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Chamado de "fóssil vivo", o equidna foi filmado nas montanhas Cíclopes, Indonésia, após 62 anos. | Ilustração com base em fotos/Gazeta SP
Cientistas da Universidade de Oxford confirmaram a existência do equidna de bico longo de Attenborough, um mamífero que põe ovos e que era temido como extinto. A expedição, nas montanhas Cíclopes na Indonésia, conseguiu capturar clipes de três segundos do animal usando câmeras ocultas.
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O equidna é, junto ao ornitorrinco, o único mamífero que deposita ovos. Por isso, ele foi classificado pelos especialistas como um "fóssil vivente". A única prova anterior de sua existência era um exemplar morto, guardado no museu Naturalis, nos Países Baixos, há décadas.
Portanto, a redescoberta gerou grande euforia na equipe de pesquisadores. Acredita-se que este animal com picos, pelagem e bico tenha surgido há cerca de 200 milhões de anos, quando os dinossauros habitavam a Terra, tornando a descoberta monumental.
O biólogo James Kempton, da Universidade de Oxford, relatou a emoção ao BBC News. Ele disse que estava "eufórico, todo o equipe estava eufórico" ao ver o equidna nas imagens. O sucesso veio em um momento dramático, na "última tarjeta de memoria que miramos, de la última cámara que recogimos, el último día de nuestra expedición", explicou.
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Antes deste avistamento, a importância do espécime de museu só ficou clara em 1998. Naquele ano, radiografias revelaram que se tratava de um exemplar adulto e distinto, e não apenas de outra espécie comum de equidna. Assim, o animal recebeu seu nome em homenagem a David Attenborough.
O equidna de Attenborough, uma das quatro espécies de equidna, era considerado em perigo crítico de extinção. Estes animais com púas, pelagem e pico conseguiram sobreviver por milhões de anos, sendo criaturas únicas ao lado apenas do ornitorrinco.
Para o reencontro, a equipe de cientistas percorreu por um mês zonas inexploradas dos montes Cíclopes. Este é um habitat selvático e escarpado, situado a 2.000 metros acima do nível do mar, na Indonésia, um local conhecido por ser perigoso.
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Eles precisaram escalar cumes estreitos repletos de musgo e raízes de árvores, muitas vezes sob chuva e com "acantilados escarpados a ambos lados". Além disso, durante a subida, eles sentiram terremotos em duas ocasiões, o que intensificou o desafio da expedição.
O diretor da coleção do museu Naturalis, Pepijn Kamminga, que guarda o espécime original, afirmou que o redescobrimento é uma "noticia increible". Expedições anteriores até encontraram indícios, como marcas de narizes no chão, mas sem prova definitiva.
Ademais, os cientistas encontraram novas espécies de insetos e rãs no local. Eles também observaram populações saudáveis de cangurus arborícolas e aves do paraíso, demonstrando a riqueza da biodiversidade da região remota.
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Um conservacionista local reforçou: "Tenemos que proteger estas montañas sagradas". Ele ressaltou que ali existem "tantas especies endémicas que no conocemos", evidenciando a necessidade de preservação da área.
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