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A primeira mumificação do mundo não veio do Egito: novo estudo revela origem surpreendente

Técnica usada por caçadores-coletadores, há 12 mil anos redefine a história de preservação dos mortos

Julia Teixeira

23/09/2025 às 15:35

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Povo mais antigo que os egípicios usava técnica de mumificação por defumação para preservar a mem´ria dos mortos

Povo mais antigo que os egípicios usava técnica de mumificação por defumação para preservar a mem´ria dos mortos | Foto: Divulgação/PNAS

Muito tempo antes de os egípcios desenvolverem suas técnicas sofisticadas de embalsamento, povos do sudeste asiático já dominavam a arte de mumificação. 

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Recentemente, pesquisadores identificaram evidências de múmias de aproximadamente 12 mil anos atrás – 7 mil anos antes das primeiras descobertas no Egito

Os egípcios usufruíam da técnica de embalsamento para preservar corpos de pessoas mortas.
Os egípcios usufruíam da técnica de embalsamento para preservar corpos de pessoas mortas.
Crenças ancestrais visavam a preservação do corpo como forma de manter viva a memória dos mortos. Fotos: Reprodução/Wikimedia Commons
Crenças ancestrais visavam a preservação do corpo como forma de manter viva a memória dos mortos. Fotos: Reprodução/Wikimedia Commons

Um estudo publicado em 15 de setembro de 2025 na revista Proceedings of the National Academy of Sciences explica que caçadores-coletores (seres humanos cujas sociedades dependiam da caça e da coleta de recursos naturais para a subsistência, em vez de agricultura e pecuária), que viviam no Sul da China, no sudeste asiático e em ilhas como Bornéu e Java (atual Indonésia), adotavam um ritual minimamente diferente para preservar seus mortos.

Os corpos eram amarrados em posição de agachamento e expostos por meses à fumaça de fogueiras de baixa temperatura, o que desidratava lentamente a pele e impedia a decomposição dos ossos

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A prática, conhecida como mumificação por defumação, tem paralelos com tradições observadas historicamente em comunidades indígenas australianas – e em alguns povos sobreviventes na região de Nova Guiné. 

Os pesquisadores analisaram 95 sítios arqueológicos, nos quais muitos apresentavam sinais de exposição ao fogo, como manchas escuras nos ossos. O grupo fez testes de laboratório, e 54 destes 95 esqueletos revelaram alterações moleculares consistentes com aquecimento prolongado em baixas temperaturas.

Por que a defumação funciona no processo de mumificação?

A defumação preserva os ossos (e outros materiais) porque a fumaça da madeira contém compostos como aldeídos (que são bactericidas), fenóis (que são antioxidantes) e ácidos orgânicos (com efeito preservante), que impedem a proliferação de microrganismos e a decomposição. 

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Além disso, o calor e a exposição à fumaça removem a umidade, um fator crucial para a conservação, criando uma espécie de película protetora na superfície do material.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Motivação do uso da técnica

A descoberta reforça a teoria de que a mumificação por fumaça está ligada a crenças ancestrais que visam à preservação do corpo como forma de manter viva a memória dos mortos. Hsiao-chun Hung, da Universidade Nacional Australiana, que liderou o estudo, à revista Science News, acredita que essas práticas possam ter raízes ainda mais antigas, ligadas às migrações humanas a partir da África há cerca de 60 mil anos.

O achado também compara o olhar que outras tradições de mumificação. O povo Chinchorro, no atual Chile, desenvolveu técnicas de embalsamamento há cerca de 7 mil anos, removendo órgãos e deixando os corpos secarem naturalmente no deserto. Já os egípcios passaram a usar resinas e outras substâncias por volta de 6.300 anos atrás.

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