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'Futebol é natural': campanha de Neymar quer banir os gramados sintéticos

Atletas apontam mais lesões em gramados artificiais, e especialistas concordam que a grama natural é mais segura

Lohe Duarte

24/07/2025 às 13:14  atualizado em 24/07/2025 às 13:15

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Neymar e outros jogadores iniciaram uma campanha nas redes sociais pedindo o fim dos campos com grama sintética

Neymar e outros jogadores iniciaram uma campanha nas redes sociais pedindo o fim dos campos com grama sintética | Reprodução Youtube

O futebol brasileiro está dividido e dessa vez não é uma rivalidade entre clubes, mas sim sobre o tipo de gramado onde as partidas são disputadas. Jogadores como Neymar, Thiago Silva e Lucas Moura iniciaram uma campanha nas redes sociais pedindo o fim dos campos com grama sintética. 

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As postagens tinham a frase “futebol é natural, não sintético” e tiveram o apoio de atletas de vários clubes da Série A.

O argumento principal é que o gramado artificial aumentaria o risco de lesões graves, algo que técnicos como Renato Gaúcho, do Fluminense, também vêm repetindo após partidas disputadas nesses estádios.

No Brasil, apenas quatro arenas contam com piso sintético, entre eles está o Allianz Parque, em São Paulo e o Engenhão, no Rio de Janeiro. Porém, por razões econômicas e de logística, esse tipo de gramado tende a crescer, segundo o Jornal da Unesp.

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Lesões e atrito

Um dos pontos levantados pelos jogadores que pedem o fim dos gramados sintéticos é o risco corporal. Entretanto, a discussão sobre qual tipo de gramado causa mais lesões ainda está longe de um consenso científico. 

Um levantamento recente publicado pela revista eClinicalMedicine revisou quase 1,5 mil estudos e concluiu que o número de lesões pode ser até menor em gramados sintéticos, principalmente entre jogadores profissionais.

No entanto, o próprio estudo reconhece que os dados variam muito conforme os critérios usados para definir o que é uma lesão. Muitos atletas alegam sentir mais dores musculares, escorregões e lesões nos joelhos após jogos em campos sintéticos. 

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Essa sensação pode estar ligada ao material mais rígido e ao atrito maior entre a chuteira e o piso, o que reduz a chance de deslizamento e aumenta o impacto sobre as articulações. 

“No sintético, o gramado não rompe, e isso acaba gerando mais força de torção sobre o corpo do jogador”, explica o docente Leandro Grava de Godoy, um dos principais pesquisadores sobre gramados naturais em atividade no país, ao Jornal da Unesp.

Além disso, ainda são raros os testes que simulam a interação entre o corpo do jogador e o piso, o que dificulta compreender plenamente os riscos. 

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Grama natural: mais cara, mas mais sustentável

Enquanto o gramado natural exige irrigação intensa e uso de pesticidas, ele também contribui com benefícios ambientais importantes, como a absorção de carbono, redução da temperatura e melhoria da qualidade do ar. 

Mesmo exigindo altos volumes de água, muitos estádios estão investindo em cisternas — depósito ou reservatório que serve para captar, armazenar e conservar a água — para captar água da chuva e minimizar o impacto ambiental e conseguir manter a grama natural.

É importante lembrar que a grama artificial também exige irrigação para limpeza e usa materiais que se degradam lentamente no ambiente.

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Gramado sintético tem sido a escolha principal

A escolha por gramados sintéticos, segundo Godoy, é quase sempre financeira. Eles resistem melhor ao uso constante, à realização de shows e a estádios fechados, onde a grama natural sofre mais com falta de luz e circulação de ar. 

Apesar da popularidade crescente dos gramados sintéticos, a Fifa ainda exige grama natural para as partidas da Copa do Mundo. Godoy defende que o gramado artificial tem seu lugar, especialmente para eventos e shows, mas que, para o futebol, a grama natural ainda é superior.

“Para mim, o gramado sintético tem suas funções em relação a shows. Mas, no que diz respeito à prática do futebol e de outros esportes, a grama natural é melhor”, diz Godoy.

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