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Os grisalhos contam uma história de diversidade biológica e lembram que prevenção e diagnóstico precoce salvam vidas | Freepik
Ver alguém jovem com fios brancos costuma gerar espanto — e, de cara, a gente pensa em “envelhecimento precoce”. Nem sempre é assim. Há evidências de que, em alguns cenarios, os grisalhos podem refletir uma boa resposta do organismo a danos no DNA.
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A pista vem de um estudo recente feito em animais. Ele sugere que as células que dão cor ao cabelo podem seguir dois caminhos diante do estresse: esgotam-se e deixam o fio branco ou, se continuam se multiplicando sem freio, podem abrir espaço para o melanoma.
É importante dizer: os achados foram observados em ratos, não em humanos. Ainda assim, ajudam a explicar por que tanta gente encontra os primeiros brancos antes da velhice — e por que isso não deveria, sozinho, ser motivo de alarme.
A dermatologista espanhola Lorea Bagazgoitia lembra que os grisalhos aparecem muito antes da terceira idade.
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Aos 45 anos, metade das pessoas já tem alguns fios brancos, mas, em geral, eles não passam de 15% do cabelo nessa fase. O avanço é gradual e varia com a genética e o histórico familiar.
Por volta dos 60, estimativas citadas pela especialista apontam que 91% das pessoas têm cerca de 40% dos fios brancos.
Pesquisadores acompanharam, em ratos, como as células-tronco que originam os melanócitos reagem quando o DNA sofre quebras. Em certas agressões, elas entram em “modo economia”: envelhecem, reduzem-se e deixam o fio embranquecer — um possível efeito protetor.
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Já sob agentes carcinogênicos, como a radiação UVB, o destino muda: as células mantêm a autorrenovação, se expandem e podem dar origem a tumores.
“A mesma população de células-tronco pode seguir destinos antagônicos — depleção ou expansão — conforme o tipo de estresse e os sinais do microambiente”, disse a codiretora do trabalho, Emi Nishimura, da Universidade de Tóquio.
Grisalhos não blindam ninguém contra o câncer, nem aumentam o risco por si só. Eles são, antes, um retrato do que o corpo está fazendo para lidar com agressões. Em alguns casos, perde-se a cor para ganhar proteção; em outros, o controle celular falha.
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Fatores como idade, genética, estresse oxidativo, tabagismo e carências nutricionais também entram no jogo — e reforçam a importância de acompanhamento dermatológico, principalmente para quem tem pele clara ou muitas pintas.
Independente da cor do fio, a regra número um é proteger a pele do sol: filtro de amplo espectro, reaplicação ao longo do dia e atenção aos horários de maior radiação. Chapéus, roupas com proteção UV e sombra são aliados.
Fique de olho na regra ABCDE das pintas (assimetria, bordas, cor, diâmetro, evolução) e procure avaliação médica diante de qualquer mudança. No fim das contas, os grisalhos contam uma história de diversidade biológica — e lembram que prevenção e diagnóstico precoce salvam vidas.
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