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A evolução do veneno das cobras está ligada à evolução humana, segundo cientistas | Reprodução/Donald Broadley
Apesar do avanço de pesquisadores em catalogar animais e plantas, o processo ainda é difícil. Isso porque muitos representantes inéditos se assemelham a espécies já descobertas, o que atrapalha a diferenciação.
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A cobra-cuspideira de Nyanga (Hemachatus nyangensis) é um desses casos. Ela foi recentemente descrita na revista Plos One, com base no único espécime conhecido, que foi atropelado por um carro em 1982.
Semelhante a outras cobras cuspideiras, a Hemachatus nyangensis é originária do país africano Zimbábue, mais especificamente de uma região chamada Terras Altas Orientais.
Em publicação no portal The Conversation, os autores do estudo explicaram que espécies de cobras parecidas já tinham sido avistadas.
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Em 1920, pesquisadores descreveram uma estranha população de cobras que exibiam um comportamento incomum e possuíam pele vermelha sob as escamas.
Já na década de 1950, Donald Broadley, especialista em cobras do sul da África, recebeu amostras de crânios de uma cuspideira, que foi classificada como Hemachatus haemachatus.
Mas o veredito só aconteceu em 2023: a cobra Hemachatus nyangensis é diferente de todas as outras espécies conhecidas.
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Cientistas acreditam que algumas cobras desenvolveram a capacidade de cuspir veneno como forma de defesa contra os primeiros ancestrais dos humanos.
Quando eles começaram a andar sobre duas pernas e a usar ferramentas, passaram a representar uma ameaça para esses animais.
Nas najas africanas, essa habilidade teria surgido há cerca de 7 milhões de anos, o mesmo período em que os hominídeos se separaram dos chimpanzés e bonobos.
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Já nas cobras asiáticas, a habilidade teria aparecido cerca de 2,5 milhões de anos atrás, coincidindo com o surgimento do Homo erectus, uma espécie humana que também podia atacar serpentes.
O novo estudo sugere que o mesmo processo pode ter ocorrido uma terceira vez, com as cobras-cuspideiras de Nyanga, do Zimbábue.
Mas são necessárias mais amostras para entender quando ocorreu a separação entre as espécies de cuspideiras e como isso se relaciona à evolução humana.
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