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Estudo revela que pessoas tem maior inclinação ao uso de Cannabis por causa genética | Freepik
Um grupo de pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego, em parceria com a empresa 23andMe, analisou dados genéticos de quase 132 mil pessoas para entender como o uso de cannabis se relaciona com o funcionamento do cérebro e com a saúde.
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O site da universidade escreveu sobre a descoberta, entrevistando inclusive as autoras do estudo
“Cannabis é amplamente usada, mas seus efeitos de longo prazo na saúde ainda são pouco compreendidos”, explicou Sandra Sanchez-Roige, professora de psiquiatria da UC San Diego e autora sênior do estudo, publicado na revista Nature Mental Health.
A equipe realizou um amplo levantamento genético conhecido como estudo de associação genômica (GWAS). O objetivo era encontrar variações no DNA ligadas ao uso da planta, tanto o primeiro contato quanto o consumo frequente.
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Dois genes se destacaram: o CADM2, que atua na comunicação entre neurônios, e o GRM3, associado à plasticidade cerebral, ou seja, à capacidade de o cérebro se adaptar e aprender.
Essas descobertas ajudam a entender melhor os mecanismos biológicos que influenciam por que algumas pessoas têm maior propensão a usar cannabis do que outras.
Os cientistas descobriram que os fatores genéticos relacionados ao uso de cannabis também estão ligados a mais de 100 outros traços de saúde, incluindo transtornos psiquiátricos, habilidades cognitivas e doenças físicas.
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“Nós mostramos que a genética do uso de cannabis, tanto experimentá-la quanto usá-la com mais frequência, está relacionada à genética de outros traços psiquiátricos, medidas cognitivas e até problemas de saúde física”, disse Sanchez-Roige.
Entre as condições associadas estão esquizofrenia, depressão, diabetes, dor crônica e doenças cardíacas. A pesquisa também encontrou relação entre predisposição ao uso de cannabis e maior risco de fumar tabaco, infecções como HIV e doenças autoimunes.
Para Hayley Thorpe, pesquisadora e primeira autora do estudo, compreender essas ligações genéticas pode ajudar a identificar riscos antes que o uso se torne problemático.
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“O uso de cannabis existe em um contínuo”, explicou. “Estudar esses traços intermediários nos ajuda a entender como o risco genético se manifesta antes que o transtorno por uso se desenvolva.”
Atualmente, não existem medicamentos aprovados para o tratamento do transtorno por uso de cannabis. Os autores esperam que esse novo entendimento sobre os genes e circuitos cerebrais envolvidos abra caminho para novas terapias e estratégias de prevenção.
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