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A cidade também tem uma imensa tradição cultural | Reprodução/ YouTube
Poucos refrigerantes traduzem tão bem o sabor da memória afetiva do interior paulista quanto a Tubaína.
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Doce e simples, ela é mais que uma bebida, é parte de uma tradição que atravessa gerações. Servida nas mesas de famílias, nos botecos antigos e nas festas populares, seu sabor de tutti-frutti, misturado ao aroma do guaraná, carrega o espírito de uma época em que os refrescos eram feitos com paciência artesanal e criatividade.
Foi em Piracicaba, cidade banhada pelo famoso rio de mesmo nome, que essa história começou no final do século 19.
Lá, o comerciante José Miguel de Andrade, dono de uma pequena fábrica de vinagres e licores, decidiu transformar seu talento em experimentação em um produto novo: um refrigerante colorido, doce e efervescente.
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Na época, seu filho, o escritor Thales de Andrade, pioneiro da literatura infantil brasileira, experimentou a novidade e exclamou: “Pai, esse refresco está cotuba, cotuba pra daná!” “Cotuba” era uma expressão usada para dizer “legal” ou “bacana”. O nome Cotubaína virou Tubaína, que marcaria uma era.
Piracicaba tornou-se símbolo de um novo estilo de refrigerante, o refresco caipira, produzido de forma artesanal e vendido em garrafas de vidro retornáveis. A Tubaína representava o modo de vida do interior paulista, simples e cheio de histórias.
Ela acompanhava tardes quentes à sombra das varandas, encontros entre amigos e o clássico lanche de pão com mortadela. O sucesso inspirou inúmeras variações em todo o estado, todas mantendo o sabor doce e nostálgico da fórmula original.
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Feita com essências de tutti-frutti, açúcar e guaraná, a Tubaína destacou-se pela cor viva e aroma inconfundível. Cada gole levava a uma viagem no tempo, quando era mais que um produto, era um ritual social.
Em Piracicaba, a Cotubaína virou parte do cotidiano, levando o nome da cidade além das fronteiras e consolidando sua fama como a verdadeira terra da Tubaína.
Duas famílias marcaram essa história: os Andrade e os Orlando. Após a criação da Cotubaína em 1898, os Orlando fundaram, em 1913, a fábrica Etubaína Orlando, conduzida pelo imigrante italiano Vicente Orlando.
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A empresa, ainda ativa, é a mais antiga do Brasil a produzir refrigerantes com o nome Tubaína no rótulo. Juntas, ajudaram a transformar Piracicaba em referência nacional na fabricação da bebida.
Apesar do avanço das grandes corporações, a Tubaína piracicabana resistiu e manteve a produção familiar.
Cada geração preservou a receita original e a identidade cultural. A Etubaína Orlando representa o elo entre tradição caipira e herança italiana, perpetuando o espírito pioneiro do refrigerante nascido em terras piracicabanas.
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Na história das bebidas brasileiras, a Tubaína ocupa um espaço de honra. Mais que marca ou produto, é parte da identidade cultural do país, especialmente no interior de São Paulo.
Piracicaba não só deu origem à bebida, mas ajudou a moldar a ideia de sabor autêntico vindo do trabalho familiar e pequenas fábricas, onde cada garrafa leva não só gás e doçura, mas memórias e afeto.
Hoje, a cidade celebra sua herança com orgulho. Festivais e eventos locais relembram a trajetória da Tubaína, que encanta gerações com seu sabor nostálgico.
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O refrigerante que nasceu simples se transformou em símbolo cultural e afetivo, garantindo a Piracicaba o título de terra da Tubaína, onde tradição, sabor e história se misturam numa boa dose gelada num dia quente do interior paulista.
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