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Cidade nordestina tem o pior trânsito do Brasil; veja ranking das capitais

Motoristas chegam a gastar quase uma hora para percorrer 10 km em Recife, enquanto outras grandes capitais também enfrentam congestionamentos diários

Raphael Miras

27/11/2025 às 17:15

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Seja em Recife, Porto Alegre, Rio de Janeiro ou São Paulo, o diagnóstico é semelhante: as cidades cresceram, a frota de veículos explodiu e o planejamento de mobilidade não acompanhou o mesmo ritmo.

Seja em Recife, Porto Alegre, Rio de Janeiro ou São Paulo, o diagnóstico é semelhante: as cidades cresceram, a frota de veículos explodiu e o planejamento de mobilidade não acompanhou o mesmo ritmo. | Divulgação/Governo de SP

Para quem vive nas grandes cidades brasileiras, a sensação é conhecida: o relógio anda rápido, mas o carro mal sai do lugar.

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Em Recife, essa impressão ganha forma em números. Levantamentos recentes de mobilidade urbana, como os estudos da TomTom e de outras empresas de geolocalização, colocam a capital pernambucana no topo da lista nacional de pior trânsito.

A combinação de crescimento urbano acelerado, vias estreitas em áreas antigas e forte dependência do transporte individual ajuda a explicar por que Recife aparece como a cidade com o pior trânsito do Brasil
A combinação de crescimento urbano acelerado, vias estreitas em áreas antigas e forte dependência do transporte individual ajuda a explicar por que Recife aparece como a cidade com o pior trânsito do Brasil
Logo atrás de Recife aparece Porto Alegre, com média de 57 minutos para percorrer a mesma distância de 10 km.
Logo atrás de Recife aparece Porto Alegre, com média de 57 minutos para percorrer a mesma distância de 10 km.
No Rio de Janeiro, o cenário não é exatamente confortável. Embora não lidere o ranking, a cidade segue entre as piores do país em congestionamento, com média de 18 minutos e 50 segundos para percorrer 10 km.
No Rio de Janeiro, o cenário não é exatamente confortável. Embora não lidere o ranking, a cidade segue entre as piores do país em congestionamento, com média de 18 minutos e 50 segundos para percorrer 10 km.
Curiosamente, a cidade que muitas vezes é lembrada como sinônimo de congestionamento aparece "apenas" em quarto lugar. Em São Paulo, a média para percorrer 10 km é de 23 minutos, segundo estudos que usam a mesma metodologia de comparação entre grandes centros urbanos. Fotos: Wikimedia Commons
Curiosamente, a cidade que muitas vezes é lembrada como sinônimo de congestionamento aparece "apenas" em quarto lugar. Em São Paulo, a média para percorrer 10 km é de 23 minutos, segundo estudos que usam a mesma metodologia de comparação entre grandes centros urbanos. Fotos: Wikimedia Commons

Em média, um trajeto de 10 quilômetros em Recife leva 58 minutos. É praticamente uma aula inteira, um episódio de série ou metade de um jogo de futebol gasto só para ir de um ponto a outro da cidade.

Não por acaso, a rotina de quem depende do carro ou do ônibus por lá costuma começar mais cedo e terminar mais tarde.

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Recife: 10 km que valem quase uma hora

A combinação de crescimento urbano acelerado, vias estreitas em áreas antigas e forte dependência do transporte individual ajuda a explicar por que Recife aparece como a cidade com o pior trânsito do Brasil.

Some a isso períodos de chuva intensa, alagamentos frequentes e obras em corredores importantes e o resultado é um deslocamento arrastado, em que qualquer imprevisto vira congestionamento quilométrico.

Na prática, isso significa menos tempo em família, mais estresse diário e impacto direto na produtividade.

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Especialistas em mobilidade urbana lembram que cada minuto parado no engarrafamento também representa perda econômica para as cidades, seja pelo combustível queimado, seja pelas horas de trabalho desperdiçadas.

Ao fim de um ano, esse acúmulo de atrasos se transforma em centenas de horas presas no trânsito.

Porto Alegre: segunda colocada, mas com problemas semelhantes

Logo atrás de Recife aparece Porto Alegre, com média de 57 minutos para percorrer a mesma distância de 10 km. A diferença é pequena, mas suficiente para deixar a capital gaúcha na segunda posição nos rankings que medem o tempo de deslocamento nas grandes cidades brasileiras.

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Assim como Recife, Porto Alegre viu sua frota de veículos crescer mais rápido do que a capacidade da infraestrutura viária. Nos últimos anos, o número de automóveis deu um salto, pressionando avenidas que já operavam perto do limite.

A topografia recortada, a presença do Guaíba e de áreas de preservação também restringem a abertura de novas conexões viárias, o que torna o sistema ainda mais sensível a acidentes, protestos ou simples mudanças de semáforo.

O resultado é um trânsito pesado sobretudo nos horários de pico, com longas filas na região central e em corredores que ligam bairros residenciais às áreas de serviços e comércio.

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Rio de Janeiro: entre os piores, mesmo com tempo menor

No Rio de Janeiro, o cenário não é exatamente confortável. Embora não lidere o ranking, a cidade segue entre as piores do país em congestionamento, com média de 18 minutos e 50 segundos para percorrer 10 km.

Em muitos trechos, essa sensação de “engarrafamento permanente” é amplificada pela geografia: túneis, encostas e vias costeiras concentram o fluxo em poucos corredores.

Nos horários de pico, a velocidade média cai drasticamente em regiões como Linha Amarela, Linha Vermelha, Avenida Brasil e nos acessos à Zona Sul.

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Mesmo com um tempo médio menor do que o de Recife e Porto Alegre, o impacto na vida cotidiana é grande, principalmente para quem precisa cruzar a cidade todos os dias, da Zona Oeste ao Centro ou à Zona Sul.

São Paulo: símbolo de trânsito, mas em quarto lugar

Curiosamente, a cidade que muitas vezes é lembrada como sinônimo de congestionamento aparece “apenas” em quarto lugar. Em São Paulo, a média para percorrer 10 km é de 23 minutos, segundo estudos que usam a mesma metodologia de comparação entre grandes centros urbanos.

Levantamentos que medem ano a ano a média de tempo por 10 km mostram que a capital paulista continua entre as áreas com trânsito mais lento do planeta, mas já não é a pior do país.

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Isso tem relação direta com a expansão da malha de metrô e trens, criação de corredores de ônibus, políticas de restrição ao carro em áreas centrais e ajustes na engenharia de tráfego.

Isso não significa que o paulistano viva um paraíso viário. Pelo contrário: basta uma chuva forte ou um acidente em marginais e avenidas de ligação para que o trânsito trave.

Mas, na comparação com Recife e Porto Alegre, São Paulo consegue, em média, escoar melhor os fluxos – ainda que às custas de percursos mais longos, deslocamentos multimodais e jornadas cansativas.

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Quando 10 km dizem muito sobre a qualidade de vida

Comparar o tempo necessário para percorrer 10 km parece um detalhe técnico, mas, na prática, é um retrato da qualidade de vida urbana. Se um trajeto relativamente curto consome quase uma hora, como em Recife e Porto Alegre, isso significa:

  • menos tempo disponível para lazer, descanso ou estudos
  • mais gastos com combustível e manutenção dos veículos
  • mais pressão sobre o transporte público, que também fica preso no mesmo congestionamento
  • mais poluição do ar e emissões de gases de efeito estufa

Relatórios internacionais de mobilidade apontam que cidades com trânsito cronicamente congestionado tendem a registrar maior estresse entre os moradores, além de impactos na saúde física, como problemas respiratórios e musculares relacionados a longos períodos sentados.

O desafio das grandes capitais brasileiras

Seja em Recife, Porto Alegre, Rio de Janeiro ou São Paulo, o diagnóstico é semelhante: as cidades cresceram, a frota de veículos explodiu e o planejamento de mobilidade não acompanhou o mesmo ritmo.

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A comparação dos tempos médios por 10 km ajuda a entender onde a situação é mais crítica, mas também deixa claro que o problema é nacional.

A aposta em transporte público de qualidade, integração entre modais, ciclovias funcionais e políticas que desestimulem o uso do carro em todos os trajetos aparece como caminho comum entre especialistas.

Enquanto essas soluções avançam a passos lentos, motoristas e passageiros seguem fazendo contas: quantos minutos – ou horas – ainda serão gastos todos os dias para vencer distâncias que, no mapa, parecem curtas, mas no trânsito parecem não ter fim?

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