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Jornalista e corintiano, Luis Fabiani é um dos principais nomes na cobertura do Corinthians no Brasil, atualmente pela Rádio Bandeirantes | Thiago Neme/Gazeta de S.Paulo
Jornalista e corintiano, Luis Fabiani é um dos principais nomes na cobertura do Corinthians no Brasil, atualmente pela Rádio Bandeirantes. Em entrevista ao podcast G+ Esportes, da TV GMG, na Gazeta de S.Paulo, o profissional revelou bastidores do clube que está na semifinal da Copa do Brasil e passa por um momento delicado financeiramente.
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Com passagem pelo Portal Meu Timão, um dos maiores portais especializados em um clube no Brasil, ele também comentou sobre como lidar com as críticas dentro do clube ao noticiar algo negativo de uma gestão.
Por fim, fez ainda sua estimativa de como acredita que o Timão irá encerrar a temporada sob o comando de Dorival. Assista a entrevista abaixo:
Eleito presidente do Corinthians em 2023, Augusto Melo teve sua gestão interrompida por um processo de impeachment, o qual chegou a classificar como um golpe da oposição. Para Fabiani, a eleição se deu apenas como uma forma de protesto do torcedor.
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"O Augusto Melo foi eleito em um voto de protesto do corintiano. O torcedor do Corinthians não estava votando no Augusto Melo por acreditar naquilo que ele propunha, mas porque não aguentava mais os 16 anos de um mesmo grupo político, como foi e o período Renovação e Transparência. Então, começa por aí o erro, porque ninguém tava votando no cara em que acreditavam que seria a mudança do Corinthians. Eles votaram para tirar o André Negão, apoiado pelo Andrés [ex-presidente do Corinthians], porque tinham só dois candidatos", disse.
Segundo o jornalista, o processo para a saída de Augusto Melo do poder foi democrático e justo.
"A saída do Augusto Melo foi pautada no Conselho Deliberativo, aprovada pelo Conselho e posteriormente referendada pelos sócios. Então foi um processo democrático para que ele caísse. Eu não consigo classificar como um golpe", afirmou.
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Luis Fabiani classificou a troca do poder como uma tentativa válida de tentar reerguer o clube, mas afirmou que, na prática, Augusto foi ainda pior que seus antecessores.
"E aí eu acho que foi uma troca necessária ao clube [a saída da antiga chapa], mas o que ninguém imaginava é que em um ano e meio o Augusto Melo se tornaria o pior presidente da história do Corinthians. Essa é a minha perspectiva. Muito pior que o Duílio e Andrés".
Por fim, classificou o processo de troca de farpas e confusões no Parque São Jorge protagonizadas por Augusto Melo e Osmar Stabile (atual presidente do clube), como algo digno de um "The Office brasileiro", se referindo a uma sitcom multipremiada que tinha o humor do constrangimento como seu ponto principal.
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Afirmou que a crítica por parte da direção faz parte da profissão, mas que o jornalista não pode se abalar com isso.
"A represália, infelizmente, é parte do trabalho porque, querendo ou não, quem tá sendo investigado quer cercear a todo custo que isso não se torne público. Mas o jornalista não está ali para agir em prol destas pessoas, está ali para cobrir o clube, não pode deixar de publicar uma informação negativa porque isso vai afetar o dia a dia do Corinthians. Críticas e ameaças vão aparecer, mas o jornalista tem que estar protegido editorialmente e não pode se deixar abalar com isso".
Sofrendo com um transferban (o que impede o clube de registrar novos jogadores) após não pagamento dos R$ 33,4 milhões pela aquisição do zagueiro Félix Torres, o Timão enfrenta o risco de ser punido com um novo impedimento graças ao imbróglio com Matías Rojas, com uma dívida avaliada em pouco mais de R$ 40 milhões.
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Rodrigo Garro (R$ 23 milhões), Maycon (R$ 6 milhões), Martínez (R$ 8 milhões) e Charles (R$ 6 milhões) também podem virar problemas ainda mais graves ao clube.
Outra polêmica recente foi a revelação de que algumas cláusulas de venda futura, diferente do que se especulava, não se tratavam de porcentagens em cima do valor total da venda, mas sim da mais-valia (considerando apenas o lucro). Foram os casos de Murillo (ao Nottingham, da Inglaterra) e Pedro (ao Zenit, da Rússia). E também de uma mais antiga, a de Carlos Augusto (ao Monza, da Itália).
"Isso não é novidade no Corinthians. Tem o exemplo do Denner, lateral esquerdo do sub-20, que foi vendido ao Chelsea. O Corinthians segurou uma parte também. O Wesley, que está no Al-Nassr o Corinthians tem 10%, mas a gente vai ter que investigar para descobrir se é isso mesmo".
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Questionado se acredita que o custo-benefício de Memphis Depay é positivo ao Corinthians, Fabiani afirmou que sim. Para o jornalista, a atuação marcante na reta final do Brasileirão de 2024, ajudando o time a se livrar das posições mais baixas com gols e assistências, já teria justificado a sua chegada.
Com a assistência para o gol do título paulista em 2025, se tornou ainda melhor, embora o profissional reconheça que nas competições continentais o holandês ficou devendo.
"Acho que a passagem é muito boa esportivamente falando. Acho melhor que a do Róger Guedes, por exemplo, que é tão querido por alguns torcedores. Ajudou o time a se livrar do rebaixamento, fez gols importantes, assistência para gol de título e fez o gol contra o Palmeiras na Copa do Brasil que ajudou a condicionar a partida mais para o lado do Corinthians".
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Quanto ao Yuri Alberto, Fabiani afirmou que o custo-benefício da sua contratação só será possível de sacramentar daqui a alguns anos, tendo em vista que jogadores promissores foram cedidos em troca da permanência do camisa 9. Contudo, em campo, Yuri foi elogiado, embora tenha errado no episódio da cavadinha.
"O Yuri mereceu ouvir tudo que ouviu quando deu a cavadinha, foi irresponsável, foi desrespeitoso com a torcida do Corinthians. Acho até que a torcida foi boazinha demais em gritar o nome dele depois do pênalti perdido. Enfim, mas é página virada também. Não pode ficar martelando isso para sempre".
Para o entrevistado, a dupla de ataque ideal segue sendo Memphis e Yuri, que decidiram jogos importantes para o Corinthians. Contudo, o jornalista chamou a atenção para Gui Negão, que segundo ele, deve ser a grande revelação do Timão e que tem condições para buscar seu espaço no time.
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A previsão de Luis Fabiani é de que o Corinthians termine o Brasileirão sem correr riscos de rebaixamento, principalmente se melhorar o desempenho dentro de seu estádio. Uma arrancada na reta final poderia até fazer o time brigar por um eventual G-9, para uma vaga na Libertadores do ano que vem.
Na Copa do Brasil, o profissional elogiou a campanha do Timão até aqui e afirmou que dos quatro times restantes, o Corinthians é o segundo melhor, porém, enfrenta a mais forte, que é o Cruzeiro. Segundo ele, quem avançar deste confronto chega como grande favorito ao título na decisão.
A ordem dos mandos e o fato de que a copa nacional retorna só após o término do Campeonato Brasileiro deixa o cenário ainda mais imprevisível, com Vasco e Fluminense podendo ter evoluído ou piorado do outro lado da chave.
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Para ele, é necessário ter calma ao avaliar o trabalho de Dorival pelo Corinthians uma vez que foi um evento raro o treinador poder contar com Memphis, Yuri e Garro juntos no time. Com isso, o técnico precisou realizar muitos testes, mudando muitas vezes a equipe a cada rodada.
Contudo, mesmo com um Brasileirão discreto, o time se mostrou sólido na Copa do Brasil, o que fortalece muito o trabalho do comandante.
Na questão do elenco, Fabiani afirmou que embora seja inferior aos de Palmeiras, Flamengo e Cruzeiro, o time do Corinthians é muito forte, especialmente se desconsiderarmos as lesões.
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O ponto fraco da equipe, para o jornalista, seria a ausência de pontas no elenco, o que acaba limitando o modo de jogo e as variações táticas para Dorival.
Questionado um nome que ele contrataria para o Corinthians, o profissional afirmou que Lucas Veríssimo seria seu escolhido, por acreditar que teve uma passagem positiva pelo time, deixou a equipe por erros da antiga gestão, e contribuiria para o sistema defensivo alvinegro.
O título paulista foi celebrado pelo jornalista, que afirmou que no estadual, de fato, quem jogou melhor foi o Timão, que teria focado na conquista para encerrar um jejum de títulos.
Todavia, após a conquista, o Timão derrapou na Libertadores, Sul-Americana e no Brasileirão, o que gerou a demissão de Ramón Díaz do comando da equipe. Para Fabiani, a saída foi uma decisão acertada.
"Eu acho que o Ramón não foi injustiçado. O Corinthians termina 2024 muito bem, mas apresenta uma queda em 2025. Para mim, o trabalho do Ramon em 2024 é um trabalho de nota 9,5 de 10, mas em 2025 é um trabalho de nota 6,5 ou 7, que foi coroado pelo título paulista. Passa dificuldade na Libertadores por querer mudar esquema para o jogo, faz partidas protocolares no Paulistão antes do mata-mata."
Ainda segundo o entrevistado, a crítica pública de Memphis Depay e a denúncia contra Augusto Melo no caso Vai de Bet "fecharam o caixão" de Ramón no clube.
"Ele perde um jogo em casa contra o Fluminense, que é um jogo que fecha o caixão e que tem praticamente uma entrevista denúncia do Memphis em que ele fala que o time já não evoluía mais. E você tem um outro parênteses que ninguém se lembra, que o dia que o Ramon é demitido, é o mesmo dia que o Augusto Melo vai à delegacia depor sobre o caso Vai de Bet na condição de investigado, então precisa desviar o foco dele".
Por fim, na reta final do bate-papo, Luis Fabiani elegeu um jogador superestimado e um subestimado no Corinthians e escolheu seu artista, filme e série preferidos.
O jornalista rasgou elogios ao Gil, afirmando que ele foi o melhor zagueiro que já viu jogar pelo Corinthians, além de enaltecer a sua entrega dentro de campo. Do elenco atual, enalteceu Breno Bidon, que serve como um "coringa" para o time e vem sendo elogiado pela comissão técnica.
Leandro Castan foi outro elogiado e considerado subestimado. O jornalista afirmou que o zagueiro foi um dos três melhores jogadores da campanha do título da Libertadores em 2012.
Quanto aos superestimados, Martínez foi o escolhido do elenco atual, que segundo Fabiani, se destaca mais pela mística de ser "briguento", do que de ser um bom jogador. "Eu acho que falta muita coisa para o Martínez", disse.
Na história, o jornalista polemizou ao afirmar que a passagem de Ronaldo Fenômeno pelo Timão é superestimada.
"Não falo do jogador, mas da passagem pelo Corinthians do Ronaldo. É superestimada. Tem gente que coloca ele na seleção histórica do Corinthians, que é um uma atrocidade completa. Ele jogou muito menos que Liedson, Jô, Guerrero, mas ele é colocado pela crítica como um cara acima deles. A passagem do Ronaldo pelo Corinthians foi muito boa, mas é superestimada, foi muito pior que a do Tévez, por exemplo, e são dois caras colocados no mesmo patamar".
Apesar de preferir séries a filmes, elegeu "Corra que a Polícia vem aí" como seu longa e Leslie Nielsen como seu artista favorito.
Entre as séries, classificou The Office como a melhor. Creed e Kevin, além de Michael Scott foram os personagens destacados
"Estou no ponto que eu não consigo mais ver outras séries de humor desde que eu vi The Office. As outras parecem bobas".
Na parte musical, destacou Thiaguinho como seu cantor preferido, revelando que marca presença no evento "Tardezinha", organizado pelo cantor.
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