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Estudo mostrou que o consumo do suplemento aumentou | Imagem: PxHere
Um estudo da Universidade de Colorado apontou que os pais estão dando cada vez mais melatonina para seus filhos sem saberem os riscos associados a esse suplemento.
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O estudo foi realizado pela equipe da pesquisadora de sono Lauren Hartstein. Eles entrevistaram pais estadunidenses de 993 filhos com idades entre 8 e 13 anos, em 2023, e descobriram que o resultado havia mudado bastante.
Entenda melhor por quê os pais estão dando mais melatonina para os seus filhos e quais podem ser os riscos associados.
A melatonina é um hormônio secretado pela glândula pineal, no cérebro, e serve como um “indicador” do sono que controla nosso ciclo circadiano, o “relógio natural do corpo”, mostrando que está na hora de dormir.
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Ela é produzida naturalmente pelo cérebro estimulado pela escuridão. Quando percebemos o ambiente mais escuro, o cérebro entende que já está anoitecendo, portanto é preciso se preparar para dormir.
O problema é que, conforme afirma um estudo da Universidade de Boston, a exposição a telas emissoras de luz, como leitores digitais, celulares, televisão etc. suprimem a produção de melatonina no cérebro, afastando o sono.
A solução encontrada pelos pais, e vendida pela indústria? Dar suplementos de melatonina para os filhos.
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O consumo de melatonina sobe conforme a faixa etária do filho. 5,6% dos bebês entre 1 a 4 anos tomam, 18,5% entre 5 a 9 anos, e dentre as crianças de 10 a 13 anos o total encontrado foi de 19,4%.
A quantidade também aumenta: enquanto as crianças menores tomavam cerca de 2 miligramas por dia, entre as mais velhas o total chegava até 10 miligramas. Mas análises mostraram que algumas marcas informam a concentração errada na embalagem, a quantidade pode ser até 3 vezes maior do que a informada.
Os cientistas ainda não tem certeza dos riscos da suplementação prolongada da melatonina. A evidência mais recente, de uma pesquisadora britânica, aponta para um uso seguro apenas com doses baixas por, no máximo, três meses.
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Além de faltar evidência da segurança da melatonina a longo prazo, especialmente entre crianças, alguns efeitos colaterais bastante indesejáveis são comuns: dor de cabeça e náusea. A suplementação também pode interagir com outros remédios, como anticoagulantes.
Para um uso seguro de melatonina os especialistas recomendam começar com 0,5 mg, apagar ou reduzir a potência das luzes antes de tomar, não usar aparelhos eletrônicos antes de dormir e evitar ingerir cafeína após as 3 horas da tarde.
Os pesquisadores apontam para uma investigação inversa: ao invés de corrigir o problema com suplemento de melatonina, descobrir as razões da insônia dos filhos, que podem abranger desde estresse visual até apnéia ou síndrome das pernas inquietas
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“Se tantas crianças estão tomando melatonina, isso sugere que existem muitos problemas de sono subjacentes que precisam ser abordados. Tratar o sintoma não necessariamente soluciona a causa”, explica Lauren Hartstein.
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