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Moradores temem fios de alta tensão

SANTOS. Torres de transmissão serão realocadas dentro do bairro Chico de Paula; vão passar 88 mil volts sobre as casas e comércios

Matheus Herbert

Publicado em 14/05/2019 às 01:00

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Moradores têm medo de acidentes por causa de tráfego intenso, ruas estreitas e alagamentos / /NAIR BUENO/DIÁRIO DO LITORAL

Para que as obras da nova entrada da cidade de Santos possam ser finalizadas, será preciso realocar a linha de transmissão de energia elétrica de alta tensão que passa onde será construído um viaduto. Com isso, algumas torres de transmissão serão reposicionadas em ruas paralelas, dentro do bairro Chico de Paula, em Santos, para formar um novo trajeto que não atrapalhe a conclusão das obras e o fluxo do trânsito no local.

Entretanto, moradores alegam riscos estruturais nos imóveis, pois as torres são largas e pesadas, além de que em alguns casos estão sendo instaladas a apenas um metro de distância de residências. Assim como existe o risco de choque elétrico, uma vez que passarão 88 mil volts acima de suas casas.

"Aqui no Chico de Paula já existem duas torres e agora querem colocar mais quatro dentro do bairro, 88 mil volts passando por cima de casas, comércios, escola, posto de combustível", comenta Fabiane Figueira, moradora do bairro.

Muitos moradores têm medo que com o tráfego intenso de veículos pesados e de grande porte na região, ruas estreitas e constantes alagamentos, ocorrer um acidente seja inevitável.

Para João Inocêncio, que vive no bairro desde 1952, "os anseios da comunidade prioritariamente são: acabar com as enchentes e extraordinariamente não permitir a instalação das torres de alta tensão dentro do bairro". João Inocêncio, que acompanha o caso desde a primeira reunião, acredita que a união dos moradores do Chico de Paulae a força do Ministério Público (MP) possa reverter essa situação.

"Acionamos o MP e estamos aguardando um respaldo legal. Acredito que os promotores poderão nos ajudar", explica João.

A Prefeitura de Santos licitou e contratou as obras da etapa 3, já em andamento e que contemplam a construção de um viaduto e redes de drenagens na entrada da cidade. Uma parte dos serviços previstos autoriza a subcontratação de empresas, que devem obrigatoriamente ser credenciadas junto à Companhia Piratininga de Força e Luz (CPFL).

OUTRO LADO.

Procurada, a prefeitura informou por meio de sua assessoria que "os projetos apresentados definem a remoção e realocação dos postes, serviço fundamental para a construção do viaduto, com aprovação da concessionária do serviço (CPFL), que tem competência técnica para isso."

Consultada, a CPFL informou que recentemente, em reunião no Ministério Público Estadual, por meio do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (GAEMA), esclareceu que toda a legislação e normas técnicas aplicáveis foram observadas na aprovação do projeto e que apresentará todas as documentações que forem
requisitadas.

"A CPFL Piratininga informa que a realocação dos equipamentos mencionados foi uma solicitação da Prefeitura Municipal de Santos e que o novo traçado foi aprovado pelos órgãos públicos
responsáveis".

Segundo moradores, faltou perguntar se quem mora ali queria. Porém, a empresa alega que "o projeto foi apresentado à comunidade em setembro de 2018, em reunião aberta a representantes e que contou com a participação do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CREA), do poder público e da CPFL Energia". (Thaigo Costa/DL)

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