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Silos remanescentes do Moinho Central podem ser vistos a quilômetros | Reprodução Voei Meu Drone na Favela do Moinho
A Favela do Moinho, no centro de São Paulo, recebeu esse nome por conta de uma construção da metade do século XX. O Moinho Central pertencia à empresa Moinho Fluminense da Santista Alimentos S.A. Até ser abandonado na década de 80.
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A estrutura foi inaugurada em 1949 com capacidade de moer 450 toneladas diárias de farinha, enquanto os silos armazenavam cerca de 5.600 toneladas de trigo. A sua potência atraiu outras empresas; sete anos depois foi adquirida pela companhia alimentícia Bunge.
“A região dos Campos Elíseos deu espaço ao maior moinho da Capital, cujo prédio principal era também conhecido como Moinho Matarazzo”, afirma Brenda Zanon Doutora em Sociologia, em sua dissertação sobre a Favela do Moinho.
O local era estrategicamente localizado ao lado das ferrovias, para garantir uma exportação eficaz de produtos. Ganhou inclusive uma estação própria: “Estação Moinho Central”.
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Segundo Zanon, durante a metade do século 20, o bairro Campos Elíseos foi perdendo atrativos para classe média, até o momento de desativação da fábrica.
Mesmo assim, os silos eram muito resistentes, construídos em terrenos baratos, por isso abandoná-lo foi mais lucrativo do que a sua demolição. Com o passar dos anos, o terreno ainda seria valorizado.
Assim que desativado, trabalhadores da fábrica começaram a criar barracos na região. O que começou com pequenas casas embaixo do viaduto Engenheiro Orlando Murgel se expandiu para todo o moinho durante a década de 90.
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Antes, a região pertencia à Rede Ferroviária Federal S/A. Depois, foi leiloada para o empresário Ademir Donizetti Monteiro em conjunto com a Mottarone Serviços de Supervisão, Montagens e Comércio Ltda, por não pagar dívidas de IPTU.
O procedimento jurídico não foi concluído, e o território às margens de duas ferrovias voltou às mãos da Rede Ferroviária Federal S/A, até falir em janeiro de 2007, quando foi para a União.
O então prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (PSD), começou a dificultar a permanência dos ocupantes: “O intuito passa era a retirada desses moradores para que assim pudesse reapropriar e ´revitalizar´a área. Uma vez que ela tem alto valor imobiliário”, esclarece Zanon.
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Extremamente disputado, o território foi palco de embates entre moradores e prefeituras. Porém, as ruínas do maior moinho de São Paulo seguem intactas e com as marcas das décadas.
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