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A carta de Einstein que mudou a história da humanidade: 'Grande erro da minha vida'

Cientista passou o resto da sua vida arrependido da correspondência que enviou

Jenny Perossi

24/10/2025 às 12:24

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Einstein se tornou uma lenda, símbolo da física moderna

Einstein se tornou uma lenda, símbolo da física moderna | Imagem: Sir proença/Wikimedia Commons

As bombas atômicas, que mataram entre 150 a 246 mil pessoas nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, poderiam nunca ter existido, e a humanidade seria poupada dos horrores radioativos, se não fosse pela carta de um cientista. O mais famoso dentre todos eles.

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O físico escreveu a carta por influência de Leo Szilard, seu ex-aluno. Imagem: Time Life Pictures/Wikimedia Commons
O físico escreveu a carta por influência de Leo Szilard, seu ex-aluno. Imagem: Time Life Pictures/Wikimedia Commons
O teste Trinity, no Novo México, foi a primeira explosão nuclear da história. Imagem: Domínio Público
O teste Trinity, no Novo México, foi a primeira explosão nuclear da história. Imagem: Domínio Público
Little Boy foi lançada em Hiroshima. Imagem: Domínio Público
Little Boy foi lançada em Hiroshima. Imagem: Domínio Público
Fat Man foi lançada em Nagazaki. Imagem: Domínio Público
Fat Man foi lançada em Nagazaki. Imagem: Domínio Público
Tsar Bomba foi o artefato mais poderoso já construído. Se jogado sobre Paris, a cidade inteira vivaria poeira instantaneamente. Imagem: Croquant/Wikimedia Commons
Tsar Bomba foi o artefato mais poderoso já construído. Se jogado sobre Paris, a cidade inteira vivaria poeira instantaneamente. Imagem: Croquant/Wikimedia Commons
Einstein se tornou uma lenda, símbolo da física moderna. Imagem: Sir proença/Wikimedia Commons
Einstein se tornou uma lenda, símbolo da física moderna. Imagem: Sir proença/Wikimedia Commons

A parte irônica? Albert Einstein era pacifista convicto, sendo contrário a guerras e a favor do desarmamento. Mesmo assim, foi por causa de uma correspondência datilografada por ele, dirigida ao presidente americano Franklin D. Roosevelt, que a bomba atômica começou a ser construída.

Entenda melhor sobre a carta que fez Albert Einstein se arrepender pelo resto da vida, e morrer em desgosto 10 anos após o fim da guerra.

Breve história sobre Einstein

Albert Einstein é considerado por muitos um dos maiores gênios da humanidade. As teorias que desenvolveu, especialmente a relatividade restrita e a geral, mudaram a maneira como compreendemos a realidade. 

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A equação E=mc² (energia é igual à massa vezes o quadrado da velocidade da luz) foi elaborada em consequência da relatividade restrita, e mostrou que massa e energia são, na verdade, expressões diferentes da mesma coisa. 

Perceba que a velocidade da luz ( c ), que já é um valor alto, é elevada ao quadrado. Isso mostra que mesmo uma quantidade pequena de massa já contém uma imensa quantidade de energia. O que os cientistas não sabiam era como converter uma coisa em outra.

Nascido na Alemanha, Einstein era, além de judeu, de esquerda e defensor ferrenho da razão científica. Por essas razões, fugiu do país em 1933, com a ascensão de Hitler, e se mudou para os Estados Unidos.

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A fatídica carta

O gênio não foi o único cientistas a fugir da Europa por causa dos horrores do nazismo. Diversos intelectuais de várias áreas do conhecimento também tiveram que escapar do regime de Adolf Hitler.

Junto com Einstein, fugiu para os Estados Unidos um húngaro que foi seu ex-aluno, Leo Szilard, e foi ele que instigou o cientista a redigir a carta, que daria origem a um projeto ultrassecreto de milhões de dólares: o Projeto Manhattan.

“Os trabalhos recentes na física nuclear aumentaram a probabilidade de transformar o urânio em uma nova e importante fonte de energia”, afirma a carta, de 1939. Essa energia poderia ser convertida “para a construção de bombas extremamente poderosas”.

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Einstein e Szilard temiam que a Alemanha nazista, após uma decisão de não vender mais urânio enriquecido para a Tchecoslováquia ocupada, pudesse estar começando o desenvolvimento de uma bomba atômica do eixo.

Peter Klarnet, especialista em assuntos americanos, afirma para a BBC que “de muitas formas, esta carta marca uma reviravolta fundamental na história da ciência, da tecnologia e da humanidade”. 

Já para Bryn Willcock, professor da de Relações Internacionais da Universidade de Swansea, “O conteúdo da carta foi fundamental para conseguir ações diretas do presidente Roosevelt”.

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Bomba atômica

O que as equações de Einstein e estudos de diversos outros físicos da época sugeriam é que, ao bombardear núcleos de urânio instáveis com partículas neutron, uma reação em cadeia violenta poderia começar, liberando a energia do E=mc².

Cinco anos depois da carta, o projeto Manhattan, chefiado por Robert Oppenheimer, explode o primeiro protótipo de bomba nuclear no deserto do Novo México. Um mês após, a carne de milhares de japoneses foi derretida para fora de suas faces pelo calor da bomba “Little Boy”, em Hiroshima.

Três dias depois, “Fat Mom” foi lançada em Nagasaki, matando instantaneamente outros milhares de civis. As duas cidades foram destruídas, e até hoje a ciência tem dificuldade de estimar o número de vítimas de envenenamento radioativo causado pelos artefatos.

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Fez diferença?

O conto da carta de Einstein-Szilard é uma das histórias mais conhecidas da ciência moderna. Tanto que uma das cópias assinadas pelo físico foi leiloada por 4 milhões de dólares em 2024.
Mesmo assim, pesquisadores não possuem certeza se a bomba teria sido desenvolvida sem ela.

“[O Reino Unido estava] tentando de tudo para levar os Estados Unidos a apoiar mais pesquisas”, afirma Willcock. Para o pesquisador, a correspondência de Einstein apenas acelerou o processo. 

Sem ela, “provavelmente a bomba não estivesse pronta para uso no verão de 1945”. O fato é que Einstein ficou horrorizado com a destruição de Hiroshima e Nagasaki, e descreveu a carta como “o grande erro da minha vida” para Linus Pauling, outro cientista famoso da época.

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Depois da guerra, Einstein foi um dos fundadores do Comitê de Emergência de Cientistas Atômicos, e dedicou o resto de sua vida ao desarmamento nuclear. 

O gênio faleceu em 1955, mas até hoje, 70 anos depois, ogivas nucleares aguardam, frias em bunkers, o dia de uma guerra nuclear. A Rússia e os Estados Unidos possuem mais de 6 mil ogivas cada. Índia, 140, Paquistão entre 20 e 30. Israel possui 80.

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