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A cidade tem essa proibição por conta do clima do local | Reprodução/ YouTube
A cidade onde é proibido morrer desperta a curiosidade de viajantes e estudiosos do mundo todo. Localizada no arquipélago de Svalbard, no extremo norte da Noruega, Longyearbyen é a cidade mais ao norte do planeta e abriga cerca de 2.000 habitantes.
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Cercada por montanhas cobertas de neve e fiordes gelados, ela guarda uma regra incomum que parece saída de um conto fantástico, mas que tem uma explicação científica e prática.
Apesar de parecer uma história inventada, a proibição de morrer em Longyearbyen é real e existe há mais de sete décadas. A medida surgiu não por superstição ou crença cultural, mas por motivos de saúde pública.
O permafrost, solo permanentemente congelado da região, impede que corpos em decomposição se decomponham adequadamente, criando riscos biológicos e ambientais.
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Assim, os moradores que enfrentam doenças graves são transferidos para outras cidades norueguesas, onde podem receber cuidados adequados até o fim da vida.
O segredo por trás dessa regra inusitada está no solo congelado de Longyearbyen. O permafrost mantém as temperaturas tão baixas que, mesmo após décadas, corpos enterrados permanecem praticamente intactos.
Estudos feitos no cemitério local mostraram que até vírus antigos, como o da gripe espanhola de 1918, ainda podem estar presentes em cadáveres preservados pelo gelo.
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Por esse motivo, desde 1950 é proibido realizar sepultamentos na cidade. O antigo cemitério ainda existe, mas não recebe novos túmulos há décadas.
Hoje, os falecidos são cremados em outras partes da Noruega, e suas cinzas podem ser levadas de volta apenas se forem guardadas em locais seguros.
Viver em Longyearbyen é um desafio constante. Durante parte do ano, o sol não nasce, no fenômeno conhecido como noite polar, que pode durar até quatro meses, e no verão ele nunca se põe, mantendo a cidade banhada em luz por semanas seguidas.
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As temperaturas podem cair abaixo de -30 °C, e os ursos-polares que habitam a região obrigam os moradores a andar armados fora da área urbana.
Mesmo assim, cerca de 2.000 pessoas de mais de 50 nacionalidades escolheram fazer dali o seu lar.
A cidade possui uma infraestrutura moderna, com escolas, restaurantes, museus e até uma universidade. A energia vem de uma usina local, e quase todos os alimentos são importados.
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Apesar das condições extremas, o senso de comunidade é forte, e os habitantes convivem em harmonia com o ambiente ártico.
Longyearbyen abriga também o famoso Svalbard Global Seed Vault, conhecido como o cofre global de sementes. Instalado dentro de uma montanha, o local guarda milhões de amostras de sementes de todo o mundo para proteger a biodiversidade em caso de catástrofes naturais ou crises globais.
O solo congelado e o isolamento tornam o lugar ideal para preservar a vida vegetal da Terra.
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Esse projeto reflete a essência da cidade, um equilíbrio entre fragilidade e resistência. Em meio a um ambiente hostil e gelado, Longyearbyen tornou-se um símbolo mundial de preservação e sustentabilidade, mostrando que até no fim do mundo é possível proteger o futuro do planeta.
Para os viajantes, visitar Longyearbyen é como ir a outro planeta. Não apenas pela paisagem surreal, mas também pelas leis, costumes e ritmo de vida que desafiam o senso comum. Lá, é proibido morrer, mas também é proibido nascer, pois as gestantes próximas do parto são levadas para o continente.
Essas regras, por mais curiosas que pareçam, ajudam a preservar a segurança e a saúde da população em um dos ambientes mais extremos da Terra.
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Mais do que uma curiosidade, Longyearbyen é um lembrete de como os seres humanos se adaptam às condições mais adversas. Em um lugar onde o sol desaparece por meses e o frio é constante, a vida encontra seu próprio caminho e floresce, mesmo no coração do Ártico.
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