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Cientistas encontram uso surpreendente para restos de café

Nova técnica transforma resíduos em concreto mais forte e ajuda o meio ambiente

Pedro Morani

26/08/2025 às 08:35

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O novo caminho que os cientistas encontraram para o café descartado

O novo caminho que os cientistas encontraram para o café descartado | Pexels

Pesquisadores australianos descobriram que o pó de café usado pode virar um produto interessante para outro setor da economia. O resultado é um material até 30% mais resistente, e o mundo produz cerca de 10 bilhões de quilos de resíduos de café por ano.

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Pesquisadores australianos descobriram que o pó de café usado pode virar um produto interessante para outro setor da economia
Pesquisadores australianos descobriram que o pó de café usado pode virar um produto interessante para outro setor da economia
O biochar se mistura de forma eficiente ao cimento, criando ligações que reforçam a estrutura do concreto
O biochar se mistura de forma eficiente ao cimento, criando ligações que reforçam a estrutura do concreto
Nesse método, o pó de café é aquecido a mais de 350 °C em um ambiente sem oxigênio (Imagens geradas por IA)
Nesse método, o pó de café é aquecido a mais de 350 °C em um ambiente sem oxigênio (Imagens geradas por IA)

A maior parte desse material acaba em aterros sanitários, sem qualquer aproveitamento. Esse descarte não só desperdiça toneladas de recursos orgânicos, como também gera um impacto ambiental significativo.

Quando o café se decompõe em aterros, ele libera gases de efeito estufa, como metano e dióxido de carbono. Esses gases são apontados como grandes responsáveis pelo avanço das mudanças climáticas

Impactos para o meio-ambiente

O problema se agrava porque a quantidade desse tipo de resíduo cresce a cada ano, acompanhando o consumo mundial da bebida. Enquanto isso, o setor da construção civil continua em expansão. 

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A produção de concreto, essencial para erguer novas obras, exige cada vez mais areia e outros insumos naturais. Essa demanda causa forte pressão sobre os ecossistemas, principalmente em rios e margens, de onde a areia é extraída.

O resultado é erosão, desequilíbrio ambiental e perda de recursos que não se renovam facilmente.

A solução encontrada pelos cientistas

Para contornar esses problemas, os pesquisadores testaram uma nova técnica. Eles perceberam que não poderiam simplesmente adicionar o café usado ao concreto, já que substâncias presentes no resíduo acabam enfraquecendo o material. 

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A saída foi recorrer a um processo chamado pirólise. Nesse método, o pó de café é aquecido a mais de 350 °C em um ambiente sem oxigênio.

Esse tratamento térmico quebra as moléculas orgânicas e transforma o resíduo em biochar, um carvão leve, poroso e rico em carbono. O biochar se mistura de forma eficiente ao cimento, criando ligações que reforçam a estrutura do concreto.

O resultado foi impressionante: o material se mostrou até 30% mais resistente do que em análises anteriores. Os cientistas ainda testaram temperaturas mais altas, como 500 °C, mas nesse caso as partículas não apresentaram a mesma eficiência. 

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Ou seja, o equilíbrio entre calor e ausência de oxigênio é fundamental para garantir a qualidade do produto final.

Próximos passos da pesquisa

Apesar dos resultados animadores, os cientistas afirmam que ainda há muito trabalho pela frente. Eles precisam verificar como o concreto feito com restos de café reage em situações de longo prazo.

Entre os testes previstos estão resistência ao congelamento e descongelamento, absorção de água, abrasões e outros fatores que simulam o desgaste natural em construções. Outra linha de pesquisa envolve ampliar a técnica para além do café. 

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A equipe já começou a experimentar a produção de biochar a partir de resíduos de madeira, sobras de alimentos e restos agrícolas. 

O objetivo é criar alternativas que possam aproveitar diferentes tipos de lixo orgânico, transformando o que hoje é descartado em algo útil. Para os cientistas, a ideia não é apenas tornar o concreto mais forte. 

Trata-se de propor um novo modelo de economia circular, em que resíduos deixam de ser um problema e passam a ser parte da solução. 

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“Queremos reduzir drasticamente o que vai para os aterros e, ao mesmo tempo, proteger recursos naturais, como a areia”, afirma a pesquisadora Shannon Kilmartin-Lynch, em entrevista ao portal Science Alert. 

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