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material interno da Terra faz com que o som viaje mais devagar. | Imagem gerada por IA
Pesquisadores descobriram que o núcleo do planeta pode estar cercado por uma fina camada de crosta oceânica antiga, enterrada a cerca de 2.900 km abaixo da superfície.
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A revelação vem de um estudo recente que analisou ondas sísmicas na Antártida, oferecendo a visão mais detalhada já obtida do limite entre o núcleo externo derretido e o manto rochoso.
Segundo o portal australiano ScienceAlert, as ondas sísmicas analisadas mostram que, em certas regiões, o material interno da Terra faz com que o som viaje mais devagar.
Esses pontos são chamados de ULVZs (zonas de velocidade ultrabaixa) e podem formar verdadeiras “montanhas” no núcleo, algumas até cinco vezes mais altas que o Monte Everest.
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Segundo os pesquisadores da Universidade Estadual do Arizona., a explicação mais provável para essas formações é a presença de antigos fundos oceânicos subduzidos, que ao longo de milhões de anos foram arrastados pelas correntes de convecção para as profundezas da Terra.
Há indícios de que essa crosta possa até cobrir todo o núcleo, embora sua espessura seja extremamente fina.
Essa descoberta também cria uma ligação inédita entre o que acontece a milhares de quilômetros de profundidade e os processos que moldam a superfície terrestre.
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A interação entre núcleo e manto está diretamente relacionada à formação de vulcões, terremotos e movimentos tectônicos, que influenciam a vida na Terra há bilhões de anos.
Os cientistas ainda não sabem como essa crosta oceânica antiga sobreviveu por tanto tempo sem se misturar completamente ao manto. Outra dúvida é se ela pode estar influenciando o comportamento do campo magnético terrestre, que tem apresentado variações significativas ao longo da história do planeta.
Novas pesquisas sísmicas devem ampliar esse mapa em alta definição e testar a hipótese de que essa camada realmente envolve todo o núcleo da Terra. Se confirmada, a descoberta pode redefinir a forma como entendemos a geologia profunda e explicar melhor como o calor e os materiais circulam dentro do planeta.
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Compreender a estrutura do limite núcleo-manto (CMB) é fundamental para a ciência, já que ela influencia fenômenos como:
"Investigações sísmicas, como as nossas, fornecem imagens de altíssima resolução da estrutura interna do nosso planeta, e estamos descobrindo que essa estrutura é muito mais complicada do que se pensava", disse a geóloga Samantha Hansen, da Universidade do Alabama, quando as descobertas foram anunciadas.
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