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Acha um furacão assustador? A tempestade em Júpiter é maior que a Terra e dura séculos

Imagine um furacão com ventos de 600 km/h que já dura mais tempo que a existência de muitos países

Pedro Morani

26/08/2025 às 15:13

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Você acha que essa tempestade em Júpiter pode afetar a Terra?

Você acha que essa tempestade em Júpiter pode afetar a Terra? | Foto: Youtube/Reprodução

Se você acha que um furacão categoria 5 é assustador, espere até conhecer o campeão dos pesos-pesados do nosso Sistema Solar. Em Júpiter, orbita uma tempestade tão colossal que poderia engolir nosso planeta inteiro com folga. 

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Vista de longe, parece uma mancha oval e avermelhada na atmosfera vibrante de Júpiter
Vista de longe, parece uma mancha oval e avermelhada na atmosfera vibrante de Júpiter
De perto, é um dos fenômenos mais violentos e duradouros que já observamos
De perto, é um dos fenômenos mais violentos e duradouros que já observamos
Cada nova imagem, cada dado enviado por sondas distantes, não apenas responde a perguntas antigas, mas nos inspira a fazer novas (Fotos: Youtube/Reprodução)
Cada nova imagem, cada dado enviado por sondas distantes, não apenas responde a perguntas antigas, mas nos inspira a fazer novas (Fotos: Youtube/Reprodução)

Não por um dia ou uma semana, mas por séculos. Esta é a história da Grande Mancha Vermelha, o olho carmesim de um gigante gasoso que intriga cientistas desde que apontamos os primeiros telescópios para o céu.

 Mas afinal, o que é a gigantesca tempestade em Júpiter que dura séculos e qual seu tamanho comparado à Terra? Prepare-se para uma viagem ao coração de um caos magnífico.

O que é, afinal, essa mancha gigante?

Vista de longe, parece uma mancha oval e avermelhada na atmosfera vibrante de Júpiter. De perto, é um dos fenômenos mais violentos e duradouros que já observamos. 

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A Grande Mancha Vermelha não é uma tempestade comum; é um anticlone, um sistema de altíssima pressão que gira no sentido anti-horário no hemisfério sul de Júpiter. Pense nela como um redemoinho atmosférico, mas em uma escala que desafia nossa imaginação.

Embora observada continuamente há quase 200 anos, e possivelmente há mais de 350, a mancha está mudando. 

Ela está encolhendo. No século 19, astrônomos estimaram que seu tamanho era grande o suficiente para abrigar três planetas Terra lado a lado. Hoje, ela ainda é imensa, mas "apenas" uma Terra e meia caberia dentro dela.

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  • Tipo de fenômeno: Um vórtice anticiclônico, ou seja, uma área de alta pressão atmosférica.
  • Tamanho atual: Aproximadamente 16 mil quilômetros de diâmetro, cerca de 1,3 vezes o diâmetro da Terra.
  • Ventos extremos: As velocidades do vento na borda da mancha podem ultrapassar os 430 quilômetros por hora, mais que o dobro da velocidade dos furacões mais fortes já registrados na Terra.
  • Cor misteriosa: A origem de sua cor avermelhada ainda é um mistério, mas cientistas suspeitam que seja resultado de compostos químicos, como o hidrossulfeto de amônio, sendo trazidos das profundezas da atmosfera e reagindo com a luz solar.

Por que ela nunca acaba?

Na Terra, os furacões perdem sua força quando encontram terra firme. O atrito com a superfície sólida drena sua energia, fazendo com que se dissipem em poucos dias ou semanas. 

Júpiter, no entanto, não oferece esse "freio". Sendo um gigante gasoso, ele não possui uma superfície sólida para interromper a fúria da tempestade. A Grande Mancha Vermelha simplesmente flutua sobre um oceano interminável de gases.

Mas o que a alimenta? Acredita-se que a energia venha de múltiplas fontes, criando a receita perfeita para uma tempestade quase eterna.

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  • Sem chão para pisar: A ausência de uma superfície sólida permite que a tempestade gire livremente por séculos sem perder energia para o atrito.
  • Calor interno: Júpiter gera mais calor internamente do que recebe do Sol. Esse calor ascendente pode estar alimentando a tempestade por baixo.
  • Correntes de jato: Fortes correntes de jato atmosférico, que se movem em direções opostas ao norte e ao sul da mancha, ajudam a manter sua rotação estável e a isolá-la de outras perturbações atmosféricas.

Um laboratório cósmico em nosso quintal

Estudar a Grande Mancha Vermelha é muito mais do que apenas satisfazer nossa curiosidade sobre um ponto colorido em um planeta distante.

Ela funciona como um laboratório natural incomparável, permitindo que os cientistas observem a dinâmica dos fluidos e a meteorologia em condições extremas que não podem ser replicadas na Terra.

Missões espaciais como a sonda Juno da NASA têm sido fundamentais. Seus instrumentos conseguiram "olhar" para dentro da tempestade, revelando que suas raízes se estendem muito mais fundo na atmosfera do que se imaginava, chegando a mais de 300 quilômetros de profundidade. Isso é 50 vezes mais profundo que o oceano mais profundo da Terra.

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  • Entendendo o clima planetário: Ajuda os cientistas a refinar modelos climáticos para planetas gigantes e, por extensão, a compreender melhor os princípios fundamentais que governam as atmosferas, incluindo a nossa.
  • Revelando o interior de Júpiter: A profundidade e a estrutura da mancha fornecem pistas valiosas sobre a composição e a dinâmica do interior do planeta.
  • Testando os limites da física: É um campo de provas para nossas teorias sobre como a energia é transportada e transformada em atmosferas turbulentas.

A Grande Mancha Vermelha é um lembrete humilde da escala e da força do universo. Enquanto observamos essa tempestade que já existia muito antes de nós e que, apesar de estar encolhendo, provavelmente continuará por muito tempo, somos confrontados com a vastidão do cosmos e os incontáveis mistérios que ele ainda guarda.

Cada nova imagem, cada dado enviado por sondas distantes, não apenas responde a perguntas antigas, mas nos inspira a fazer novas. O que mais está escondido sob as nuvens turbulentas de Júpiter, esperando para ser descoberto?

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