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Incrível rã do Alasca sobrevive quase morta no gelo e inspira a medicina | Facebook
A natureza nunca deixa de surpreender — e a rã de madeira do Alasca é um dos exemplos mais impressionantes disso.
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Pequena e discreta, essa espécie é capaz de resistir a temperaturas abaixo de zero de um jeito que parece impossível: ela literalmente congela durante o inverno e “volta à vida” quando a primavera chega.
O fenômeno, digno de ficção científica, vem despertando o interesse de cientistas do mundo todo, que enxergam nessa habilidade um possível caminho para inovações na medicina. A IstoÉ Dinheiro conversou com pesquisadores para entender sobre o assunto.
Durante o inverno, a rã de madeira entra em um estado de animação suspensa que intriga os pesquisadores. Mais de 60% do corpo do animal congela, a respiração cutânea cessa e o coração para completamente.
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Apesar disso, o anfíbio sobrevive a longos períodos de frio intenso — com temperaturas entre -9°C e -18°C — e pode enfrentar até 15 ciclos de congelamento e descongelamento em uma única estação.
“Para todos os efeitos, eles estão mortos”, afirma Don Larson, pesquisador do Alasca, que estuda o fenômeno. Segundo ele, os processos metabólicos da rã praticamente param durante esse tempo.
O segredo da sobrevivência está em substâncias chamadas agentes crioprotetores, presentes em alta concentração nos tecidos do animal. Entre elas estão a glicose e a ureia, que reduzem o ponto de congelamento das células e evitam que elas se rompam.
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Enquanto, em outros animais, o frio extremo faz a água sair das células para formar cristais de gelo — o que as destrói —, a rã de madeira consegue se proteger desse efeito letal.
Mas como esses agentes atuam, exatamente? Segundo Jon Costanzo, especialista da Universidade de Miami (Ohio) que estuda a espécie há mais de 25 anos, “os solutos tendem a deprimir o ponto de congelamento, limitando a quantidade de gelo que realmente se forma no corpo”.
Esse mecanismo mantém as células intactas até o degelo natural da primavera, quando o metabolismo volta ao normal.
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A habilidade da rã-de-madeira vai muito além da curiosidade biológica — ela pode transformar o futuro da medicina. Pesquisadores vêm estudando como aplicar o mesmo princípio da crioproteção no armazenamento de órgãos e tecidos humanos, um dos maiores desafios da área de transplantes.
“Há um paralelo óbvio entre o que essas rãs fazem para preservar seus tecidos e o que precisamos fazer para criopreservar órgãos humanos”, explica Costanzo.
Se a técnica usada pela natureza puder ser replicada, seria possível congelar órgãos humanos temporariamente e transportá-los para qualquer lugar do mundo, ampliando o número de transplantes bem-sucedidos.
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Assim, a resistente rã de madeira do Alasca pode estar indicando aos cientistas o caminho para um dos maiores avanços médicos do nosso tempo — unir biologia e tecnologia para salvar vidas.
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