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Bolsonaro durante reunião com governadores do Sudeste nesta quarta-feira | Marcos Corrêa/PR
Em reunião de Jair Bolsonaro (sem partido) com governadores do Sudeste para tratar da crise do novo coronavírus, houve uma dura troca de palavras entre o presidente e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) na manhã desta quarta-feira. As farpas se iniciaram após governador paulista dizer, ao fim do encontro por videoconferência, para Bolsonaro ter “serenidade, calma e equilíbrio”.
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"Peço que o senhor tenha serenidade, calma e equilíbrio. Mais do que nunca, o senhor precisa comandar o País”, disse Doria, sem alteração de voz.
Como resposta, Bolsonaro fez duras duras críticas ao tucano. “Subiu à sua cabeça a possibilidade de ser presidente do Brasil. Não tem responsabilidade. Não tem altura para criticar o governo federal”, afirmou. ”Se você não atrapalhar, o Brasil vai decolar e conseguir sair da crise. Saia do palanque”, completou Bolsonaro, ladeado pelos ministros Luiz Henrique Mandetta (Saúde) e Paulo Guedes (Economia).
O presidente continuou, aos berros: "Não aceito em hipótese nenhuma essas palavras levianas, como se vossa excelência fosse o responsável por tudo o que acontece de bom no Brasil".
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"[Doria] acusa, levianamente, esse presidente que trabalha 24 horas por dia. Não aceitamos essa demagogia barata. Vossa excelência não é exemplo para ninguém. Senhor governador João Doria, faça sua parte", finalizou o presidente.
Ao fim da reunião, Doria usou o Twitter para dar sua versão, e chamou o comportamento do presidente de “decepcionante”.
“Decepcionante a postura do Presidente Jair Bolsonaro na reunião que tivemos há pouco com Governadores do Sudeste para tratar sobre o combate ao coronavírus. Levamos as solicitações do Governo de SP e nosso posicionamento sobre a forma como a crise deve ser enfrentada. Recebi como resposta um ataque descontrolado do Presidente".
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"Ao invés de discutir medidas para salvar vidas, preferiu falar sobre política e eleições. Lamentável e preocupante. Mais do que nunca precisamos de união, serenidade e equilíbrio para proteger vidas e preservar empregos”, disse o governador.
Referindo-se ao polêmico discurso de Bolsonaro na noite de terça-feira (24), Doria falou ainda sobre as consequências da pandemia em São Paulo. “Presidente, no nosso Estado temos 40 mortos por COVID-19 dos 46 em todo o Brasil. São pessoas que tinham RG, CPF, e familiares que continuarão sentindo sua falta. Não são mortos de mentirinha, presidente. E essa não é apenas uma ‘gripezinha’”, finalizou.
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