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Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA | Wikimedia commons
Em dezembro de 2023, o Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA (FWS) propôs uma campanha de extermínio ambiciosa, visando abater mais de 500 mil corujas-barradas. Esta medida radical visa proteger outras espécies nativas, especialmente a coruja-pintada-do-norte, que está severamente ameaçada no noroeste do Pacífico.
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A coruja-barrada é considerada uma espécie invasora, pois é originária da costa leste dos EUA, e representa uma grande ameaça às espécies protegidas. O plano preliminar do FWS estabelece a meta de eliminar meio milhão dessas aves ao longo dos próximos 30 anos para controle populacional.
A coruja-pintada-do-norte sofre um declínio acelerado, com populações que caíram entre 35% e 80% nas últimas duas décadas, e a coruja-barrada é a principal responsável por este impacto. Portanto, a ação drástica é vista como necessária para salvar a espécie nativa da extinção.
As corujas-barradas estão presentes no noroeste do Pacífico desde os anos 1950 e, atualmente, superam em número as corujas-pintadas-do-norte. Elas são maiores, mais agressivas e possuem uma dieta mais variada, alimentando-se de tudo, desde anfíbios até outras aves e peixes.
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Por serem mais territoriais e maiores, as corujas-barradas deslocam as espécies nativas, perturbando seus ninhos. Além disso, elas competem intensamente por alimento e chegam a atacar as corujas-pintadas-do-norte quando estas se aproximam demais.
O declínio das corujas-pintadas-do-norte é dramático em áreas com alta presença de invasoras. Um estudo recente descobriu que, onde não houve remoção, a população nativa caía a uma taxa de 12,1% ao ano. Se essa taxa fosse mantida, a população reduziria à metade em apenas 5,7 anos.
O FWS planeja abater, inicialmente, cerca de 20 mil corujas no primeiro ano da ação. Nas décadas seguintes, o número anual de abates será ajustado, visando cumprir a meta total em 30 anos. A previsão é que este programa comece já no ano de 2025.
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Jared Hobbs, biólogo sênior, afirma que o abate da coruja-barrada é uma opção, mas precisa ser acompanhado pela proteção do habitat. Ele enfatiza que este é o mais importante dos três pilares para a recuperação, juntamente com o controle da espécie invasora e a reprodução em cativeiro.
Nem todos apoiam o plano. Bob Sallinger, diretor executivo da Bird Conservation Oregon, questiona se "vamos causar mais mal do que bem" ao atirar em aves que seriam protegidas. Ele considera a situação "terrível e sem saída".
Especialistas estão confiantes no programa, pois estudos demonstraram que o extermínio das corujas-barradas estabilizou as populações nativas. O objetivo é criar "áreas de refúgio" com densidade muito menor da espécie invasora, o que permite que as corujas-pintadas sobrevivam e prosperem.
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