dia de Paz) (80')

Ópera em um ato de Richard Strauss com libreto de Joseph Gregor
Onde? Theatro Municipal de São Paulo - Sala de Espetáculos - Praça Ramos de Azevedo, s/n - República, São Paulo 
Quando? Terça-feira, 22/7, 20h; quarta-feira, 23/7, 20h; sexta-feira, 25/7, 20h; sábado, 26/7, 17h; domingo, 27/7, 17h

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Conteúdos Recomendados