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O antigo Parque Antártica foi palco de grandes jogos como Copa Libertadores e Copa Mercosul | Wikimedia Commons
O endereço que pulsa no coração da torcida palmeirense já mudou de nome, de estrutura e de propósito, mas nunca perdeu a alma.
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Por mais de um século, o antigo Parque Antarctica colecionou jogos, conquistas e histórias que moldaram a identidade da Sociedade Esportiva Palmeiras e marcaram a memória do futebol paulista.
Neste antigo estádio, torcedores viveram tardes épicas, vitórias inesquecíveis e capítulos decisivos do clube, em um cenário que também ajuda a contar um trecho importante da história do futebol em São Paulo.
Em julho de 2010, começou uma nova etapa. O estádio entrou em reforma para dar lugar a uma arena multiúso moderna, o Allianz Parque, que hoje pode receber até 43 mil pessoas em partidas de futebol e mais de 55 mil em grandes eventos.
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A história começou no fim do século XIX, quando a Companhia Antarctica Paulista decidiu erguer, ao lado de sua fábrica, um vasto espaço de lazer para funcionários: o Parque da Antarctica.
Com 300 mil metros quadrados, o local oferecia bosques, lagos, restaurantes e áreas esportivas, incluindo um campo de futebol que logo se tornou ponto de encontro paulistano.
A estrutura, inicialmente interna, passou a ser alugada para clubes da capital conforme o futebol ganhava força no começo do século XX.
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Foi ali que aconteceu a primeira partida do Campeonato Paulista, em 1902, com vitória do Mackenzie sobre o Germânia. E não foi apenas o futebol que fez história: em 1908, o Parque também sediou a primeira corrida de automóveis da América do Sul.
O vínculo com o esporte se solidificou ainda mais em 1917, quando o Palestra Italia — nome original do Palmeiras — passou a usar o campo, dividindo-o com o América-FC.
Em 1920, o Palestra deu um passo ousado: comprou o terreno da Antarctica por 500 contos de réis, valor considerado enorme para um clube jovem e com poucos recursos. A negociação ficou conhecida como “a loucura do século”.
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Para honrar o compromisso, a diretoria precisou vender uma parte do terreno às Indústrias Matarazzo. Apesar do aperto financeiro, a compra mudou o destino do clube, que começou a transformar o simples campo em um estádio de verdade.
Em 1929, iniciou-se uma série de reformas que culminariam na inauguração do Stadium Palestra Italia, em agosto de 1933, com capacidade para 30 mil pessoas — o mais moderno do país na época. A estreia veio com goleada: 6 a 0 sobre o Bangu.
Entre 1958 e 1964, uma grande reforma elevou o gramado, unificou arquibancadas e ampliou a capacidade para 40 mil torcedores. Essa nova versão ficou conhecida entre os palmeirenses como o famoso “jardim suspenso”.
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O Palestra Itália foi cenário de momentos marcantes. Em 1998, o clube levantou ali sua primeira taça internacional, a Copa Mercosul. No ano seguinte, veio o título mais importante da história alviverde: a Copa Libertadores da América.
A decisão contra o Deportivo Cali terminou nos pênaltis, com festa nas arquibancadas e a atuação monumental do goleiro Marcos, um dos maiores ídolos da história palmeirense.
Com o passar dos anos, porém, o estádio começou a mostrar sinais de desgaste. Depois de um amistoso contra o Boca Juniors, em 2010, o Palestra se despediu oficialmente.
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Nos quatro anos seguintes, o velho estádio passou por uma transformação completa. Em novembro de 2014, ano do centenário do Palmeiras, foi inaugurado o Allianz Parque, uma arena multiuso que rapidamente se tornou referência internacional e hoje figura entre os principais estádios do estado de São Paulo.
Com todos os assentos cobertos, tecnologia avançada, estrutura multiuso e capacidade ampliada para eventos, a arena marcou o início de uma nova era vencedora: Copa do Brasil (2015 e 2020), Brasileirão (2016 e 2018) e Paulistão (2020), entre outros títulos.
Hoje, o Allianz Parque representa mais do que um estádio. É um símbolo de renovação, identidade e pertencimento. Uma casa que, assim como o antigo Parque Antarctica, segue atravessando gerações e guardando capítulos fundamentais da história do futebol brasileiro.
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