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Como identificar mentiras: sinais e limitações da ciência | Imagem gerada por IA
A mentira desperta curiosidade e desconfiança, mas a ciência revela que detectar uma mentira não é tão simples quanto parece. Sinais sutis e variáveis dificultam uma avaliação concreta e universal.
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Segundo pesquisas, o comportamento de quem mente muda de pessoa para pessoa, e pode ser confundido facilmente com nervosismo ou outros fatores.
As dicas abaixo se baseiam em um estudo completo sobre o tema, publicado pela Associação Americana de Psicologia e outras pesquisas.
Mentir não apresenta um diagnóstico imediato, porém alguns padrões são apontados por estudos realizados por universidades e cientistas renomados. Entre eles, histórias menos detalhadas e menos envolventes.
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Pesquisas como as de DePaulo e colaboradores mostram que mentirosos tendem a fornecer relatos mais simplificados e com menos especificações (DePaulo et al., 2003; Fabella, 2023; Taylor et al., 2017).
Além disso, a hesitação e a falta de espontaneidade aparecem como características comuns. Mentir pode aumentar o tempo que a pessoa demora para responder e causar pausas incomuns na fala (Palena & De Napoli, 2024; Szczepaniak-Olejniczak, 2020).
A tensão pode surgir, mas não é um indicador confiável, pois nem sempre quem mente demonstra nervosismo aparente (Vrij et al., 2019). Microexpressões faciais rápidas também podem ocorrer, porém são difíceis de identificar sem treinamento (Palena & De Napoli, 2024).
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Outro ponto importante destacado por Vredeveldt e colegas é a inconsistência no relato. Contradições ou mudanças na história podem sugerir mentira, mas também não garantem a certeza de que a pessoa está mentindo (Vredeveldt et al., 2013).
É comum acreditar em mitos como: evitar olhar nos olhos, mexer no rosto ou gaguejar seriam provas de mentira. Contudo, estudos científicos refutam a confiabilidade desses sinais (Vrij et al., 2019; Fabella, 2023; Szczepaniak-Olejniczak, 2020).
Outro desafio está nas diferenças culturais e individuais. O jeito de mentir varia conforme a personalidade e o contexto cultural, o que torna impossível ter uma regra universal para identificar mentiras (Taylor et al., 2017; Verigin et al., 2019).
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Até mesmo especialistas têm dificuldades para detectar falsas verdades apenas com base no comportamento, segundo pesquisas recentes da área de psicologia (DePaulo et al., 2003; Vrij et al., 2019).
A mentira é um fenômeno complexo e multifacetado. Segundo os cientistas, não há um sinal isolado que seja absolutamente confiável para identificá-la. A melhor prática é analisar múltiplos fatores e o contexto em que a conversa ocorre.
Verigin e colaboradores apontam que mentirosos habilidosos misturam verdades com mentiras, mantendo os relatos simples e plausíveis para dificultar a detecção (Verigin et al., 2019; Taylor et al., 2017).
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Assim, entender que a mentira pode ser difícil de detectar evita julgamentos precipitados e reforça a importância de analisar cada caso com atenção e equilíbrio.
A ciência comprova que sinais comportamentais e verbais associados à mentira são sutis e variáveis. Não existe um indicador único, nem um método absoluto para identificar quando alguém está mentindo.
Especialistas recomendam observar inconsistências, analisar o contexto e considerar diversos elementos juntos antes de tirar conclusões. Dessa forma, evitamos equívocos e construímos uma visão mais realista sobre a mentira.
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Referências: DePaulo et al. (2003), Fabella (2023), Vrij et al. (2019), Szczepaniak-Olejniczak (2020), Taylor et al. (2017), Palena & De Napoli (2024), Verigin et al. (2019), Vredeveldt et al. (2013).
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