Conheça as duas melhores cidades do Brasil para estudar e trabalhar

Em um cenário em que fazer faculdade fora de casa exige cada vez mais planejamento, duas capitais brasileiras se destacaram em um dos principais rankings internacionais voltados à vida universitária.

São Paulo e Rio de Janeiro entraram no QS Best Student Cities, lista que reúne algumas das melhores cidades do mundo para estudantes.

Elaborado pela consultoria britânica QS Quacquarelli Symonds, o ranking considera a opinião de mais de 98 mil estudantes e indicadores como qualidade das universidades, perspectiva de emprego, custo de vida, acessibilidade e diversidade cultural.

Ao todo, 140 metrópoles foram avaliadas, e as duas brasileiras aparecem na segunda metade da lista, mas com papel relevante na América Latina.

A presença das capitais paulista e fluminense reforça o status de polos de formação, trabalho e pesquisa no País. Ao mesmo tempo, o ranking ajuda a medir como essas cidades buscam equilibrar desafios urbanos com a experiência de quem chega em busca de um diploma e de novas oportunidades.

Características da cidade de São Paulo

São Paulo aparece em 86º lugar no ranking global e em 4º lugar na América Latina em 2023, após ocupar a 80ª posição no ano anterior. Mesmo com a leve queda, a cidade segue bem avaliada pela qualidade de suas universidades e pelo volume de oportunidades de emprego para recém-formados.

Ao todo, seis instituições paulistanas figuram no ranking QS das melhores universidades do mundo. A mais bem posicionada é a Universidade de São Paulo (USP), que ocupa a 115ª colocação global. Esse peso acadêmico ajuda a explicar por que a cidade continua atraindo estudantes de diferentes regiões do Brasil.

O estudo lembra que apenas 3% dos alunos em São Paulo são internacionais, mas, ainda assim, a capital se apresenta como um centro financeiro e cultural de grande porte no País.

Na prática, isso significa acesso a um mercado de trabalho amplo, estágios em empresas de diversos setores e uma rede de serviços que facilita a vida de quem está começando a carreira.

Entre os pontos positivos apontados pelo ranking estão as oportunidades de emprego em áreas como tecnologia, comércio, finanças e nas indústrias automotiva e farmacêutica.

São Paulo também se destaca por ter um custo de vida considerado relativamente baixo quando comparado a outras grandes metrópoles globais com peso semelhante na economia.

Do ponto de vista cultural, a cidade oferece uma agenda intensa. São mais de 100 museus, cerca de 300 salas de cinema e uma gastronomia que vai da comida de rua aos restaurantes premiados. Para quem chega de fora, essa variedade ajuda a construir uma rotina que mistura estudo, trabalho e lazer.

Em termos de acessibilidade, São Paulo aparece na 49ª posição global, reflexo da infraestrutura de transporte e da possibilidade de deslocamento entre diferentes campi universitários.

O estudo também destaca a proximidade com cidades como Campinas, São Carlos e São José dos Campos, que abrigam importantes instituições de ensino e pesquisa e ampliam o ecossistema acadêmico da região.

Características da cidade do Rio de Janeiro

Já o Rio de Janeiro entrou pela primeira vez no QS Best Student Cities em 2023. A cidade ocupa a 121ª posição no ranking global e o 8º lugar na América Latina, resultado que reconhece não apenas o peso de suas universidades, mas também o apelo de seu estilo de vida para quem está em fase de formação.

Quatro instituições de ensino superior cariocas aparecem no ranking da QS, com destaque para a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a mais bem posicionada. A presença dessas universidades reforça o papel da cidade como polo de pesquisa, cultura e inovação.

Além das praias conhecidas no mundo inteiro e do clima quente, o Rio oferece uma vida acadêmica vibrante, com forte ligação com a cultura local.

A cidade é vista como um bom destino para estudantes que buscam um ambiente descontraído, marcado pela simpatia dos cariocas, pelo Carnaval de rua e por um cotidiano ao ar livre, entre trilhas, orla e parques.

A consultoria ressalta, por outro lado, que o mercado de trabalho no Rio pode ser mais desafiador para estudantes internacionais. Em muitos casos, o domínio da língua portuguesa é requisito obrigatório para vagas em empresas e instituições públicas, o que limita parte das oportunidades para quem vem de fora.

Apesar disso, o Rio continua sendo um polo atrativo para quem pretende seguir carreira em áreas ligadas ao turismo, ao entretenimento e às artes. Produções audiovisuais, eventos culturais e projetos ligados à economia criativa ajudam a manter a cidade em evidência também entre os jovens profissionais.

O que é o Ranking QS Best Student Cities

O QS Best Student Cities é um dos principais rankings globais voltados à experiência do estudante nas grandes cidades. Mais do que avaliar apenas o desempenho acadêmico das universidades, o levantamento considera elementos que influenciam diretamente a decisão de onde estudar, como:

• qualidade de vida;
• custo de estudo e de manutenção na cidade;
• oportunidades de emprego para graduados;
• diversidade cultural;
• presença de universidades reconhecidas internacionalmente.

Na edição de 2023, Londres se manteve pela quarta vez consecutiva na liderança. Seul e Munique aparecem logo na sequência, mostrando a força de cidades asiáticas e europeias na disputa por estudantes internacionais.

Enquanto isso, São Paulo e Rio de Janeiro seguem consolidando seu espaço dentro do recorte latino-americano, mesmo com os desafios típicos das grandes metrópoles brasileiras.

Top 10 do QS Best Student Cities 2023

1. Londres (Reino Unido)
2. Seul (Coreia do Sul)
3. Munique (Alemanha)
4. Zurique (Suíça)
5. Melbourne (Austrália)
6. Berlim (Alemanha)
7. Tóquio (Japão)
8. Paris (França)
9. Sydney (Austrália)
10. Edimburgo (Reino Unido)

Ao colocarem São Paulo e Rio de Janeiro nesse mapa global da educação superior, os dados da QS ajudam a mostrar como as duas capitais, com perfis bem diferentes entre si, ainda são vistas como portas de entrada importantes para quem deseja construir a vida acadêmica – e profissional – no Brasil.