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Reconhecer o impacto da linguagem no sofrimento emocional não significa negar os problemas, mas encontrar novas formas de enfrentá-los com mais consciência, leveza e esperança. | Freepik
O sofrimento emocional é mais comum do que parece. Muitas pessoas convivem diariamente com sentimentos de desânimo, culpa ou impotência — e, sem perceber, revelam isso na forma como falam.
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Frases como “tudo acontece comigo” ou “não tenho escolha” são exemplos de expressões que podem sinalizar exaustão emocional e perda de esperança.
A psicologia alerta que a maneira como interpretamos e expressamos nossas experiências pode agravar o sofrimento mental. Segundo especialistas, essas falas refletem distorções cognitivas, ou seja, formas de pensar que distorcem a realidade e reforçam o pessimismo.
Quando alguém repete frases como “nada nunca dá certo para mim”, há mais do que simples desabafo. O psicólogo Martin Seligman, conhecido por seus estudos sobre otimismo, explica que esse tipo de discurso está ligado a um “estilo de vida pessimista”.
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Essa postura mental, segundo ele, alimenta um ciclo de negatividade que pode reduzir a autoestima e favorecer quadros de depressão.
Seligman observou que pessoas com essa visão tendem a atribuir seus fracassos a fatores pessoais e permanentes, e seus sucessos, ao acaso. Essa percepção distorcida da realidade torna difícil enxergar possibilidades de mudança ou crescimento.
Para a pesquisadora Carol Dweck, autora do conceito de “mentalidade fixa”, expressões como “eu sou assim” ou “não adianta tentar” representam uma forma de autossabotagem.
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Segundo ela, quem acredita que suas capacidades são imutáveis tende a desistir com mais facilidade e a interpretar dificuldades como sinais de incapacidade.
Estudos mostram que essa crença não apenas limita o desenvolvimento pessoal, mas também aumenta o estresse. A longo prazo, o corpo responde com níveis mais altos de cortisol, o hormônio relacionado à ansiedade e à exaustão emocional.
Frases como “não mereço coisas boas” ou “não consigo mudar” são exemplos do que a psicóloga Ni Preston chama de profecia autodestrutiva. Ao repetir essas ideias, a pessoa passa a acreditar nelas, alimentando o estresse e reforçando comportamentos que confirmam suas próprias crenças negativas.
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A terapia cognitivo-comportamental, segundo Preston, ajuda a interromper esse ciclo ao substituir pensamentos automáticos por interpretações mais realistas e equilibradas. “Mudar a linguagem é o primeiro passo para mudar a mente”, explica a especialista.
Palavras não são apenas meios de expressão: elas moldam o modo como percebemos o mundo. Identificar frases negativas recorrentes é um passo importante para compreender o que está por trás delas.
Buscar ajuda psicológica pode ajudar a reconstruir o diálogo interno, transformando o que antes era autocrítica em compaixão e aprendizado.
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Reconhecer o impacto da linguagem no sofrimento emocional não significa negar os problemas, mas encontrar novas formas de enfrentá-los — com mais consciência, leveza e esperança.
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