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Neve em Caixias do Sul, cidade do Rio Grande do Sul. | Wikimedia Commons
Embora o Brasil seja conhecido por seu clima tropical, o frio extremo já protagonizou episódios históricos em diversas regiões do País.
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Neve, geada e temperaturas negativas são mais comuns nas serras do Sul, mas já marcaram presença até no Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.
Porém, a menor temperatura já registrada em território brasileiro, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), foi de impressionantes -14°C em Caçador (SC), no dia 11 de junho de 1952.
Outras marcas extremas incluem -11,6°C em Xanxerê (SC), -10°C em Palmas (PR) e -9°C em São Joaquim (SC), esta última cidade considerada uma das principais candidatas a receber neve nos invernos mais rigorosos.
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A neve já foi observada em pelo menos 5 estados brasileiros: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro.
O episódio mais marcante ocorreu entre os dias 7 e 9 de agosto de 1879, quando Vacaria (RS) ficou coberta por até dois metros de neve — o maior volume já documentado no País.
Outro caso que entrou para a história foi em julho de 2013, quando mais de 140 municípios do Sul registraram o fenômeno. Em julho de 2000, cerca de 70 cidades da região Sul também foram atingidas por nevascas.
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Conforme o meteorologista Francisco de Assis, do Inmet, a formação de neve no Brasil depende de uma combinação precisa de fatores: alta umidade nas camadas baixas da atmosfera (entre 1.500 e 3.000 metros de altitude) e temperaturas próximas de 0°C.
Quando essa condição é acompanhada de ciclones extratropicais no litoral do Sul do país, o transporte de umidade oceânica para o interior cria o cenário ideal para que a precipitação ocorra em forma de neve.
As áreas com maior probabilidade de registrar o fenômeno continuam sendo a Serra do Nordeste gaúcho, como São José dos Ausentes, e o Planalto Sul catarinense, com destaque para São Joaquim e Urubici. Nessas regiões, a presença de altitudes elevadas favorece a ocorrência do frio intenso.
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Apesar dos registros históricos, especialistas apontam que a frequência da neve tem diminuído nos últimos 15 anos. Episódios que antes aconteciam quase anualmente passaram a ser mais esporádicos.
“Tivemos eventos expressivos no passado, como em 2000, com uma das maiores nevascas da história recente. Hoje, essas ocorrências estão mais limitadas”, explica Assis.
Mesmo com o avanço da ciência meteorológica, a previsão da neve ainda é considerada pontual e difícil de antecipar com precisão.
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Geralmente, os modelos conseguem indicar a chance de ocorrência com quatro a cinco dias de antecedência, o que exige atenção redobrada por parte dos meteorologistas e da população.
Ainda que seja um fenômeno raro no Brasil, a neve — quando aparece — reforça o caráter diverso e surpreendente do nosso clima. E, para os amantes do frio, representa um espetáculo que vale ser acompanhado de perto.
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