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Animal para seu coração e sua respiração por meses, mas depois volta à vida normalmente

Surpreendente! Conheça a rã de madeira do Alasca que é quase totalmente congelada e volta à vida na primavera

Julia Teixeira

13/11/2025 às 10:15

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Incrível rã do Alasca sobrevive quase morta no gelo e inspira a medicina

Incrível rã do Alasca sobrevive quase morta no gelo e inspira a medicina | Facebook

A natureza nunca deixa de surpreender — e a rã de madeira do Alasca é um dos exemplos mais impressionantes disso.

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Pequena e discreta, essa espécie é capaz de resistir a temperaturas abaixo de zero de um jeito que parece impossível: ela literalmente congela durante o inverno e “volta à vida” quando a primavera chega.

Alguns animais hibernam no inverno para sobreviver ao frio, diminuindo suas funções vitais. Outros animais, como ursos e castores, entram em um estado de torpor ou sono profundo, mas não hibernam de verdade. 

Esquilos: podem diminuir sua temperatura corporal a níveis próximos de \(0\)°C, hibernando por até sete meses.
Alguns animais hibernam no inverno para sobreviver ao frio, diminuindo suas funções vitais. Outros animais, como ursos e castores, entram em um estado de torpor ou sono profundo, mas não hibernam de verdade. Esquilos: podem diminuir sua temperatura corporal a níveis próximos de \(0\)°C, hibernando por até sete meses.
Marmotas: podem hibernar por até oito meses, com batimentos cardíacos caindo para apenas \(3-4\) batimentos por minuto.
Marmotas: podem hibernar por até oito meses, com batimentos cardíacos caindo para apenas \(3-4\) batimentos por minuto.
Ouriços: costumam hibernar em tocas que cavam no solo, permanecendo nesse estado entre novembro e março.
Ouriços: costumam hibernar em tocas que cavam no solo, permanecendo nesse estado entre novembro e março.
Morcegos: utilizam a hibernação para conservar energia, especialmente devido à falta de presas, e podem entrar em torpor diário.
Morcegos: utilizam a hibernação para conservar energia, especialmente devido à falta de presas, e podem entrar em torpor diário.
Ursos: Não hibernam de verdade, mas reduzem bastante o metabolismo, embora suas funções vitais não diminuam tanto. Fotos: Freepik
Ursos: Não hibernam de verdade, mas reduzem bastante o metabolismo, embora suas funções vitais não diminuam tanto. Fotos: Freepik

O fenômeno, digno de ficção científica, vem despertando o interesse de cientistas do mundo todo, que enxergam nessa habilidade um possível caminho para inovações na medicina. A IstoÉ Dinheiro conversou com pesquisadores para entender sobre o assunto. 

O segredo da hibernação extrema

Durante o inverno, a rã de madeira entra em um estado de animação suspensa que intriga os pesquisadores. Mais de 60% do corpo do animal congela, a respiração cutânea cessa e o coração para completamente.

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Apesar disso, o anfíbio sobrevive a longos períodos de frio intenso — com temperaturas entre -9°C e -18°C — e pode enfrentar até 15 ciclos de congelamento e descongelamento em uma única estação.

“Para todos os efeitos, eles estão mortos”, afirma Don Larson, pesquisador do Alasca, que estuda o fenômeno. Segundo ele, os processos metabólicos da rã praticamente param durante esse tempo.

Por que ela não morre congelada?

O segredo da sobrevivência está em substâncias chamadas agentes crioprotetores, presentes em alta concentração nos tecidos do animal. Entre elas estão a glicose e a ureia, que reduzem o ponto de congelamento das células e evitam que elas se rompam.

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Enquanto, em outros animais, o frio extremo faz a água sair das células para formar cristais de gelo — o que as destrói —, a rã de madeira consegue se proteger desse efeito letal.

Crioprotetores: o escudo celular

Mas como esses agentes atuam, exatamente? Segundo Jon Costanzo, especialista da Universidade de Miami (Ohio) que estuda a espécie há mais de 25 anos, “os solutos tendem a deprimir o ponto de congelamento, limitando a quantidade de gelo que realmente se forma no corpo”.

Esse mecanismo mantém as células intactas até o degelo natural da primavera, quando o metabolismo volta ao normal.

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Da floresta à sala de cirurgia

A habilidade da rã-de-madeira vai muito além da curiosidade biológica — ela pode transformar o futuro da medicina. Pesquisadores vêm estudando como aplicar o mesmo princípio da crioproteção no armazenamento de órgãos e tecidos humanos, um dos maiores desafios da área de transplantes.

“Há um paralelo óbvio entre o que essas rãs fazem para preservar seus tecidos e o que precisamos fazer para criopreservar órgãos humanos”, explica Costanzo.

Um salto rumo ao futuro

Se a técnica usada pela natureza puder ser replicada, seria possível congelar órgãos humanos temporariamente e transportá-los para qualquer lugar do mundo, ampliando o número de transplantes bem-sucedidos.

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Assim, a resistente rã de madeira do Alasca pode estar indicando aos cientistas o caminho para um dos maiores avanços médicos do nosso tempo — unir biologia e tecnologia para salvar vidas.

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