Entre em nosso grupo
2
Continua depois da publicidade
Revolving House virou símbolo da arquitetura bioclimática e inovação japonesa | Reprodução/Youtube
No Japão, o engenheiro Yoichi Sakamoto criou uma casa capaz de girar conforme o movimento do sol, ajustando a iluminação e o aquecimento natural ao longo do dia.
Continua depois da publicidade
Construída na cidade de Shizuoka, a residência de 120m² é sustentada por uma base circular motorizada que permite uma volta completa em cerca de dois minutos.
A chamada “Revolving House” nasceu da observação da natureza. Inspirado em flores que se voltam para o sol, Sakamoto projetou uma estrutura que se move silenciosamente, otimizando a luz solar no inverno e priorizando áreas sombreadas no verão.
“Pensei: e se, em vez de me adaptar ao sol, a casa se adaptasse a mim?”, contou o engenheiro à NHK World Japan, durante a série documental Innovative Japanese Architecture.
Continua depois da publicidade
Com estrutura de aço leve e madeira laminada, a casa foi projetada para resistir a terremotos.
A cozinha e o banheiro ficam fixos no centro, enquanto os demais cômodos giram ao redor, evitando que tubulações e cabos se enrosquem. O sistema utiliza motores elétricos de baixo consumo e sensores que calculam a posição ideal em relação ao sol.
Além do efeito visual, o projeto traz ganhos concretos: estudos publicados na revista Jutaku Kenchiku mostram que a casa reduz até 70% do gasto energético em comparação com residências convencionais.
Continua depois da publicidade
A ventilação cruzada, o aproveitamento da luz natural e o aquecimento passivo tornam o ambiente confortável o ano todo.
A inovação atraiu atenção internacional e inspirou projetos semelhantes em países como Alemanha, Austrália e Emirados Árabes, incluindo o famoso Dynamic Tower, em Dubai.
Décadas depois, universidades japonesas ainda estudam o modelo de Sakamoto como exemplo de arquitetura bioclimática e responsiva, que se adapta ao ambiente em tempo real.
Continua depois da publicidade
O engenheiro também integrou painéis solares, sistema de captação de chuva e reutilização de águas cinzas, tornando a casa parcialmente autossuficiente, um feito notável para a década de 1990.
Hoje, a Revolving House é ponto turístico em Shizuoka e símbolo da arquitetura sustentável japonesa. Para Sakamoto, o projeto representa mais do que tecnologia: “Não quis fazer uma casa futurista. Quis fazer uma casa que entendesse o tempo”.
Com o avanço da inteligência artificial, novas versões do conceito já conseguem girar automaticamente conforme o clima, uma evolução direta da ideia que uniu engenhosidade, natureza e conforto em uma única casa.
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade