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O coração dessa jararaca fica em uma posição mais alta para garantir agilidade e estabilidade na hora de escalar | Miguelrangeljr/Wikimedia Commons
A 35 km do litoral de São Paulo, fica uma ilha pequena, rochosa e tomada por cerca de três mil serpentes. É a Ilha da Queimada Grande, conhecida como Ilha das Cobras, um território de 43 hectares de acesso remoto.
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O local possui a segunda maior concentração de cobras por área do planeta, atrás apenas da Ilha de Shedao, na China.
Entre os animais que habitam o território, um dos mais temidos é a jararaca-ilhoa (Bothrops insularis), espécie exclusiva da região.
A jararaca da Ilha das Cobras se distingue pelo tom amarelado e pelo corpo mais fino. A cauda, alongada e escura, funciona como isca: seus movimentos lembram pequenas minhocas, atraindo presas desavisadas.
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Menor que a jararaca continental, costuma medir menos de um metro. A pele mais flexível e o coração situado em posição mais alta garantem mais agilidade e estabilidade na hora de escalar.
A espécie também domina a arte de se prender aos galhos, habilidade que facilita tanto a movimentação quanto a caça, já que passa boa parte da vida nas árvores.
Sua cabeça relativamente maior e os dentes mais curtos ajudam na captura e na deglutição de aves.
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Como a dieta da jararaca é formada principalmente por pássaros, o veneno evoluiu para agir de forma quase imediata, impedindo que a presa tenha tempo de fugir voando.
Por existir apenas na ilha, a jararaca-ilhoa desenvolveu características que a diferenciam das jararacas do continente.
De acordo com o site do Instituto Butantan, há mais de 11 mil anos, todas elas ficavam isoladas na Ilha da Queimada Grande, após a era glacial.
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Com o passar dos milênios, a elevação do nível do mar separou o pedaço de terra do continente, isolando ali um grupo de jararacas.
Esse isolamento levou a adaptações próprias e a mudanças que não ocorreram nas populações que permaneceram no continente. O mesmo processo deu origem a outras espécies exclusivas do Brasil.
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