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Sintomas da doença já foram vistos como sinais de possessão. | Freepik
Você já parou para pensar como, há mais de dois séculos, o que hoje sabemos ser uma infecção bacteriana grave podia ser visto como algo sobrenatural? Pois é, pessoas que desenvolviam tétano eram muitas vezes consideradas possuídas por demônios.
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Os sintomas: espasmos musculares violentos, rigidez extrema, dificuldade para abrir a boca ou engolir, aquela famosa “boca travada” pareciam tão assustadores, que eram interpretados como sinais de intervenção de forças invisíveis.
Por trás de tudo isso está a bactéria Clostridium tetani, presente no solo, poeira, fezes de animais e objetos enferrujados.
Quando ela entra no corpo, normalmente por ferimentos profundos, machucados penetrantes ou cortes que ficam contaminados e com pouco oxigênio, libera uma toxina, a tetanospasmina, que ataca o sistema nervoso.
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Essa toxina impede os nervos de regular corretamente o relaxamento dos músculos, resultando nos espasmos e na rigidez.
Conforme a doença progride, a pessoa pode desenvolver o opistótonos: o corpo arqueia para trás de forma drástica por causa das contrações musculares.
Na época pré-científica, sem microscópios, sem conhecimento de bactérias ou toxinas, era natural buscar explicações sobrenaturais para o inexplicável.
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A rigidez súbita, os espasmos involuntários, a incapacidade de trancar ou mover partes do corpo evocavam ideias de possessão demoníaca, feitiços ou punição divina.
Historiadores paleopatológicos encontraram relatos de manifestações de tétano identificadas erroneamente como fenômenos espirituais.
Hoje, graças à medicina, sabemos que o tétano é totalmente evitável. A vacinação é o pilar principal. Em quase todos os países, existe esquema de vacinação infantil e reforços a cada certo número de anos para manter os anticorpos ativos.
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Além disso, se ocorrer um ferimento profundo, sujo ou com dúvida de contato com solo ou materiais contaminados, é importante higienizar bem, procurar atendimento médico, avaliar a necessidade de dose de reforço da vacina ou uso de imunoglobulina tetânica.
O que antes parecia coisa de ficção ou de lendas, hoje é tratável, compreendido e evitável. Não deixe para depois: ferimentos aparentemente pequenos também são risco se não tratados ou limpos corretamente.
Manter a vacina em dia não é só cuidado pessoal: é proteção para você e para quem convive contigo.
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