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Como o vírus da Covid usa células dos testículos para se multiplicar

Pesquisa usou camundongos para entender comportamento do vírus ao ter contato com testosterona

José Adryan

12/07/2025 às 19:35

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Pesquisa revelou que vírus da Covid-19 usa testosterona e pode ser mais letal em homens

Pesquisa revelou que vírus da Covid-19 usa testosterona e pode ser mais letal em homens | Freepik

Uma pesquisa feita no Brasil com camundongos revelou um fato muito interessante sobre o vírus da Covid-19. De acordo com os pesquisadores, o vírus da Covid-19 é capaz de invadir células testiculares produtoras de testosterona e usá-las para se multiplicar. 

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Pesquisa mostra que o SARS-CoV-2 usa células dos testículos para se multiplicar, prejudicando a produção de testosterona
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Pesquisa usou camundongos para entender comportamento do Vírus
Pesquisa usou camundongos para entender comportamento do Vírus
Células infectadas passam a produzir citocinas inflamatórias, reforçando a ligação entre infecção e disfunção hormonal em homens
Células infectadas passam a produzir citocinas inflamatórias, reforçando a ligação entre infecção e disfunção hormonal em homens
Vírus altera o metabolismo lipídico das células de Leydig, desviando o colesterol para sua replicação (Fotos: Freepik)
Vírus altera o metabolismo lipídico das células de Leydig, desviando o colesterol para sua replicação (Fotos: Freepik)

Para isso, ele sequestra a estrutura celular e interfere nas vias metabólicas, inclusive utilizando o colesterol, essencial para a produção do hormônio masculino, como matéria-prima para sua replicação.

Como o vírus usa a testosterona?

A pesquisa foi feita pela Faculdade de Odontologia da Universidade Estadual de São Paulo (FOAr-Unesp), em colaboração com a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP (FMRP-USP).

O estudo, financiado pela Fapesp, revelou algo inédito: partículas do coronavírus foram encontradas dentro das inclusões lipídicas e das organelas das células de Leydig, que são responsáveis pela produção de testosterona. 

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Além disso, os cientistas conseguiram descrever como o vírus interfere diretamente no funcionamento dessas células. Essa descoberta ajuda a entender por que homens com quadros graves de Covid-19 costumam apresentar queda nos níveis de testosterona.

Estela Sasso-Cerri, professora da FOAr-Unesp, que coordenou o estudo, comentou em entrevista à Agência Fapesp a ação do vírus.

“Após infectar as células de Leydig, presentes nos testículos, o vírus usa as vias do metabolismo e a estrutura celular para se replicar, o que prejudica a produção de testosterona”, explica.

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“Além disso, as células são responsáveis por armazenar colesterol, essencial para a síntese de testosterona, e contêm uma maquinaria celular especializada na produção de hormônios esteroides, tornando-se um alvo favorável para a infecção”, complementa.

Como descobriram?

O experimento foi realizado com camundongos geneticamente modificados para expressar o receptor ACE2, usado pelo vírus para invadir as células. Esses animais desenvolvem sintomas semelhantes aos dos humanos quando infectados.

“Observamos que tanto no testículo do camundongo transgênico como no testículo humano havia uma intensa concentração de ACE2 nos mesmos tipos celulares. O resultado confirma que o testículo é um órgão alvo do SARS-CoV-2", afirma a pesquisadora.

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Durante os testes, foi constatado que o vírus altera o metabolismo lipídico nas células de Leydig. O colesterol armazenado, que normalmente seria usado na produção de testosterona, acaba sendo desviado para auxiliar na multiplicação viral.

Assim, mesmo com pouca testosterona presente, as células estavam cheias de lipídios, resultado de uma maior captação de colesterol induzida pelo próprio vírus.

Conclusões

Além disso, os cientistas identificaram uma mudança no comportamento das células. Após a infecção, as células de Leydig deixaram de produzir hormônios a partir do colesterol e passaram a agir como células do sistema imunológico.

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Com os dados obtidos, o trabalho avança na explicação sobre os danos hormonais causados pela Covid-19 em homens.

“Os resultados corroboram os baixos níveis de colesterol verificados clinicamente em pacientes com Covid-19 grave, podendo esclarecer a vulnerabilidade de homens à Covid-19, bem como a alta taxa de mortalidade masculina”, explica Sasso-Cerri.

As informações foram retiradas da Agência Fapesp.

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