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Montaria de touro em Barretos completa 40 anos

evento. As montarias em touro completam 40 anos na Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos, que começa nesta quinta-feira

Bruno Hoffmann

Publicado em 15/08/2019 às 01:00

Atualizado em 13/09/2021 às 15:42

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Montaria de touro em Barretos completa 40 anos com polêmicas e prêmio de até R$ 280 mil / /Andre Monteiro

No começo elas eram tratadas quase que como atração circense, pagavam mal e atraíam poucos interessados em enfrentar animais considerados enormes. Já hoje são a principal atração entre as provas de rodeio no País, dão prêmios milionários aos seus campeões e são alvo constante de embates entre organizadores e entidades de proteção animal.

As montarias em touro completam 40 anos na Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos (a 423 km de São Paulo), que começa nesta quinta-feira (15) com a expectativa de reunir 1 milhão de visitantes em 11 dias.

Ao final do Barretos International Rodeo, dia 25, o campeão sairá da arena de rodeios projetada por Oscar Niemeyer (1907-2012) levando como prêmio uma camionete de
R$ 280 mil, cenário muito diferente do registrado nos primórdios da modalidade no País.

Elas surgiram em 1979, impulsionadas pelo ex-peão Tião Procópio, 60, que inspirou Tião Higino, personagem de Murilo Benício na novela "América". Vencedor da mais tradicional festa do País no ano seguinte, como prêmio ele levou para casa uma TV de 14 polegadas. "Colorida", disse.

Os prêmios melhoraram, superaram os pagos nas montarias em cavalos (cutiano) e, na avaliação de organizadores e competidores, são compatíveis com os riscos que os atletas de rodeio correm nos 8 segundos - tempo para que uma montaria seja válida.

Preparados a partir de melhoramento genético, com ração equilibrada, água fresca, sombra, suplementos e veterinários disponíveis em tempo integral, os touros cada vez mais têm melhores desempenhos nas arenas. E estão mais fortes, chegando a pesar mais de uma tonelada.

A genética é usada para se chegar ao touro ideal para o tropeiro: que ganhe peso rapidamente ou não, tenha boa musculatura, sem tendência a acumular muita gordura ou para ter ossos mais finos e leves. Tudo para que ele pule mais e derrube os peões. Há touros cujo valor de mercado supera R$ 1 milhão.

Campeão em Barretos em 1999, Neyliowan Mulinari Tomazeli, 41, é um exemplo das duas faces dos rodeios. Em 2001, em Jaguariúna (SP), ele foi derrubado pelo lendário touro Bandido que, não contente, o arremessou a quase seis metros de altura. O peão caiu de cabeça, desmaiou, correu risco de ficar tetraplégico e passou nove meses numa cadeira de rodas.

Após se recuperar, desafiou o touro dois anos depois em Barretos e perdeu. "Nunca tive um pingo de medo dele, só tem medo quem não tem fé. Sinto vontade de morder o pescoço dele até hoje, mas medo? Não", disse ele, que abandonou as arenas em 2005 e amealhou como prêmios em sete anos de carreira 11 carros, 2 camionetes e 29 motos, além de dinheiro. Investiu em duas fazendas, em São Paulo e Mato Grosso. "Enfrentaria tudo de novo." No exterior, os peões têm se destacado nos mundiais da PBR (Professional Bull Riders). Em 25 edições, brasileiros conquistaram 10 títulos, inclusive a última, que rendeu a Kaique Pacheco US$ 1,53 milhão (R$ 6 milhões).

Neste ano, o mais bem colocado é José Vitor Leme, terceiro no circuito, que amealhou US$ 302 mil (R$ 1,19 milhão) até aqui - a final é em novembro. (FP)

 

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