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Novos tratamentos podem prolongar a expectativa de vida ainda mais | Imagem: Domínio Público
Alzheimer é uma condição sem cura, que progride lentamente e afeta 1,2 milhões de pessoas no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. Mas a descoberta de um novo fator oculto pode abrir novas portas para tratamentos.
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A descoberta veio da Universidade de Purdue, nos Estados Unidos, e foi publicada na revista Immunity. Ao invés de focar em proteínas, como as tentativas anteriores de achar uma cura, o novo estudo olhou para a gordura.
Entenda melhor a nova descoberta, e como ela pode levar ao desenvolvimento da cura para o Alzheimer.
Anteriormente, os cientistas não achavam que a gordura no cérebro levava a alguma consequência neurodegenerativa, e achavam que o Alzheimer era causado por proteínas embaralhadas que causavam placas no cérebro. A nova descoberta bota em xeque essa hipótese:
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“Em nossa visão, mirar diretamente nas placas ou nos emaranhados não resolverá o problema; precisamos restaurar a função das células imunes no cérebro”, conta Gaurav Chopra, um dos autores do estudo.
O que os cientistas descobriram é que as células de defesa do cérebro, chamadas de microglia, tem suas funções prejudicadas pelo excesso de lipídios no cérebro, como se estivesse entupidas, impedindo que elas combatam inflamações cerebrais causadoras de demência.
“Estamos descobrindo que a redução do acúmulo de gordura no cérebro doente é o ponto crucial, visto que a gordura acumulada dificulta a ação do sistema imunológico para exercer sua função e manter o equilíbrio”, afirma Chopra.
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Claudia Suemoto, professora de geriatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, explica que a doença começa no hipocampo, zona interna do cérebro responsável pelas memórias de curto e longo prazo. É por isso que o esquecimento é o principal sintoma inicial do Alzheimer.
Esquecer dias da semana, nomes de objetos simples como "chave" ou "lápis" podem ser sinais de atenção.
Com base nessa descoberta de células cerebrais no microscópio, os cientistas podem estar à beira de criar um novo modelo para entender como o cérebro funciona, e como ele pode para de funcionar.
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Um possível caminho para a cura de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer ou Parkinson, pode estar em combater esse acúmulo de lipídios no cérebro, possibilitando que as células de defesa façam seu trabalho.
A associação entre acúmulo lipídico no cérebro e a doença é descoberta antiga, e o próprio Alois Alzheimer, que dá nome para a doença, já tinha reparado em um excesso de gordura no cérebro de uma paciente.
Mas os cientistas até então achavam que esse acúmulo era uma consequência, e não uma causa do Alzheimer. Com a descoberta de Gaurav Chopra e sua equipe, a relação de causalidade se inverte.
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“Devido a esses depósitos de gordura (ou depósitos lipídicos), as células da micróglia tornam-se disfuncionais – elas param de remover (ou fagocitar) a proteína beta-amiloide”, explica o doutor.
O acúmulo da proteína beta-amiloide é apontada como principal causa do Alzheimer.
Com a descoberta, um novo caminho se abre: ao invés de combater as proteínas inflamatórias, que se acumulam em placas, os cientistas podem focar em achar um jeito de impedir o acúmulo de lipídios no cérebro.
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Então as células imunes voltam a funcionar como deveriam, e combatem o acúmulo das proteínas danosas ao cérebro de maneira natural.
"Revelamos um ângulo terapêutico completamente novo: Restaurar o metabolismo da micróglia pode restaurar a própria defesa do cérebro contra a doença", afirmou Palak Manchanda, outra autora do estudo.
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