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Moraes presidiu o TSE durante as eleições de 2022 e conduziu inquéritos sobre milícias digitais no STF | Marcelo Camargo | Agência Brasil
A possibilidade de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) é um tema que costuma voltar ao debate político brasileiro. Mas afinal: um ministro do STF pode ser afastado do cargo? Como isso funcionaria na prática?
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Alexandre de Moraes foi alvo de críticas por parte da população e políticos de direita. Alguns pedem o impeachment do ministro do STF.
Embora nunca tenha ocorrido na história do Brasil, o impeachment de um ministro da Suprema Corte está previsto na legislação. A ideia costuma voltar aos holofotes após críticas e pedidos de parlamentares contra decisões de integrantes do tribunal.
A Constituição Federal, no artigo 52, inciso II, estabelece que compete ao Senado Federal processar e julgar ministros do STF por crimes de responsabilidade.
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Esses crimes estão descritos na Lei nº 1.079, de 1950, e incluem:
Para o advogado Clóvis Bertolini, doutorando em Direito do Estado pela UFPR, a definição é vaga e abre margem para interpretações políticas:
“Esses critérios passam a ser preenchidos ou não de acordo com a interpretação dos parlamentares que vão julgar o caso. O impeachment é um processo de natureza jurídica, mas a avaliação é política", explica para o jornal BBC Brasil.
Especialistas apontam que o procedimento seguiria etapas semelhantes ao impeachment de presidentes da República, como ocorreu com Fernando Collor (1992) e Dilma Rousseff (2016). Veja os passos segundo Bertolini e o professor Rodrigo Kanayama, da UFPR:
Autorização inicial: cabe ao presidente do Senado decidir se aceita ou não o pedido.
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Comissão especial: se aceito, uma comissão formada por senadores analisa a denúncia e elabora um parecer sobre a admissibilidade.
Votação no Plenário: o relatório é votado por maioria simples. Se aprovado, o ministro é afastado do cargo por até 180 dias enquanto o processo é analisado.
Julgamento final: o ministro pode apresentar defesa. A sessão de julgamento é conduzida pelo presidente do STF, mas quem decide é o Senado. Para a cassação do cargo, são necessários os votos de dois terços dos senadores.
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Se o prazo de 180 dias expirar sem conclusão, o ministro retorna ao cargo até o julgamento definitivo.
Apesar de previsto em lei, um impeachment desse tipo exige forte articulação política e maioria qualificada no Senado. Além disso, a medida pode gerar impacto institucional profundo, já que envolve um dos Poderes da República.
*Texto com informações da BBC Brasil
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