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"Estamos sendo cozidos vivos, isso não pode continuar", disse um prefeito de Portugal, Alexandre Favaios, à agência Reuters | Freepik
Imagine uma sinfonia de sinos cintilantes sem parar. Cerca de 300 cabras trotaram por uma estrada pavimentada na região da Catalunha com um objetivo: acabar com o enorme incêndio que arrasou parte da Europa.
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Algumas paravam por um instante para mordiscar com gosto alguns arbustos secos. A tropa vagou de cidade em cidade como um projeto-piloto de um plano mais amplo financiado pela União Europeia.
A cada verão, o calor escaldante provoca diversos incêndios florestais na região sul da Europa. Muitas áreas são devastadas à medida que o aquecimento global e a temperatura do planeta aumentam.
Em 2025, mais de 2.000 pessoas foram retiradas de Tarifa, Espanha, próximo à costa de Marrocos, por conta do aumento dos incêndios florestais. A situação foi tão intensa que, em outro pico de incêndio, matou um homem em uma fazenda nos arredores de Madri.
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Além disso, o Ministério do Interior da Espanha declarou estado de “pré-emergência” e quase mil membros das Forças Armadas ajudaram a combater o fogo. A região de Castela e León, por exemplo, teve 32 incêndios florestais em um único dia.
Cinco desses incêndios foram classificados como fatais para a população espanhola. Cerca de 3.780 moradores foram retirados da província de León.
Por sua vez, a região da Catalunha viu em 2024 os picos de incêndio diminuírem, mesmo na pior seca do século. O motivo? Melhorias de medidas preventivas, dentre elas contratar um exército de cabras.
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Cabras são conhecidas pelo seu apetite voraz. Costumam se alimentar até de plantas espinhosas, como cactos, o que as torna ideais para limpar a vegetação. Dessa forma, o fogo não consegue seguir para outras áreas.
Os animais comem a vegetação seca — facilmente inflamável — e impedem que o incêndio prossiga para as cidades vizinhas. Além de salvar vidas, a chama fica controlada. A prática de usar gado para limpar a vegetação de fácil combustão é antiga e eficiente.
Francesc Teixido e Pedro Alba, ambos de 38 anos, assobiam para os cães fazerem o trabalho de movimentar as cabras em volta da área residencial de Maresme — região propensa a incêndios florestais.
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Os dois decidiram unir os rebanhos e adotar a vida nômade de pastoreio de cabras. Teixido, que começou a prática por hobby, já foi instrutor de esqui, vela e windsurf.
"Quando você é um instrutor, você também cuida de um grupo de crianças ou adultos e tem que tentar garantir que eles se comportem da melhor forma possível", brinca Teixido em resposta à Reuters.
Por outro lado, Alba tinha uma carreira de músico. Depois da pandemia, abandonou as turnês e buscou uma profissão na qual pudesse passar mais tempo com o seu filho. Então começou a comprar algumas cabras de Teixido — quem conheceu em uma festa.
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Os pastores são pagos pelos municípios por conta dos seus serviços como produtores de queijo e leite de cabras itinerantes. Como os animais pastam por uma grande variedade de plantas, não necessitam de ração suplementar como alfafa.
"O que parecia uma desvantagem no início se tornou nossa principal força", diz Teixido, referindo-se à falta de moradia fixa das cabras.
**Texto com informações do portal do Reino Unido, Independente
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