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O queijo dessa região é considerado um dos melhores do mundo | Freepik
Produção artesanal, clima de montanha e tradição familiar ajudam a explicar por que o sabor da Canastra atravessou fronteiras e ganhou o paladar de jurados internacionais.
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Novo reconhecimento internacional reacende o debate sobre a importância cultural e econômica do queijo artesanal de Minas Gerais.
A Serra da Canastra, no sudoeste de Minas Gerais, é mais do que um destino turístico de paisagens imponentes: é o berço de um dos queijos artesanais mais famosos do planeta.
Ali, em pequenas propriedades familiares, o Queijo Canastra é produzido há mais de 200 anos, seguindo técnicas que resistiram ao tempo. Esse modo de fazer, passado de geração em geração, foi reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
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A geografia da região, com altitude elevada, clima frio e solo calcário, cria um território exclusivo, impossível de reproduzir em outro lugar. Esses fatores afetam diretamente a flora microbiana do leite cru, responsável pela maturação natural e pelo sabor característico do queijo.
É justamente essa combinação que desperta o interesse de chefs, sommeliers de queijo e pesquisadores do mundo inteiro.
Nos últimos anos, a região se tornou rota obrigatória para quem deseja entender a produção artesanal mineira. Muitas fazendas abrem as portas para visitas, degustações e experiências que ajudam a valorizar ainda mais a cultura queijeira local.
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Os prêmios internacionais não são poucos e se acumulam. Em competições como o World Cheese Awards, principal premiação do setor, o Queijo Canastra já ficou entre os melhores do planeta diversas vezes.
Queijarias familiares de municípios como São Roque de Minas, Medeiros e Piumhi figuram entre os vencedores, colocando a Canastra no mapa mundial da gastronomia.
O destaque internacional chamou atenção da imprensa global. Veículos brasileiros como Globo Rural, Folha de S.Paulo, Estado de Minas e O Tempo publicaram matérias ressaltando a força da região e o impacto econômico desses prêmios.
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Já revistas estrangeiras têm apontado a Canastra como uma das áreas de produção artesanal mais importantes da América do Sul.
Além do sabor singular, o reconhecimento também celebra o esforço dos produtores, que enfrentaram décadas de burocracia e restrições para comercializar seus queijos fora do estado. Hoje, com as legislações mais modernas, a Canastra vive um momento de expansão.
A ciência ajuda a explicar por que o Queijo Canastra é tão especial. Estudos de universidades mineiras mostram que a microflora presente no leite cru da região, formada por bactérias benéficas e leveduras naturais, é diferente de qualquer outra encontrada no Brasil.
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Ela influencia a textura, o aroma e o sabor do queijo, especialmente durante a maturação. Outro ponto-chave é o pingo, uma técnica secular em que o soro fermentado do dia anterior serve como fermento natural para a produção do próximo lote.
Esse processo mantém uma identidade viva de cada queijaria, fazendo com que queijos produzidos a poucos quilômetros de distância apresentem nuances distintas.
Somados ao clima e ao solo, esses fatores tornam a Serra da Canastra uma espécie de laboratório natural da gastronomia mineira. Não é coincidência que especialistas do mundo inteiro viajem até lá em busca de compreender esse fenômeno cultural e sensorial.
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