Tragédia aérea no interior de São Paulo vira série documental com relatos inéditos

O acidente aéreo que matou 62 pessoas em Vinhedo, no interior de São Paulo, em agosto de 2024, se transformou em uma série documental produzida pelos veículos do Grupo EP.

Intitulada “81 segundos”, a produção será lançada nesta quarta-feira (6/8) pelo g1 Campinas e exibida na televisão na sexta-feira (8/8), logo após o Globo Repórter, na TV Globo, para 319 municípios atendidos pela EPTV. O conteúdo também será disponibilizado no Globoplay.

Com duração de 45 minutos, o documentário reúne depoimentos de familiares das vítimas, entrevistas com investigadores e fontes ligadas à aviação civil, além de áudios inéditos captados minutos antes da queda da aeronave. A produção também conta com reportagens complementares no g1, rádio CBN Campinas e EPTV.

Acidente aéreo

O voo 2283 da Voepass decolou de Cascavel, no Paraná, com destino ao Aeroporto de Guarulhos, mas caiu no bairro Jardim Florido, em Vinhedo, às 13h23 de 8 de agosto de 2024. A queda aconteceu após uma perda brusca de altitude de cerca de quatro mil metros em menos de dois minutos.

A aeronave atingiu o quintal de uma casa em um condomínio. Nenhum morador em solo ficou ferido. Foi o pior acidente aéreo no País desde 2007.

Tragédia documentada

O documentário traz trechos inéditos de gravações da tripulação, informações sobre a investigação do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) e relatos de um ex-funcionário da Voepass que afirma ter testemunhado falhas na manutenção do avião ATR 72-500 antes da decolagem.

As gravações foram feitas ao longo de três meses, com deslocamentos em São Paulo, Paraná e Santa Catarina, e mais de quatro mil quilômetros percorridos. A narrativa reúne relatos de pais, filhos e parceiros das vítimas, mostrando como a ausência ainda impacta o cotidiano das famílias.

O nome “81 segundos” remete ao tempo estimado em que o avião levou para cair após perder o controle em pleno voo. Segundo o relatório preliminar do Cenipa, a tripulação relatou falha no sistema de degelo da aeronave, mas a causa oficial ainda não foi confirmada.

Voepass recusou participação

A companhia recusou convite para entrevista no documentário, mas afirmou colaborar com as investigações e manter “compromisso com os mais altos padrões de segurança operacional”.

Procurada pela produção do documentário, a Voepass afirmou, em nota, que o acidente foi “o episódio mais difícil da sua história” e que segue prestando apoio às famílias das vítimas.