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O VAR foi utilizado pela primeira vez de forma oficial em 12 de agosto de 2016 | Reprodução/X/Athletico-PR
Uma ferramenta que chegou para acabar com as polêmicas de arbitragem, mas acabou apenas as ressignificando: o VAR (árbitro de vídeo), chegou ao futebol em 2016. De lá para cá, muitos acreditam que os erros não só não diminuíram, como podem ter aumentado.
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Mas entre erros e acertos, hoje em dia fica muito difícil de imaginar um jogo de futebol de alto nível sem o uso da tecnologia. O método chegou para auxiliar a arbitragem a corrigir erros claros e óbvios, como também existem no vôlei e basquete, por exemplo.
O pedido da implementação se deu em um período com erros grotescos que acabaram decidindo jogos importantes e gerando revoltas. Portanto, se hoje com o VAR os erros são recorrentes, antes não era um cenário melhor. Conheça como foi a chegada do sistema no esporte.
O VAR foi utilizado pela primeira vez de forma oficial em 12 de agosto de 2016. A partida em questão foi válida por uma espécie de terceira divisão dos Estados Unidos, entre Orlando City II e New York Red Bulls II.
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O árbitro de vídeo foi utilizado duas vezes na partida. A primeira utilização do recurso foi para revisar um lance de pênalti para o time de Orlando. Já a segunda foi para uma checagem sobre cartão para um atleta também do Orlando City II. O árbitro da partida foi o Ismail Elfath, o primeiro a ser chamado para "a cabine do VAR".
Contudo, o uso pioneiro estava longe de possuir toda a estrutura que conta hoje em dia. Foi necessária uma improvisação para que o uso pudesse ocorrer: um auxiliar da arbitragem teve que segurar o monitor fora de campo para o juiz conseguir analisar o lance, uma vez que não havia uma cabine para que o monitor ficasse melhor colocado.
Por ter sido uma partida de terceira divisão norte-americana, a inovação foi pouco divulgada, quase não tendo repercussão.
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A discussão da necessidade da existência de um árbitro de vídeo se intensificou momentos antes da disputa da Copa do Mundo de 2010, realizada na África do Sul. Em um duelo válido pela repescagem para definir quem disputaria o Mundial, uma enorme polêmica ocorreu.
A partida, entre França e Irlanda acabou com a classificação dos franceses graças a um gol irregular. Thierry Henry, ídolo francês e considerado um dos maiores atacantes do Arsenal e do Campeonato Inglês, evitou que uma bola saísse utilizando a mão, de forma descarada. Assim, dominou a bola e deu o passe para Gallas, que marcou o gol da classificação.
Mesmo sendo um lance claro para se definir que se tratou de um gol ilegítimo, a equipe de arbitragem não percebeu o erro, validando o gol. O caso repercutiu, com a arbitragem sendo duramente criticada e até o atacante Henry recebendo comentários negativos da imprensa e de fãs de futebol.
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Durante a Copa de 2010, outro erro chamou atenção: um gol não validado de Frank Lampard para a Inglaterra, em duelo válido pelas oitavas de final contra a Alemanha.
O lance em questão se tratou de um chute de fora da área em que a bola bate no travessão e pinga dentro do gol, ultrapassando totalmente a linha. O gol seria o de empate para a partida naquela altura (o placar marcava 2 a 1 para os alemães). A partida acabou 4 a 1 para a Alemanha.
Surgiu então um coro, especialmente dos ingleses, para a criação de uma tecnologia que identificasse quando a bola ultrapassasse totalmente a linha do gol, com um chip no material de jogo.
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Dois anos depois, a Inglaterra se beneficiou do mesmo erro que havia sofrido. Em jogo válido pela Eurocopa, a Ucrânia fez um gol que não foi validado pelo mesmo motivo.
Com três erros em um curto intervalo de tempo, a Fifa decidiu agir, com a criação da Goal Line Technology, ou tecnologia da linha do gol. Ela sinaliza ao árbitro toda vez que a bola (com um chip), ultrapassa totalmente a linha do gol.
A primeira Copa do Mundo com esta tecnologia ocorreu em 2014, no Brasil, com a Fifa colocando a ferramenta em todos os estádios que seriam sedes do torneio.
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Porém, com o fim do Mundial, o Brasil se recusou a manter a tecnologia, afirmando que teria um custo elevado para a manutenção, pois teria que instalar em todos os estádios de competições oficiais.
Até hoje, inclusive, essa tecnologia não foi instalada, com o VAR sendo usado para lances polêmicos de se a bola ultrapassou ou não a linha.
Paralelamente à implementação da tecnologia da linha de gol, Gianni Infantino, que havia acabado de assumir a presidência da Fifa, também autorizou testes do árbitro de vídeo em seis países, incluindo Brasil e EUA.
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O recurso foi usado realmente pela primeira vez em um amistoso na Holanda, mas foi estreou oficialmente na partida da United Soccer, pois os Estados Unidos já estavam mais acostumados com esta dinâmica.
No Brasil, a ferramenta estreou na final do Campeonato Pernambucano de 2017, entre Salgueiro e Sport.
Em competições nacionais, a CBF implementou o VAR a partir das quartas de final da Copa do Brasil de 2018. Na final, um gol do Pedrinho, do Corinthians, acabou anulado após interferência da ferramenta. O Timão acabou com o vice-campeonato e o título foi para o Cruzeiro.
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Nas competições sul-americanas, a Conmebol também implementou o árbitro de vídeo a partir das quartas de final da Libertadores e da Sul-Americana no mesmo ano que o futebol brasileiro.
No Brasileirão, o primeiro jogo com VAR aconteceu apenas na primeira rodada da edição seguinte (2019), na partida São Paulo 2 x 0 Botafogo. Desde então, todas as partidas do torneio ocorreram com a ferramenta.
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