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Baixada pode se tornar rota de tempestades

em 30 anos. Segundo climatologista, nos próximos 30 anos, a Baixada Santista pode se tornar uma rota de tempestades tropicais

Matheus Herbert

Publicado em 01/05/2019 às 01:00

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Localização geográfica da Baixada e aumento da temperatura do oceano são fatores preocupantes / / Nair Bueno/DL

A tempestade que atingiu a Baixada Santista na tarde do último domingo passado assustou moradores, derrubou mais de 100 árvores, deixou uma vítima fatal em São Vicente e trouxe de volta questionamentos a respeito das mudanças climáticas. As rajadas de ventos, que alcançaram 150 km/h, fizeram surgir nas redes sociais imagens que mostravam o desespero das pessoas ao verem telhas voando como se fossem folhas de papel, motociclistas perdendo o controle de seus veículos, árvores caindo, explosão de geradores em Santos e muitas cidades sem luz.

Enquanto para alguns as tempestades são fenômenos normais, para outros a força com que elas têm chegado à costa está crescendo ano a ano devido aos efeitos do aquecimento global.

Para o climatologista Rodolfo Bonafim, a violência destes eventos tende a aumentar. Tanto que, nos próximos 30 anos, a Baixada Santista pode se tornar rota de tempestades tropicais, já que a posição geográfica (ao nível do mar) e o aumento da temperatura do Oceano Atlântico são fatores essenciais para este cenário, segundo Bonafim.

"Não será comparável ao que acontece na Flórida, por exemplo. Lá a temperatura do oceano é mais quente e o ar é mais frio do que no Brasil, por isso o choque térmico é mais forte e acontecem furacões tão devastadores. Aqui o que deve acontecer se a temperatura do Oceano Atlântico continuar subindo são tempestades tropicais, com ventos e chuvas mais fortes que podem causar muitos estragos, mas menos potentes do que os furacões", explica.

Ele alerta sobre a necessidade de as cidades se prepararem para os efeitos causados por eventos climáticos de maior magnitude.

"Não estamos acostumados com este tipo de acontecimentos, mas é preciso pensar em ações e medidas preventivas porque a tendência é piorar", diz.

Rotas de fuga.

Rodolfo sugere que as prefeituras façam a implementação de planos de contingência e rotas de fuga. Com eles é possível minimizar os prejuízos e consequências negativas em situações de emergência.

Até o momento, apenas Santos possui um Plano Municipal de Contingência para Ressacas e Inundações, instituído em julho de 2017, porém o documento não abrange outras emergências advindas de eventos climáticos além mar, nem rota de fuga.

Outro ponto é relacionado ao planejamento estrutural dos municípios. Como os ventos devem ficar mais fortes, seria necessário repensar o material usado em semáforos, placas de sinalização, outdoors e fiação. Até mesmo o revestimento dos imóveis deveria ser analisado para evitar desprendimento e possíveis acidentes.
(Vanessa Pimentel/DL)

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