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Cidade do interior de SP tem mais de 11 milhões de galinhas e virou a "Capital do Ovo"

Impulsionada pela imigração japonesa e por uma produção que supera a população em centenas de vezes, Bastos transformou o ovo em símbolo cultural e motor econômico

Raphael Miras

20/10/2025 às 15:40  atualizado em 20/10/2025 às 15:41

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Segundo pesquisa do IBGE, somente em 2024 o consumo de ovos no país alcançou um recorde histórico: 4,67 bilhões de dúzias ao ano.

Segundo pesquisa do IBGE, somente em 2024 o consumo de ovos no país alcançou um recorde histórico: 4,67 bilhões de dúzias ao ano. | Reprodução/YT/ Rota 408 - Cidades do Brasil

Você já ouviu falar de uma cidade onde há mais de 550 galinhas para cada morador? Localizada a cerca de 530 quilômetros da capital paulista, Bastos, no interior de São Paulo, se consolidou como a maior referência brasileira em produção de ovos e carrega com orgulho o título de "Capital do Ovo".

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A história de Bastos está intimamente conectada à imigração japonesa. Em 1928, o imigrante Senjiro Hatanaka foi enviado ao Brasil para identificar terras propícias à instalação de famílias japonesas. A região foi escolhida, e dali nasceu uma colônia que influenciaria toda a economia local.
A história de Bastos está intimamente conectada à imigração japonesa. Em 1928, o imigrante Senjiro Hatanaka foi enviado ao Brasil para identificar terras propícias à instalação de famílias japonesas. A região foi escolhida, e dali nasceu uma colônia que influenciaria toda a economia local.
A influência japonesa se reflete até hoje no campo e na cidade: disciplina, técnicas agrícolas avançadas e preocupação com qualidade transformaram Bastos em um modelo produtivo.
A influência japonesa se reflete até hoje no campo e na cidade: disciplina, técnicas agrícolas avançadas e preocupação com qualidade transformaram Bastos em um modelo produtivo.
A tradição familiar passou de geração em geração e ajudou a sustentar o crescimento da avicultura no país. Fotos: Reprodução/YT/Rota 408 - Cidades do Brasil
A tradição familiar passou de geração em geração e ajudou a sustentar o crescimento da avicultura no país. Fotos: Reprodução/YT/Rota 408 - Cidades do Brasil

Com cerca de 11 milhões de galinhas distribuídas em aproximadamente 60 granjas, contra apenas 20 mil habitantes, o município ocupa uma posição de destaque na avicultura nacional, sendo responsável por 27% da produção estadual.

Mas por trás da força econômica, existe uma história marcada pela imigração japonesa, tradições culturais e um sentimento de pertencimento construído ao longo de quase um século.

A Festa do Ovo: orgulho bastense e motor econômico

Todo mês de julho, Bastos se transforma para receber a Festa do Ovo, considerada a maior feira de avicultura do Brasil. O evento atrai produtores, investidores, pesquisadores e turistas curiosos sobre o setor, movimentando fortemente a economia local.

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Durante os dias de feira, exposições tecnológicas, competições de qualidade do ovo, palestras técnicas e gastronomia temática reforçam o protagonismo do município no agronegócio.

Para os moradores, a celebração funciona como um grande símbolo de pertencimento e reconhecimento nacional.

Uma cidade tematizada: do letreiro às calçadas em formato de ovo

A ligação com o alimento é tão forte que Bastos criou espaços urbanos totalmente inspirados nele. Na Praça do Ovo, ponto turístico central, até os lustres e calçadas têm formato oval.

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Um letreiro com os dizeres "Capital do Ovo" convida turistas a registrarem a passagem pela cidade que vive e respira avicultura.

Imigração japonesa: como Bastos nasceu da esperança e da adaptação

A história de Bastos está intimamente conectada à imigração japonesa. Em 1928, o imigrante Senjiro Hatanaka foi enviado ao Brasil para identificar terras propícias à instalação de famílias japonesas. A região foi escolhida, e dali nasceu uma colônia que influenciaria toda a economia local.

Inicialmente voltada para a produção de café e algodão, a cidade encontrou na avicultura um setor estável e promissor atividade fortemente desenvolvida pelos imigrantes nipônicos após a queda da demanda por fios de seda, que Bastos chegou a produzir em larga escala durante a Segunda Guerra Mundial para abastecer os Estados Unidos.

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Hoje, segundo dados do IBGE, Bastos é o segundo município brasileiro com maior proporção de descendentes asiáticos, com 10,3% de sua população se declarando da cor ou raça amarela, ficando atrás apenas de Assaí, no Paraná.

Avicultura e cultura: um legado que alimenta o Brasil

A influência japonesa se reflete até hoje no campo e na cidade: disciplina, técnicas agrícolas avançadas e preocupação com qualidade transformaram Bastos em um modelo produtivo.

A tradição familiar passou de geração em geração e ajudou a sustentar o crescimento da avicultura no País.

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Consumo de ovos no Brasil está em alta

O crescimento do setor acompanha o apetite dos brasileiros. Segundo pesquisa do IBGE, somente em 2024 o consumo de ovos no país alcançou um recorde histórico: 4,67 bilhões de dúzias ao ano.

O Estado de São Paulo lidera esse avanço, com alta de 8,2% em relação a 2023, seguido por Paraná (9,8%) e Espírito Santo (8%).

Em 15 anos, o consumo nacional mais do que dobrou e o mercado interno é o principal responsável por manter o setor aquecido, já que o Brasil não depende da exportação para escoar a produção, o que ajuda a estabilizar os preços no mercado doméstico.

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Bastos: quando o ovo vira patrimônio cultural

Mais do que uma fonte de renda, o ovo se tornou um símbolo de identidade bastense. O investimento japonês iniciado no século passado consolidou a cidade como um polo que hoje ajuda a alimentar milhões de brasileiros.

Em Bastos, cada granja conta uma história de trabalho em família, tradição e inovação.

Ao unir cultura, economia e orgulho, a "terra do ovo" mostra como uma pequena cidade do interior paulista pode se tornar referência nacional e até internacional quando encontra no seu produto mais simples a força para crescer.

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