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Aumenta busca por clube de tiro

DECRETO SOBRE POSSE. Desde que Bolsonaro assinou decreto sobre a posse de armas, a procura pelos cursos de tiro triplicou

ALINE

Publicado em 04/02/2019 às 16:04

Atualizado em 04/02/2019 às 18:27

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Prova prática consiste em acertar 10 tiros no alvo em distâncias de 5 e 7 metros em tempo cronometrado / nair bueno/diário do litoral

Desde que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) assinou o Decreto nº 9.685/19, que torna menos rígidos os critérios para alguém solicitar a posse de arma de fogo - que permite ter o equipamento em casa ou estabelecimento comercial -, a procura pelos cursos teórico e prático necessários para quem quer o direito à posse de armas triplicou. Quem afirma é João Carlos Cubas de Almeida, proprietário de um clube de tiro em Santos e ex-coronel da PM.

De acordo com ele, sem detalhar números por questão de segurança, o clube, que já conta com cerca de mil associados, tem registrado picos de atendimentos de pessoas em busca de informações sobre documentação, taxas, cursos e valores.

Há 40 anos no ramo, João explica que todo o processo para conseguir a posse de uma arma demora de 3 a 5 meses e não sai por menos de R$3 mil, mais o preço da arma. No total, cada cidadão tem direito a ter quatro armas e o prazo para renovar o registro da posse aumentou de 5 para 10 anos. Para o porte não houve ainda nenhuma alteração na lei.

PASSO A PASSO.

Para solicitar a posse à Polícia Federal é necessário cumprir algumas exigências como: ter mais de 25 anos, residência e trabalho fixos, não ter antecedentes criminais nem processo em andamento, e comprovar capacidade técnica e psicológica.

"Como todo esse processo precisa estar documentado, tem gente que prefere pagar um despachante para cuidar da papelada. Enquanto isso, é necessário que o cidadão faça o curso teórico que, neste clube, é passado em 15 horas. Depois disso ele faz uma prova com 20 questões e precisa acertar pelo menos 12. Se aprovado, segue para a prova prática", explica João.

Esta parte é divida em duas etapas. Na primeira é preciso dar 10 tiros no alvo a uma distância de 5 metros e acertar os locais que valem mais pontos, como cabeça e o tronco, em tempo cronometrado. A segunda consiste em 10 tiros no alvo a 7 metros em 40 segundos, o que dá cerca de 4 segundos por tiro.

Se não conseguir, é preciso começar tudo de novo. Se passar, será encaminhado para os testes de aptidão psicológica, que só podem ser realizados com psicólogos credenciados pela Polícia Federal. Após o trâmite, o processo com todas as certidões e resultados do curso é enviado à Polícia Federal, órgão que emite a licença da posse.

Cubas explica que o calibre máximo permitido ao cidadão comum é o 38.

EFETIVA NECESSIDADE.

Se antes era necessário comprovar a efetiva necessidade, agora não precisa mais. Isso porque o decreto fixou que para obter uma arma de fogo é preciso morar em cidade com índice de homicídio superior a 10 por 100 mil habitantes - índice superado por todos os estados do Brasil.
(Vanessa Pimentel/DL)

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