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Cristian Baroni marcou seu nome em diversos clubes brasileiros e no Fenerbahçe, da Turquia | Thiago Neme/Gazeta de S.Paulo
Com os títulos de Copa do Brasil, Brasileirão, Libertadores, Paulistão e mais em seu currículo, Cristian Baroni marcou seu nome em diversos clubes brasileiros e no Fenerbahçe, da Turquia.
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Conhecido também por um gol histórico sobre o São Paulo, no Paulistão de 2009, o ex-jogador esteve na Gazeta em entrevista ao G+ Esportes, da TV GMG.
O jogador falou sobre a carreira, trajetória e comentou sobre o momento atual do futebol brasileiro e a diferença para o futebol turco.
Após passar pela base de Cruzeiro e América-MG, Cristian, nascido em Belo Horizonte, capital mineira, chegou ao Paulista, de Jundiaí, time do interior de São Paulo, clube em que começou sua carreira profissional.
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De maneira histórica, a equipe acabou campeã da Copa do Brasil em 2005, comandados por Vágner Mancini. Questionado sobre se a crença desde o começo era de chances de título, Cristian foi sincero.
"O cara que fala que vai jogar em time pequeno e fala que vai ser campeão, é uma das maiores mentiras do futebol brasileiro, até porque é difícil demais você enfrentar times grandes. Naquela época todos os times que a gente enfrentou eram considerados grandes. Juventude e Figueirense estavam na Série A. Botafogo, Internacional, Cruzeiro e Fluminense então, nem se fala".
Ele classificou o título como o mais importante de sua carreira, além do gol marcado contra o Cruzeiro, pelas semifinais da edição, como o mais importante de sua trajetória também.
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Após o sucesso no Paulista, Cristian passou ainda por Athletico-PR e Flamengo (com direito a uma arrancada histórica) até a chegada ao Corinthians, em setembro de 2008.
No Timão, o jogador, que já havia atingidos feitos notáveis, se firmou como um dos grandes personagens da equipe. Chegou a disputar parte da Série B pelo Corinthians e também esteve na equipe vitoriosa da Copa do Brasil e Paulistão de 2009, com a presença de Ronaldo.
Foi neste estadual, inclusive, que Cristian marcou um dos gols mais memoráveis de sua carreira. Na semifinal contra o São Paulo, com cerca de 10 segundos para acabar e o placar empatado, o volante marcou um golaço, e fez uma comemoração efusiva, fazendo um sinal cruzando os braços e mostrando o dedo do meio.
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"Não foi pensada [a comemoração], saiu na hora. Até porque eu não vivo de fazer gol, minha função primeiro era defender. Aí teve essa oportunidade do Elias. Elias fez e em seguida eu fiz e a comemoração foi instantânea. Do jeito que eu acho que todo corintiano queria fazer para extravasar de vez.".
Considerando o futebol de hoje em dia, contudo, Cristian ponderou se faria a celebração novamente, pois o esporte e a repercussão na internet são diferentes de anos atrás.
O time avançou para a final e acabou campeão, com um golaço de Ronaldo por cobertura, sobre o Santos.
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Sobre jogar com Ronaldo, Cristian contou que os jogadores não sabiam mais detalhes da negociação e aguardaram o desenrolar torcendo pelo desfecho positivo.
"Eu tinha pegado ele no Flamengo quando ele começou a treinar, eu tava nessa transição de ir para o Corinthians. Eu tava meio assim, achando que ele não ia vir, porque eu tinha visto ele treinar no Flamengo, e que ele queria jogar lá".
Ronaldo foi muito elogiado por Cristian, tanto por sua qualidade quanto por dedicação.
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"Era uma referência para todos nós. A gente só viu o cara pela televisão. E quando ele chega é uma felicidade para todos. Acho que o time inteiro esperava por isso. E quanto aconteceu mesmo dele chegar no Corinthians foi bom para todo mundo, iniciou.
"Quando ele vem as pessoas [da imprensa] começam a colocar um ponto de interrogação se ele ia conseguir jogar, se ele não ia conseguir jogar. Mas a gente lá dentro a gente sabia o tanto que ele trabalhava, o tanto que ele se dedicava para isso. Sabíamos que se ele conseguisse jogar uns 80% já ajudaria muito, e foi o que aconteceu", concluiu.
Cristian deixou o Corinthians rumo ao Fenerbahçe, da Turquia. Ele discordou que o calendário brasileiro seja tão pior que o europeu, e classificou a diferença na organização e cultura do Brasil para a Europa.
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A distância de locomoção também afeta a recuperação, visto que no Brasil o trajeto para o retorno e ida aos jogos é muito mais desgastante do que na Europa. "Lá também tem copa do país, liga e a Champions, também se joga de três em três dias"
"As estruturas são diferentes. Por exemplo, na Europa você vai fazer um jogo, você volta para casa mesmo dia, às vezes você vai para um jogo e consegue sair do CT para jogar no mesmo dia. Aqui [no Brasil] você não consegue. Aqui, por exemplo, você tem jogo domingo, você tem que sair aqui no sábado, treinar de manhã, ir para o local, dormir para jogar domingo, para você voltar só na segunda-feira. Então você já perde aí praticamente quase de descanso, pois só o Palmeiras tem um avião para viagens."
A cultura e adaptação também foram citadas como fatores importantes após a mudança.
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"Quando eu vou para a Turquia, eu tenho que aprender a cultura deles, a forma como é que a gente brasileiro acha que a gente sabe tudo, a gente quer tudo, a gente acha que somos o melhor em tudo. E quando você sai daqui, você vai pra Europa, aí você acha que vai chegar lá e você é o cara, mas chega lá você não é, você tem que lutar, você tem que começar do zero de novo. A cobrança também existe em todos os lugares, mas tem uma cultura diferente para o jogador conseguir se concentrar."
Após pouco mais de cinco anos, o volante retornou ao Corinthians, em 2014, sendo campeão brasileiro no ano seguinte. No hexacampeonato, o time ainda teve um jogo histórico, novamente contra o São Paulo, vencendo por 6 a 1. Cristian marcou um dos tentos, de pênalti.
Para ele, é preciso respeitar o adversário, e o melhor jeito de mostrar isso é seguir fazendo a maior quantidade gols que for possível. No mais, goleada ou não, a vitória segue valendo os mesmos três pontos.
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"Na realidade, eu sempre tive muita sorte contra o São Paulo. Todos os jogos que eu enfrentei o São Paulo, eu tive um bom desempenho".
Em 2017, ele foi emprestado para o Grêmio, fazendo parte do elenco campeão da Libertadores. O volante elogiou o elenco gremista, com destaque para Arthur Melo e Luan (eleito o Rei da América naquele ano).
O jogador ainda passou por São Caetano, Juventus-SP e Atibaia até se aposentar.
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Após pendurar as chuteiras, manteve-se ativo, atuando na várzea, na Cidade Nova Heliópolis.
Sobre a polêmica de provocações em gols, Cristian foi questionado sobre o chute de Luciano, do São Paulo, na bandeirinha, e toda a confusão que acabou no cartão amarelo para o atacante são-paulino.
"Como que eu vou cobrar uma pessoa no momento do gol que ele é o momento dele? Imagina se todo mundo me segura na hora que eu vou fazer esse gol. Se tudo que fizer tiver reclamações, o futebol hoje virou muito "mimimi". Aconteceu isso com o São Paulo. Miranda fez o gol, foi comemorar lá, depois eu tive o meu momento e está tudo certo. Ele defende o lado dele, eu defendo o meu. Só que hoje tá muito chato. O futebol tá muito chato".
Sobre a arbitragem, Cristian afirmou que ela parou no tempo há alguns anos, e que os árbitros precisam ser profissionalizados urgentemente.
"Eu acho que se a gente coloca uma escola igual de clube mesmo, só que para os árbitros, ter um treinamento, o salário dele do dia a dia ali, a tendência é melhorar, pois aí ele estaria vivendo o futebol ali igual a um jogador. E ele precisa ter cabeça tranquila para trabalhar. Imagina você ficar a semana inteira trabalhando, treinando, chega um jogo importante de noite, decisivo, com estádio lotado, hoje o cara já chega na partida, por conta de toda a logística. Hoje, eles ainda precisam ter um segundo trabalho para se sustentar. Isso não dá, tem que profissionalizar".
Para ele, o VAR também passa pelo mesmo pensamento, sendo uma ferramenta que ainda mais atrapalha do que ajuda.
Cristian elegeu Joel Santana como o melhor treinador com quem trabalhou, pelo Flamengo, citando também Tite e Mano Menezes em suas passagens pelo Corinthians.
Sobre o melhor jogador que jogou junto, listou uma lista extensa de craques, mas o destaque ficou para Ronaldo Fenômeno, com menção honrosa para Alex e Roberto Carlos, no Fenerbahçe. Dentinho foi o escolhido como o mais "resenha".
No mundo da música, Cristian escolheu Eder Miguel e o grupo Doce Encontro. Destacou também a série "Os Donos do Jogo" como a que está assistindo no momento.
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