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Dispositivo pode ser aliado contra a crise global da água | Freepik
Um grupo de cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) testou uma nova tecnologia capaz de transformar a umidade do ar em água potável.
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Divulgados pelo MIT em junho de 2025, os ensaios foram feitos no Vale da Morte, na Califórnia (EUA), que é considerado um dos lugares mais quentes e secos do planeta.
Apesar de parecer ter saído de um filme, a máquina gerou debate entre a comunidade científica, que acredita se tratar de uma “distração cara”.
Imagine uma janela feita com um material absorvente chamado “hidrogel”, impregnado com sal, envolto em vidro e emoldurado no formato de uma colmeia. Essa é a composição do painel de coleta de água.
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O revestimento funciona como uma esponja, mas, ao invés de sugar líquidos, absorve o vapor da atmosfera, inchando e encolhendo cada vez que a água evapora.
Após serem condensadas no vidro do dispositivo, as gotículas escorrem por um tubo, transformando-se em água potável. A máquina utiliza apenas o calor do sol como “combustível”, sem necessidade de outra fonte de energia.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, uma em cada quatro pessoas no mundo ainda não tem acesso a água potável. Além disso, as reservas de água apropriada para o consumo estão diminuindo, por causa das mudanças climáticas.
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"Os hidrogéis [presentes no novo dispositivo] podem inchar até dez vezes seu volume apenas extraindo umidade do ar, e funcionam até mesmo em ambientes muito secos", explica Paul Westerhoff, professor da Universidade Estadual do Arizona (EUA), em entrevista à CNN.
No entanto, o especialista admite que o processo é caro. "Se eu bebesse, custaria cerca de 10 vezes mais do que a água da torneira que compro hoje em dia”, disse.
Não é a primeira vez que o hidrogel é usado para absorção de água, pois é barato e não exige muita energia.
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No Deserto do Atacama, no Chile, o material misturado com sal conseguiu coletar 0,1 galão de água potável por metro quadrado por dia.
Outro projeto, feito em Las Vegas, afirma ser possível produzir um galão de água potável por dia usando uma membrana de hidrogel inspirada em pererecas.
Empresas como a H2OLL, de Israel, e a AirJoule, dos EUA, também já estão estudando a produção de geradores de água atmosférica. No total, o mercado global dessas tecnologias é avaliado em mais de US$ 2 bilhões.
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Apesar de avançado, o novo dispositivo construído pelos especialistas do MIT não coleta grande quantidade de água no deserto, apenas cerca de dois terços de uma xícara por dia.
Além do baixo retorno, o custo envolvido em processos de “fabricação” de água potável também é um problema. Para o editor da consultoria Global Water Intelligence, Christopher Gasson, a nova tecnologia pode ser limitada a um nicho.
"O fato é que estamos produzindo uma quantidade relativamente pequena de água, e é difícil dizer onde ela se encaixa nas fontes de água existentes", disse ele à CNN.
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