Brasil derruba os EUA no basquete e reacende trauma olímpico americano

O Brasil se tornou campeão da Americup de basquete masculino no domingo (31/8), ao derrotar a Argentina em Manágua, capital da Nicarágua. A semifinal chamou ainda mais a atenção, quando os brasileiros derrotaram os Estados Unidos por 92 a 77.

Muita gente se lembrou de Oscar Schmidt e Marcel de Souza e do feito nos Jogos Pan-Americanos de Indianápolis, nos Estados Unidos, 38 anos atrás.

A partida histórica

Na final do Pan-Americano de Indianápolis, em 1987, Brasil e Estados Unidos se enfrentariam mais como praxe, já que a vitória ianque era considerada certa. A seleção da casa jamais perdera uma partida no país.

Por outro lado, o consenso entre a seleção brasileira era que a prata já seria uma grande conquista. “Tínhamos medo de perder por 50 pontos de diferença”, admitiu o ala Marcel.

Não à toa. Ao fim do primeiro tempo, os Estados Unidos já venciam por 68 a 54. Só que na segunda etapa as coisas começaram a mudar. Oscar não parou de acertar os arremessos de três pontos. Marcel também se mostrava mais incisivo na conclusão dos lances. Juntos, marcaram impressionantes 55 pontos só no segundo tempo.

Em uma virada espetacular, o Brasil venceu por 120 a 115. Era a primeira derrota em casa e a primeira vez que a seleção norte-americana sofria mais de 100 pontos. As cenas dos brasileiros chorando copiosamente rodaram o mundo.

Enquanto isso, as câmeras flagravam a cara de incredulidade dos atletas norte-americanos. Já os organizadores nem tinham o áudio do Hino Nacional para a entrega das medalhas, tal era a falta de confiança que havia na vitória tupiniquim.

O grande efeito involuntário da partida histórica foi o surgimento do Dream Team norte-americano nas Olimpíadas de Barcelona, em 1992. Até então, os Estados Unidos formavam seleções só com atletas universitários, sem os astros da NBA, para disputar as Olimpíadas.

“Ligamos o sinal amarelo para eles. Ali perceberam de vez que o resto do mundo já estava preparado para enfrentá-los de igual para igual”, lembrou o armador Guerrinha.