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Cientistas divulgam estudo que permite entender o sistema de recompensa do cérebro | Vitaly Gariev | Unsplash
Por que algumas pessoas sentem vontade de sair para tomar uma cervejinha depois de um longo e estressante dia de trabalho? Ou de fumar um cigarro depois do café? Esses são, sem dúvidas, hábitos pouco saudáveis, mas que ativam o sistema de recompensa do cérebro.
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Uma equipe de pesquisadores do Centro Médico da Universidade de Georgetown, EUA, decifrou o mecanismo complexo do sistema de recompensa. O artigo foi publicado na revista Nature.
Durante a pesquisa, os cientistas identificaram um mecanismo neurobiológico fundamental que influencia drasticamente a velocidade com que o cérebro estabelece associações de recompensa. Através dele, tanto a formação de hábitos benéficos quanto os vícios são impactados.
Esse mecanismo envolve a proteína KCC2, que atua como catalisadora de aprendizagem associativa, comparada a um interruptor conforme descrito no estudo.
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A proteína é essencial para homeostase do cloreto neuronal, além de modular a atividade dos neurônios responsáveis pela secreção e dopamina.
No caso de redução dessa proteína, um aumento notável na atividade dos neurônios dopaminérgicos acontece. Isso significa que, novas associações são amplificadas entre estímulos ambientais e resultados satisfatórios.
A aprendizagem associativa é essencial para modular o comportamento humano. No entanto, ela pode ser prejudicada por transtornos complexos como dependência química, depressão ou esquizofrenia.
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Dessa forma, Alexey Ostroumov, autor principal do estudo, destacou que o abuso de substâncias pode gerar modificações na proteína KCC2. As drogas “sequestram” o mecanismo de aprendizagem do cérebro.
Além disso, a equipe observou por meio de experimentos comportamentais em tecido cerebral de camundongos, que a relação é inversamente proporcional; ou seja, quanto menor for a presença de KCC2, maior a sensibilidade a aprendizagem.
Outra descoberta, foi a de que a proteína não somente regula a taxa de disparo (frequência que os neurônios 'atira' sinais elétricos), mas também a coordenação dos neurônios. O que é vital, já que a atividade sincronizada entre as células nervosas leva uma maior liberação de dopamina.
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Explosões coordenada de dopamina funcionam como uma espécie de sinal de aprendizado extremamente poderoso. Ostroumov resume como essas associações são formadas:
“É como quando um fumante sempre combina café com cigarro e, ao tentar parar de fumar , descobre que o simples ato de beber café desencadeia um forte desejo de fumar", exemplifica.
Ainda sim, existem noticias boas. Uma compreensão mais profunda do mecanismo mediado pela proteína KCC2 pode abrir novos caminhos para o desenvolvimento de melhores tratamentos para vícios e distúrbios cerebrais.
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O objetivo seria prevenir a formação e o enraizamento de associações prejudiciais, bem como restaurar padrões saudáveis de aprendizagem. Alguns medicamentos benzodiazepínicos, como o diazepam, demonstram capacidade de modular a coordenação neuronal.
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